Estresse Salino em Tilapias

As tilápias possuem uma origem africana e foram introduzidas no Brasil em 1971, e se adaptaram muito bem as condições climáticas do país (MAINARDES-PINTO, 2000), e tem seu melhor desenvolvimento em temperaturas da água entre 26ºC e 30ºC, fazendo com que ocorram de forma mais estável no final da primavera, verão e início do outono, totalizando em no máximo cinco meses ao ano em grande parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Para esse experimento utilizamos aquários, bacias com água doce e água marinha, um refratômetro e um conta-gotas. Realizamos este experimento para ver como as tilápias reagem às diferenças de salinidade. Utilizamos quatro aquários onde um era de água doce e outro de água do mar, nos outros dois, diluímos amostras de água do mar, com salinidade de 100%, com água doce para termos águas com salinidade de 50% e 25%. Com o auxilio de um refratômetro pudemos ter uma precisão quase que exata das salinidades desejadas. Cada água foi colocada em seu devido aquário, e após atingirmos o volume desejado de 14 litros, com uma rede colocamos 15 exemplares de tilápias em cada aquário, e dois aeradores com para a renovação do oxigênio e alimento nos aquários. Após 24h um integrante do grupo foi designado para verificar as tilápias e analisar sua reação ao stress salino e contar os sobreviventes. Esta sendo chamada de fase aguda. Nesse momento registrou-se que as tilápias que foram colocadas diretamente no tanque de salinidade 100% morreram e todos os exemplares de água doce permaneceram vivos. Após uma semana, passamos os peixes sobreviventes do aquário de água 25% para 50% salino, e após duas semanas passamos os sobreviventes do aquário 50% salinos para 100%, o mesmo aumento de stress aconteceu para os de 25% e 50%, portanto, chamamos de etapas crônicas. Os exemplares de água doce foram devolvidos para o tanque de estoque do laboratório(tanque controle) e os de 50% também, portanto não foram mais utilizados neste experimento. Os resultados de sobreviventes da contagem aparecem na tabela:

Salinidade Fase Aguda (24h) Fase Crônica (1ªsemana) Fase Crônica (2ªsemana) Fase Crônica (3ªsemana)

0% 15 15 14 14

25% 21 21 - -

50% 15 - 21 -

100% 0 - - 0

O processo de equilíbrio entre o interior e o exterior da célula nos organismos vivos é chamado de equilíbrio osmótico. Para mantê-lo, o sistema excretor dos peixes de água salgada e de água doce possui adaptações fisiológicas (adaptações orgânicas internas) diferentes. Os peixes de água doce eliminam amônia, substância altamente tóxica que exige grande quantidade de água doce para ser eliminada. Por outro lado, os peixes de água salgada excretam ureia, que demanda pouca quantidade de água para ser eliminada. As tilápias suportam uma salinidade de até 20ppm, no entanto apresentam lesões externas, perda de escamas, desorientação de escamas e inchaço no abdômen. Sendo isso, evidenciado nos tanques de 25% e 50 % já que a salinidade em cada tanque foi respectivamente, 9ppm e 18 ppm. Já no tanque com salinidade de 100% todos os exemplares morreram no primeiro dia, enquanto todas sobreviveram na água doce. Nas etapas crônicas seguintes, os exemplares foram transferidos para uma salinidade maior da qual estavam