FREQUÊNCIA DE ACIDENTES BIOLÓGICOS ENVOLVENDO PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE MOGI GUAÇU/SP.
Por: LannaB95 • 21/9/2019 • Trabalho acadêmico • 4.699 Palavras (19 Páginas) • 227 Visualizações
FREQUÊNCIA DE ACIDENTES BIOLÓGICOS ENVOLVENDO PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE
MOGI GUAÇU/SP.
GARCIA, Tatiane de Oliveira
Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI
tatianegarcia4@gmail.com
ZUIM, Nádia Regina Borim
Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI
nadiazuim@gmail.com
RESUMO
A frequência de acidentes de trabalho com materiais biológicos envolvendo profissionais da saúde tem valores representativos da saúde nos últimos anos tornando-se necessário o enfoque na segurança e saúde dos profissionais e dos pacientes. A falta da aplicabilidade da Biossegurança que tem como objetivo zelar pela integridade dos profissionais reduzindo os riscos de acidentes através das normas estabelecidas pode ser considerada como a maior motivação dos acidentes ocorridos por ações de negligência da parte dos profissionais que em muitos casos poderiam ser evitados. O objetivo do trabalho foi verificar a frequência de Acidentes Biológicos envolvendo profissionais da saúde no município de Mogi Guaçu/SP ocorridos no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. O estudo foi realizado por meio de levantamento de fichas de notificação desses acidentes vinculadas na Vigilância Sanitária do município. Constatou-se o registro de 3 anos, no de 2013 foram registrados os maiores índices de acidentes, onde a faixa etária de 30 a 39 anos foi a mais presente; o total de profissionais acidentados foi de 294, sendo 227 registros de profissionais da saúde e 67 em profissões em que não há contato direto com o paciente, como profissionais de limpeza ou lavanderia, o maior número de acidentes ocorreram com os profissionais da enfermagem, 181 do sexo feminino; o instrumento com maior incidência de acidente foi à agulha com lúmen e o material biológico mais registrado foi o sangue.
Palavra-chave: 1.Acidente Biológico. 2.Biossegurança. 3.Profissionais da Saúde.
1 INTRODUÇÃO
A exposição do profissional a material biológico é compreendida como ato de contato com sangue e fluidos orgânicos presentes no ambiente profissional, as exposições podem ocorrer por inoculação percutânea, por meio de agulhas ou objetos cortantes, e ainda por contato direto com pele ou mucosas (MARZIALI, NISHIMURA, FERREIRA, 2004).
Os profissionais da área da saúde passaram a ser considerados como risco de acidentes a partir da epidemia de AIDS/HIV na década de 80, antes desse período não se dava atenção devida aos riscos que os profissionais poderiam sofrer (SPAGNUOLO; BALDO; GUERRINI, 2008). O primeiro caso de soro conversão para o HIV comprovado no Brasil ocorreu em um profissional da saúde por acidente perfuro cortante com agulha contaminada com sangue de um paciente com AIDS foi registrado em 1996 no estado de São Paulo (CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2015).
O Ministério do trabalho por meio da portaria n° 485 de 11 de novembro de 2005, aprovou a Norma Regulamentadora n° 32 (NR 32) que estabelece as diretrizes para medidas de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores da saúde. Também foi criado o Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) que funciona como um banco de dados para fornecimento, transmissão e disseminação pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas do governo (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2007).
A Biossegurança torna-se necessária para fins de prevenção de contaminações por agentes infecciosos (CARVALHO et al 2009). Com o objetivo de reduzir os riscos em atividades que podem comprometer a saúde do homem, animais e meio ambiente (FIOCRUZ apud ROCHA et al 2015).
Os acidentes ocasionados por contato com sangue ou outros fluidos contaminantes como as secreções, precisam ser tratados como caso de emergência médica para que a realização de exames e o tratamento possam começar o mais rápido possível. Casos de HIV e Hepatite B a profilaxia precisa ser iniciada após o acidente (OLIVEIRA;PAIVA, 2014).
No Brasil, existem duas linhas da biossegurança: a legal e a praticada. A legal é direcionada à manipulação de organismos geneticamente modificados (OGMs) e de células tronco sendo regulamentada pela Lei n°11.105/05. A praticada é referente aos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes encontrados nos ambientes laborais, sendo amparada pelas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, ANVISA e CONAMA, entre outras (COSTA, 2005 apud SANGIONI et al. 2013).
A partir da Portaria nº 1.271 do GM/MS, de 6 de junho de 2014 o acidente de trabalho com exposição a material biológico passa ser incluso na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública tanto de serviços de saúde públicos quanto privados de todo território nacional (CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2015).
Todos os acidentes de trabalho devem ser encaminhados para o Sindicado da categoria correspondente, ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Previdência Social e ao Ministério do Trabalho por meio de Comunicação de acidente de trabalho (CAT) (SILVA et al., 2009).
Equipamentos de segurança funcionam como primeira barreira de contenção que ao auxílio das boas práticas laboratoriais, visam proteger os indivíduos e laboratórios; podendo ser EPI –Equipamentos de Proteção Individual e EPC – Equipamento de proteção Coletiva (HIRATA & MANCINI FILHO, 2002; BRASIL, 2006; PENNA et AL., 2010 apud SANGIONI et AL., 2013).
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) funcionam como proteção nas operações que envolvam riscos de exposição ou na manipulação de produtos químicos, biológico e risco de acidente com perfuro cortantes (MARUDIAN, 2002 apud VALLE et al. 2008).
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas, máscaras, óculos, devem ser adotados pelos profissionais da saúde, pertinentes a cada tarefa a ser realizada. Os profissionais nem sempre tem consciência de seu papel na área da saúde e que adotar as medidas de biossegurança são fundamentais para a preservação da própria saúde, da equipe e do paciente (ROCHA et al., 2015).
Nos serviços de saúde, os acidentes que envolvendo os profissionais ocorrem principalmente pela falta de obediência às normas de segurança. A aplicação das práticas segurança e o uso de EPIs adequados reduzem expressivamente o risco de acidente ocupacional, necessitando por esse motivo que os profissionais se conscientizem da importância de técnicas de assepsia e a consolidação das normas de conduta para assegurar ao profissional e ao paciente que os procedimentos serão realizados sem risco de contaminação (VALLE et al 2008).
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