PEDICULOSE EM ESCOLARES: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO ALTERNATIVA DE ABORDAGEM
Por: Natália Tambellini • 9/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.955 Palavras (12 Páginas) • 751 Visualizações
PEDICULOSE EM ESCOLARES: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO ALTERNATIVA DE ABORDAGEM
PEDICULOSE IN STUDENTS: CHARGES AS ALTERNATIVE OF BOARDING
Élen Mariana Camilotti[1]
Rosilda Aparecida Kovaliczn[2]
Angélica Gois Müller Morales[3]
RESUMO
A pediculose do couro cabeludo é um problema de saúde pública na população mundial, principalmente entre crianças em idade escolar. Este trabalho procurou levar informações a respeito desta ectoparasitose a 51 alunos da 4º série do primeiro ciclo de uma escola municipal da cidade de Ponta Grossa – PR, utilizando histórias em quadrinhos (HQ) como material lúdico. A análise dos resultados demonstrou válida a utilização deste método, uma vez que 78% das histórias em quadrinhos elaboradas pelos alunos tiveram conclusões positivas quanto ao encaminhamento do tratamento e profilaxia desses ectoparasitos.
Palavras-chave: Pediculose. História em quadrinhos. Escolares.
ABSTRACT
The pediculosis of the scalp, leather is a problem of public health in the world-wide population, mainly between children in pertaining to school age. This work looked for to take information regarding this ectoparasitose the 51 pupils of 4º series of the first cycle of a school of the city of Ponta Grossa - PR, using charges (HQ) as material playful. The analysis of the results demonstrated valid the use of this method, a time that 78% of charges elaborated by students had positive conclusions how much to the guiding of the treatment and prophylaxis.
Key words: Pediculose, charge, students, playful learning.
INTRODUÇÃO
A pediculose é uma ectoparasitose causada pelo Pediculus humanus capitis De Geer, conhecido popularmente como piolho da cabeça, cuja sintomatologia é basicamente prurido, que segundo Rey (2008) é causado pela secreção das glândulas salivares que é injetada na pele durante a picada do inseto. A pediculose do couro cabeludo é transmitida através do contato direto com pessoas parasitadas ou por intermédio de fômites (objetos inanimados: boné, travesseiro, escova, entre outros). Devido aos hábitos de exposição, as crianças em idade escolar compõem um grupo mais suscetível a pediculose do couro cabeludo.
Pesquisas realizadas pelo Instituto Oswaldo Cruz na década atual demonstram que o Brasil tem uma média de 30 a 40% de crianças infestadas por Pediculus capitis. (OSCAR, 2008).
Em Belo Horizonte (MG) um estudo realizado por Linardi et al. (1989) na rede municipal de ensino, já revelava a alta prevalência da ectoparasitose, que atingia 10,2%, enquanto países como Inglaterra possuía um índice de apenas 2%. Segundo Franceschi (2007) uma taxa de prevalência de 26,41% foi constatada em uma escola no Rio Grande do Sul em 2005. E ainda para Catala; Junco e Vaporaki (2005), a prevalência deste parasito é maior em classes sociais mais baixas, com pouca renda e informação a respeito do tratamento.
Observando a alta ocorrência em crianças em idade escolar, fica claro que a contribuição da escola neste problema é tão importante quanto a da família, uma vez que estes dois meios estão fortemente presentes em suas vidas: “A escola como local de desenvolvimento de atividades educativas que tenham o objetivo de sanar ou impedir o aparecimento de parasitas, como é o piolho, e outros agravos à saúde.” (SOUZA et al., 2006, p.7).
Segundo Andrade (2008) a pediculose prejudica as crianças, pois estas não conseguem dormir bem e encontram dificuldade em realizar atividades como a leitura ou aulas, uma vez que a coceira atrapalha, desviando a atenção. Ainda afirma que, o uso de bonés e tiaras de tecido contribui para a disseminação desta ectoparasitose, além da aglomeração de alunos em salas de aulas, fator que favorece o contato direto.
Somado a isto, percebe-se a dificuldade de uma orientação preventiva eficaz nas escolas, uma vez que ela é necessária no grupo todo, não tendo resultados satisfatórios a ação individualizada na criança parasitada, já que ao entrar em contato com um colega portador do parasito poderá reinfestar-se.
Outro fator, é a timidez em procurar auxílio, tanto por parte dos pais, que se sentem culpados pela parasitose do filho, quanto pela própria criança, que muitas vezes é vítima de preconceitos por parte da comunidade escolar.
Neves (2005) atenta para as dificuldades encontradas pelos professores em evitar a transmissão para outros alunos, muitas vezes isolando as crianças infestadas ou suspendendo as atividades escolares por alguns dias. Essas medidas no entanto, não são satisfatórias se os parasitados não receberem o tratamento adequado, pois quando retornarem à escola levarão o parasito novamente.
Levando-se em consideração, portanto, a alta ocorrência de pediculose em crianças na idade escolar, e o constrangimento em se tratar o tema, o presente trabalho teve por objetivo contribuir com medidas preventivas contra a pediculose no âmbito escolar, facilitando o ensino-aprendizagem sobre o tema de forma alternativa, utilizando histórias em quadrinhos (HQ). De forma lúdica, procurou-se informar sobre a biologia, os sintomas e medidas preventivas dessa ectoparasitose.
Maurício (2008, p. 4) afirma que “a convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-las as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática”. Para Marinho (2007, p. 81) “compreender esse universo lúdico torna-se imprescindível para o bom desenvolvimento do trabalho pedagógico efetivo pelo professor”.
Rama (2004) afirma que já na década de 1970 a utilização de histórias em quadrinhos como apoio ao tratamento de temas escolares de forma lúdica foi bastante acentuada, mas a inclusão das histórias em quadrinhos em materiais didáticos começou de forma lenta. Porém, atualmente é muito comum a publicação de livros didáticos contendo histórias em quadrinhos em praticamente todas as áreas, tendo a vantagem de trabalhar diversas formas de exposição, juntando imagens e textos, facilitando a interpretação.
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