A CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO
Por: juan aleixo Pires • 6/8/2018 • Trabalho acadêmico • 3.576 Palavras (15 Páginas) • 606 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Este artigo disserta-se sobre o circo, apresentando conteúdos históricos e teóricos enfatizando a possibilidade de inclusão no âmbito escolar. Mostra também como as atividades circenses estão ligadas direta e indiretamente no contexto da Educação física no colégio e as possibilidades de abordar em conjunto temas transversais citados Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs, (Brasil, 1998) como: Ética, pluralidade cultural, meio ambiente, Saúde, Orientação Sexual, como também Trabalho e Con¬sumo. Desta forma, contextualiza formas de adaptar e organizar as atividades circenses, o intuito é “flexibilizar” este conhecimento buscando maiores adequações ao âmbito educativo, ou seja, tornar este conhecimento acessível a qualquer pessoa, independente do seu grau de instrução, de desenvolvimento e orientação (DUPRAT, 2007).
Daolio (2005), ressalta a cultura corporal do movimento, que é um assunto bastante pertinente na área da educação física, compreendida como critério organizador, tal assunto possui entrelaçamento entre corpo, natureza e cultura. Cultura essa que liga na prática modos de ser, de fazer e executar diferentes realidades sociais e históricas. Contudo, Bortoleto (2003) defende a possibilidade de inclusão do circo na educação formal, um conhecimento lícito que apresenta fatos históricos, uma arte num contínuo desenvolvimento que influencia modos de vida e a própria sociedade como um todo. Existem várias possibilidade de este conhecimento estar presente na escola, uma é vinculá-lo à educação física que em nosso entendimento tem como base a transmissão dos conhecimentos relativos à cultura corporal universalmente construído (DAOLIO, 2005).
Duprat (2007), frisa que a relação entre artes circenses e Educação física escolar, vem promovendo ao longo do tempo um crescente aumento de praticantes e observando com isso, o também crescente número de pessoas que se dizem professores de circo. Todavia, o autor defende que neste momento é imprescindível os docentes estarem preparados para ministrarem estes conhecimentos nas aulas. Para contribuir ainda mais, o autor apresenta conteúdos em unidades didático-pedagógicas a serem possíveis nas escolas, classificando-os em acrobacias de chão envolvendo os rolamentos, saltos e poses; manipulações de objetos como os malabarismos; equilíbrios envolvendo poses acrobáticas e as encenações evolvendo a dança, a mímica e a música. Bortelo (2006) salienta da mesma forma que abordar o circo como conteúdo escolar, possibilita a ampliação em termos de prática.
O referido trabalho apresenta também os benefícios que a prática então vista como plural é capaz de proporcionar à criança. Entre eles estão os momentos para testar seu próprio corpo, reconhecer seus próprios limites e individualidades, vivência e as relações da criança no grupo, seu processo evolutivo motor a partir do brincar e os instantes de suma importância na vida do ser humano e que possivelmente servirão de base para futuros aprendizados (BERONI, 2006).
A partir desse entendimento Bortoleto (2003), compreende as atividades circenses como parte integrante da cultura humana, podendo justificar sua presença no universo educativo como conteúdo, considerando que grande parte das atividades típicas do circo possui inúmeras vantagens voltadas ao caráter motor. O mesmo considera o repertório circense, conteúdo pertinente à Educação Física, enquanto disciplina que se ocupa de transmitir a cultura corporal dentro do marco escolar.
O presente documento aborda como considerações finais a compreensão das artes circenses assim como sua evolução, buscando inserir tal prática nas aulas regulares de Educação Física escolar a fim de agregar para as crianças a cultura corporal do movimento e trazer variações de atividades contextualizando com os temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs, (Brasil, 1998).
1.1 HISTÓRIA DO CIRCO
Segundo Duprat (2007) Desde os primórdios das sociedades antigas, a arte do entretenimento vem sendo desenvolvida e retratada, atravessando, assim, a vida dos mais diferentes povos. Uma arte repleta de mitos, crenças e fantasias, especialmente inspirada na utopia. É com esta finalidade que o circo “antigo” e, também sua versão “moderna”, se constrói, uma arte do corpo espetáculo, com uma forma de encantamento, de fuga, de abstração do mundo real. De acordo com Soares (1998), o circo surgiu das atividades do entretenimento, de modelos de preparação física, de elementos das festividades sacras e religiosas, das apresentações publicas nas praças, ruas, tablados, teatros populares, para chegar hoje como uma arte dos malabaristas, equilibristas, acrobatas, trapezistas, palhaços e tantos outros.
Duprat (2007), ressalta ainda que depois de inúmeras modificações ao longo de sua historia, o circo que conhecemos começa a ser desenvolvido no século XVIII, vindo de apresentações com cavalos em recintos fechados, retornando as apresentações nas praças e ruas, até chegar às conhecidas lonas coloridas. Modelos que continua até os dias de hoje.
Para Bortoleto (2003), a grande transformação que interessa a área da Educação Física foi vivida no final do século XX, quando surgem as primeiras manifestações do “circo novo”. Como relata no transcorrer do texto. O termo “circo novo” vem sofrendo inúmeros debates para ser entendido e compreendido. Talvez este termo não seja o mais adequado, porém este trabalho utiliza-o para caracterizar esta nova visão de circo. Com adaptações o circo abriu-se portas para as demais expressões artísticas (musica, dança teatro gestual, mímica etc). Um passo fundamental para que o mesmo passasse a ser ensinado em escolas especializadas, assim como já se fazia com as demais artes do corpo. Dessa forma deixando de ser um saber apenas transmitido no interior das famílias, dos reduzidos grupos de artistas, e passa a ser um conhecimento desenvolvido no campo educacional (DUPRAT, 2007).
1.2 CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO
Bock (2000), ressalta que praticar esportes é interagir com o mundo a tal ponto de nos sentirmos parte integrante dele, sendo capazes de transformá-lo e, ao mesmo tempo, nos transformarmos. Desse modo, se pode obter uma vida mais saudável. Consequentemente é de extrema importância valorizar as mais diversas práticas de movimento corporal, defendendo as que temos em nosso meio, reivindicando por mais opções de lazer e integrarmo-nos de corpo e alma ao esporte e a cultura somática para promovermos a saúde e o bem estar físico, mental e social, a sociedade precisa,
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