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Os beneficios das atividades ludicas para o desenvolvimento motor na educação infantil

Por:   •  18/5/2015  •  Monografia  •  5.736 Palavras (23 Páginas)  •  4.562 Visualizações

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  1.  COMPREENDENDO O LÚDICO

  1. Atividade lúdica

Segundo o dicionário da língua portuguesa a definição de lúdico é: Que faz referência a jogos ou brinquedos: “brincadeiras lúdicas. Que tem o divertimento acima de qualquer outro propósito. Que faz alguma coisa simplesmente pelo prazer em fazê-la”.

Cartaxo (2011) diz que a recreação surgiu inicialmente vinculada a atividade física infantil e posteriormente ampliado para os adultos. A recreação é realizada muitas vezes nas escolas, em datas comemorativas, já na adolescência, é realizada em forma de acampamentos, gincanas e olimpíadas escolares.

         O brincar nada mais é que ações lúdicas realizadas por todo ser humano, representado por jogos e brincadeiras que usam ou não o brinquedo como auxílio.

O lúdico age como facilitador social, oportuniza a criatividade, proporcionando assim um ambiente mais agradável para a criança e possibilitando a aprendizagem de habilidades variadas. É através da ludicidade que as crianças formam seu mundo interior e exterior, diferencia o imaginário do real, passando a expressar emoções e fantasias, aprende a esperar pela sua vez.

“O jogo também pode ser denominado como uma atividade voluntária, realizada com limites de tempo e espaço delimitados, com regras de comum acordo, porém obrigatórias, munidas de tensão e de alegria, que diferencie do cotidiano” (HUIZINGA, 2007, p. 33).

Em Homo Ludens (2005), Huizinga determina o lúdico em alguns pontos, considerando as maneiras pelas quais suas características se manifestam. O lúdico leva o participante:

  • A experiência da liberdade e da gratuidade.
  • A construção de uma experiência num espaço/tempo fora a vida real.
  • Ao absoluto e profundo envolvimento na atividade.
  • A prática da construção de ordem e regras próprias.
  • A chance para a formação e convivência com grupos sociais.

Para Cartaxo (2011), os jogos são divididos da seguinte forma: cooperativos e educativos, com o objetivo de integrar a todos, possibilitando a aprendizagem e a diversão. Ele ainda afirma que as brincadeiras devem ser realizadas com crianças da mesma faixa etária, pois leva as crianças de uma forma mais rápida ao desenvolvimento social, pois a sociabilidade de uma criança de 10 anos é completamente diferente de uma criança de 5 anos (Piaget, apud CARTAXO, 2011).

Porém, a ludicidade não deve ser vista somente como diversão, mas também como uma ferramenta que possibilita o aprendizado e o desenvolvimento que a mesma proporciona, em conjunto com os fatores sociais e culturais, que de certa forma contribuem para a saúde física e mental. É no brincar e jogar que a criança desenvolve capacidades essenciais como: afetividade, habilidades perceptuais e psicomotoras e o habito de manter-se concentrado, pois assim a criança se torna operativa (Aguiar, 1998).

Na visão de Cartaxo (2001), cabe aos pais oportunizarem a seus filhos o brincar, pois os conflitos com os amiguinhos aparecem justamente nestas horas, também dando a oportunidade para que eles se desenvolvam socialmente, descobrir formas diferentes de reconciliações e de fazer novas amizades.

A forma que a sociedade encontrou para dar continuidade a esse trabalho da escola, foi construindo parques infantis (playground), em praças públicas e condomínios, como forma de proporcionar as crianças o brincar. Os parques de recreação, nada mais é que jardins onde as crianças tem a oportunidade de brincar na terra e cultivar plantas, sentindo prazer nesta experiência.

Foi nos Estados Unidos, em Boston, que surgiu o primeiro parque infantil, com a atitude da médica norte-americana Dra. Marie Lakenzeneska, que em uma viajem a Alemanha, ficou impressionada com o que viu por lá, pois foi na Alemanha, depois da Guerra Franco-prussiana (1870-1871) que houve movimentos à favor dos parques infantis. (CARTAXO 2011, p. 21.)

  1. O lúdico: conceitos e diferenças

Para Bertoldo (2011) muitos professores, acreditam que jogo, brinquedo e brincadeira são a mesma coisa, outros destacam uma diferença que relata o que viveram. Porém, o mesmo autor destaca dois aspectos desta questão: o primeiro fala das palavras poderem assumir diferentes significados desde a infância até a fase adulta. O segundo se refere aos diferentes significados que uma palavra pode ter, por exemplo, em um dicionário de décadas anteriores, a compreensão das palavras jogo, brinquedo e brincadeiras estarão voltadas para a visão da época, atualmente, podemos ver que existe sim, uma clara diferença entre jogo e brinquedo e entre brincadeira e brinquedo.

Estes termos podem ser confundidos, já que a definição varia entre vários idiomas; Bomtempo e Cools (1986), Kishimoto (1994), Brougère (1997), Wajskop (1997) e Baptista da Silva (2003), dissertam sobre as dificuldades que existem nas definições destes termos nas línguas francesa, inglesa e portuguesa, onde, segundo os autores, cada uma possui particularidades no uso das mesmas, o que as fazem diferentes. Para a definição do termo lúdico, os idiomas possuem um termo próprio, que designa e identifica o conteúdo concreto utilizado na brincadeira infantil, onde o vocábulo brinquedo é usado no português, jouet no Francês e toy no idioma inglês.

Sendo que, segundo Cordazzo (2007), o termo game em inglês caracteriza o ato de jogar, se referindo aos jogos de regras, porém, podendo se confundir com o termo play, que é definido pelo ato de brincar, a ação da brincadeira em si. Já a língua francesa designa o termo jouer para o brincar e jogar, não fazendo diferença entre elas. Tanto nestes dois idiomas, as palavras que determinam o brincar e o jogar também possuem outros significados, podendo ser utilizados para atividades como representar, tocar instrumentos e várias outras atividades diferentes da ludicidade infantil. Já no português, possui uma definição que diferencia as ações do brincar e jogar, onde o brincar indica uma atividade lúdica não estruturada e o jogar é uma atividade que envolve os jogos de regras.

Baptista da Silva (2003), afirma que no português os verbos brincar e jogar, não possuem significados tão amplos quanto os correspondentes em inglês e francês, onde a autora trata que, na forma costumeira da língua portuguesa, o brincar e o jogar também possuem outros significados, no entanto, seu principal significado está ligado a atividade lúdica infantil; ainda falando da língua portuguesa, a autora afirma uma falta existente na discriminação no uso dos termos brincar e jogar, mesmo o termo jogar ser diferente de brincar pela existência das regras, onde a utilização de ambos, por várias vezes ainda se confundem.

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