A Fadiga Muscular
Por: Luana Lisboa • 14/9/2019 • Trabalho acadêmico • 1.315 Palavras (6 Páginas) • 185 Visualizações
Antiguidade[pic 1]
Cerca de 4.000 anos atrás em diversos aspectos práticos da atividade médico-religiosa, foram enfatizadas o conceito de ‘’saúde geral’’, onde foram tomadas medidas, versando sobre medidas dietéticas, exercícios físicos, higiene corporal e estilo de vida moderado. Ainda mais antiga (cerca de 2.500 a.C.), surgiu através dos chineses um conceito filosófico-fisiológico que se tratava de uma respiração mais ‘’adequada’’.
Anaximenes de Mileto (570-575 a.C.) estabeleceu que a essência de tudo estaria no ar e a pneuma (respiração, literalmente) era essencial à vida.
Alcmaeon de Cróton (470 a.C. - ?) confirmou que as artérias haviam ar, que deriva do pneuma, onde tinham suas funções vitais.
Empedócles da Sicília (fl.i metade do século V a.C.) surgiu com as inter-relações entre os constituintes da matéria (ar, terra, água e fogo) e suas qualidades (frio-quente, seco-úmido), as quatro estações do ano e fases da vida humana (infância, adolescência, vida adulta e velhice). Cada relação era influenciada pelo temperamento e humores humanos: o sangue predominaria o tipo sanguíneo, o de flegma no fleumático, bile negra no tipo melancólico e bile amarela no colérico. As propriedades tem uma íntima relação. Ex: Ar-sangue e os elementos úmido e quente. (Fig.1)
Sendo argumentações de diversos filósofos gregos, emitiram conceitos de que o exercício era apresentado como um dos pilares fundamentais do equilíbrio.
Pneuma e as suas funções[pic 2]
Praxágoras de Cós (fl.340 a.C.) e Herófilo de Calcedônia (330-260 a.C.) acreditavam que as artérias eram tubos que conduziam ar, onde atingiria o lado esquerdo do coração gerando calor interno. Praxágoras diferenciou as veias das artérias e Herófilo sugeriu que a pulsação adviria das próprias artérias.
Na biologia de Aristóteles, pneuma tem o significado expandido para agir em toda uma variedade de maneiras. Descrito como "ar quente".
Erasistratus de Cós (330-255 a.C.) teorizou sobre haver o pneuma vital e psíquico, ele achava que as artérias funcionavam (em circunstâncias normais) unicamente como condutos para o pneuma, embora não para o pneuma da inteligência: sendo qualquer irrupção de sangue nas artérias seria patológica.
A pneuma preencheria os nervos transmitindo sensações para o cérebro e não somente as artérias (que seriam cheias de ar sugado dos pulmões, assim como o coração esquerdo). (Fig.2)
Pensamento Galênico[pic 3]
As ideias de Galeno (129-201 a.C.) (Fig.3) foram marcantes, pois ele pensava que os próprios nervos motores fossem os órgãos do movimento voluntário, sem a necessidade de estarem plenos de pneuma. Também acreditava que as artérias continham sangue e não ar. Além disso, Galeno afirmou que o coração era um músculo com diferentes planos de orientação, o que permitia a sua atividade forte e incessante. reconheceu que o ventrículo esquerdo era mais hipertrofiado que o direito, e atribuiu a função do ventrículo esquerdo à sua capacidade de reter o ar, ao passo que a função do ventrículo direito seria a de transportar sangue.
Dois vasos se originariam no ventrículo direito (VD): um transportaria sangue aos pulmões (artéria pulmonar), o ventrículo esquerdo (VE) transportaria sangue periférico de volta ao coração (veia cava). A partir do VE surgiria a grande artéria (aorta), bem como outras estruturas venosas (veias pulmonares), que transportariam sangue dos pulmões ao coração. (Fig.4)
Anatomia[pic 4]
Galeno fez o estudo do esqueleto humano, do sistema muscular, além de uma descrição do funcionamento do sistema circulatório, que, apesar de conter uma série de inferências equivocadas, seria utilizada até as descobertas de William Harvey (descobridor do mecanismo de circulação sanguínea, um dos maiores avanços da fisiologia animal de todos os tempos), no século XVII. (Fig.9) Apesar de Galeno ter “consciência da diferença existente entre determinados músculos de animais descritos por ele e os do homem”, ele utilizou para suas dissecações, basicamente animais como bovinos e macacos.
William Harvey (1578-1657) procurou investigar a anatomia a partir de bases mecânicas e físicas, esforçando-se em suprimir os suportes teológico-filosóficos de pensamentos que predominavam até então. A observação do sistema circulatório de répteis permitiu a Harvey fazer considerações prévias e levantar hipóteses acerca da circulação humana. Ele comprovou a hipótese de que o fluxo sanguíneo era circular e constante, e que a função do coração era justamente manter esse fluxo contínuo.
O entendimento da circulação e da troca gasosa pulmonares[pic 5]
Andreas Caesalpinus de Pisa (1519-1603) e Andreas Vesalius de Pâdua (1514-1564), (Fig.6) lideraram os primeiros avanços anatômicos no começo do século XVI. Pisa, afirmava que o sangue passaria da artéria pulmonar para a veia pulmonar, estando muito próximo de descobrir a circulação sanguínea.
Realdo Colombo (1515-1559) discípulo de Vesalius sugeriu a existência de trânsito sanguíneo pulmonar, tendo o objetivo de ‘’purificar’’ o sangue. Embora baseado nos estudos de Versalius, recebeu o crédito por ter descoberto a circulação pulmonar.
Miguel Servatius (1511-1564), queimado pela inquisição espanhola por ter sugerido, utilizando-se de fundamentação religiosa, que o contato ar-sangue ocorreria no tempo de trânsito pelos pulmões. (Fig.7)
Marcello Malpighi de Bolonha (1618-1694) descreveu os capilares pulmonares do pulmão de uma rã, sendo o primeiro a demonstrar existência de uma continuidade entre as circulações sistêmicas e pulmonares. Também identificou a comunicação entre os alvéolos e a traquéia. (Fig.8)
Richard Lower (1631-1691) observou a mudança da coloração sanguínea após a passagem pulmonar, afirmando que os pulmões vivificariam o sangue, imbuindo-o de ‘’vapores aéreos nitrosos vitais’’ e o coração apenas trataria de impulsioná-los adiante. Descreveu os efeitos da passagem sanguínea pulmonar, estabelecendo que eram os pulmões, e não o coração, os responsáveis pela arterializarão do sangue venoso. (Fig.10)
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