A História da Saúde Mental
Por: Lisa Linda • 9/9/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.934 Palavras (8 Páginas) • 334 Visualizações
História da Saúde Mental
Na Grécia antiga o louco era considerado uma pessoa que possuía poderes sobrenaturais e que através das frases enigmáticas os loucos aproximavam os homens dos deuses, mas na realidade eles eram incompreensíveis. Já na Europa durante a idade média a loucura era vista como força da natureza, se falava que a loucura significava entrar em contato com estranho, mas na verdade a loucura não era entendida e compreendida pelas pessoas (TAVARES, 1997).
Neste momento observamos que a exclusão dos portadores de doença mental e outras doenças como a lepra naquela época é devido o homem em relação ao trabalho, foi criado vários estabelecimentos de internação onde eram asilados, todos os tipos de pessoas como marginalizados, aleijados, crianças, idosos, mendigo, leprosos e os loucos, se entendia que essas pessoas não geravam produção no país, então eram presos, isolados sem intenção de tratamento formando então um depósito humano, isto era tido como um ato de punição, porém os encarcerados eram obrigados a fazer trabalho forçado.
E foi assim até a revolução Francesa em 1789, em que a igualdade, fraternidade e liberdade eram palavras de ordem, contudo havia um problema, pois essa palavra não combinava com a exclusão dos exilados, inicia-se então o processo em que essas pessoas eram reintegradas na sociedade com auxílio financeiro e cuidados médico em suas próprias casas, entretanto isso era para as crianças, idosos, aleijados e portadores de doenças veneras, pois os que eram considerados loucos continuavam presos, eram considerados perigosos para viver na sociedade.
Em meados do século XVII o mercantilismo domina um pensamento dizendo que a população era um bem importante para o país, todos que não podia contribuir para o crescimento do país eram encarcerados, entendia-se que na realidade eram preguiçosos, ou seja, não contribuía para o crescimento do país.
As pessoas com doença mental eram colocadas no mesmo espaço, submetidos a maus tratos que os levava a morte não tinha um tratamento adequado eram considerados “anormais”.
Com o passar do tempo à loucura não era mais vista como algo sobrenatural, foi quando Philippe Pinel (1745-1826), reconhecido como o pai da psiquiatria, por fazer parte da psiquiatria moderna, começa a estudar o comportamento dos doentes mentais e separa-los dos outros dentro do manicômio que tinha como objetivo ser reformatório de pessoas.
Assim, a psiquiatria nasceu dentro dos asilos e da necessidade de abrigar, proteger, cuidar, investigar, diagnosticar, e tratar os indivíduos que foram acometidos pela loucura. Neste sentido, durante séculos, a forma de lidar com a loucura, radical ameaça à razão, foi à exclusão.
. O Estado, desde o Brasil Império, também aqueles que a ciência, e o senso comum assim determinassem, isto é, os loucos.
Os primeiros hospitais psiquiátricos no Brasil surgiram quase que exclusivamente com o objetivo de resolver um problema localizado em outro estabelecimento de assistência.
No Rio de Janeiro, a ideia de se criar um espaço de recolhimento mais adequado aos loucos que se encontravam nas dependências da Santa Casa de Misericórdia ou nas ruas, fazia parte de uma cadeia de transferência de responsabilidades que se iniciou com a necessidade de se retirá-los do espaço urbano. Foi dessa forma que se pensou na construção do primeiro hospital psiquiátrico no Brasil - o Hospício de Pedro ll.
Foi inaugurado no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, que naquela época então distrito federal, o hospício Pedro II, que em homenagem ao Imperador do Brasil recebeu o nome de hospício Pedro II, ocorreu em 05 de dezembro de 1952, decreto nº 82 em 18 de julho de 1841.
Era dada como necessária a construção de um local específico, que ficasse afastado do centro urbano da cidade do Rio de Janeiro, para abrigar os loucos recolhidos pela Santa Casa, que lá ficavam internados em locais vistos como impróprios e custosos (Medeiros, 1977).
Na verdade, tinha-se como princípio básico um duplo afastamento do louco do meio urbano e social, quer fosse pelo distanciamento ou pela reclusão. A escolha da Praia Vermelha, local onde se construiria o Hospício de Pedro II foi em função de ser um local afastado do centro urbano.
Com isso, ficava evidente a prática de exclusão tão presente nas diversas maneiras de lidar com as formas de loucura. Em áreas rurais surgiram às colônias, nada mais que hospícios, seguindo que a tendência de que a natureza, por si só, faria o bem para as pessoas internadas, além do trabalho agrícola os clientes permaneciam ocupados nas lavouras, nas olarias entre outras atividades.
No Rio de Janeiro foram construídas duas colônias, uma para mulheres no Engenho de Dentro e outra para os homens, em Jacarepaguá (PINTO, 2004).
Os hospícios no Brasil no final dos anos 50 estavam com lotação acima da sua capacidade normal, por isso a construção das colônias, para o escoamento de pessoas tidas como crônicas. Para muitos o manicômio era o ultimo estagio da vida, a maioria deles saiam dessas instituições mortos.
Os tratamentos dispensados para essa população foram muitos diversificados, no inicio era embasados apenas em contenções físicas com o intuito de conter a agitação psicomotora, com o passar dos tempos através de experimentos realizados na área, existiram também, hidroterapias, cheques sépticos, choque insulínico, lobotomias e eletrochoques.
Após a década de 60 os psicotrópicos ganham mercado, com o uso de altas doses terapêuticas desses medicamentos (SERRANO 1985).
Ao analisarmos a história da psiquiatria, os hospitais psiquiátricos não contribuíam para o processo de melhora do quadro clinico dos pacientes, e sim contribuíram para um processo crônico da doença mental, onde os doentes perderam sua referência de vida, excluídos do convívio social e familiar.
Com o surgimento da reforma psiquiatra a assistência ao doente mental, houve uma grande melhoria, foram-se criados novos estatutos com o único objetivo de reintegrar, potencializar a assistência, com um cuidado humanitário, tendo a disposição equipes multidisciplinar para o acompanhamento terapêutico (ANDRADE& PEDRÃO, 2005).
Nos anos 70 dá-se início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, um processo contemporâneo ao “movimento sanitário”, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado (BRASIL, 2005).
O ano de 1978 marca o início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos no Brasil. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, surge neste ano. Este Movimento que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais (BRASIL, 2005).
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