Acolhimento e grupo de trabalho humanizado
Por: Babics • 29/4/2018 • Trabalho acadêmico • 1.557 Palavras (7 Páginas) • 215 Visualizações
INTRODUÇÃO
O acolhimento é entendido, como diretriz ética/estética/política dos modos de se produzir saúde, é instrumento de intervenção na qualificação de escuta e estabelecimento de vínculo. A ética é referente ao compromisso com o reconhecimento do outro, na postura de acolhê-lo em suas diferenças. Estética através das estratégias que contribuem para o viver digno. E política, pois se relaciona ao compromisso coletivo implicando o protagonismo do sujeito em suas ações (BRASIL, 2006).
Acolher é uma postura ética, não tem local para acontecer ou profissional específico para realizá-lo, demanda o compartilhamento de saberes, angústias, medos e as expectativas do usuário, dando ao profissional que o faz a responsabilidade de entender o outro através de suas demandas com respostas adequadas a ele, e com responsabilidade de resolutividade pelo caso apresentado. Através do acolhimento criam-se vínculos pelo ato da escuta, melhora a qualidade do atendimento e traz humanização nas relações dos serviços de saúde (BRASIL, 2006).
O acolhimento implica em: protagonismo dos sujeitos envolvidos na produção de saúde, valorização do encontro do profissional de saúde e usuário, equipe multiprofissional encarregada na escuta e resolução de problemas do usuário, criação de projeto terapêutico individual com equipes gestoras de caso, ampliação dos espaços de discussão e decisão na gestação de serviço em saúde, o compromisso de dar respostas às demandas trazidas pelo usuário levando em consideração sua cultura e riscos para o mesmo (BRASIL, 2006).
O dispositivo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) objetiva intervir na melhoria dos processos de trabalho e na qualidade da produção de saúde para todos. É composto por pessoas que tem interesse em discutir a qualidade do serviço prestado, as relações entre a equipe de trabalho e usuário. Todos podem participar desde técnicos, gestores e profissionais de saúde que tem interesse em práticas humanizadas em seu ambiente de trabalho (BRASIL, 2006).
Esses grupos são um espaço de reflexão coletiva do trabalho, onde todos tem a mesma voz, e podem sugerir mudanças no funcionamento do serviço de saúde e na atenção ao usuário. Esses encontros possibilitam criação e reestabelecimento de vínculo entre os profissionais, torna o ambiente de trabalho favorável para a discussão das práticas exercidas, resolução de problemas em conjunto e criação de novas propostas para o ambiente de trabalho (BRASIL, 2006).
No GTH os participantes podem exercer vários papéis durante os encontros, coordenação do trabalho, observação do andamento do grupo, encaminhamento das decisões acordadas. Se necessário pode haver a criação de subgrupos para intervenções pontuais, além de participação de especialistas em determinado tema que são convidados para falar sobre algum assunto específico agregando seu conhecimento ao grupo, por exemplo, através de palestras e seminários. (BRASIL, 2006).
2. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a pesquisa realizada na Instituição de Longa Permanência com base na Política Nacional de Humanização, observou-se a necessidade de criação de um Grupo de Trabalho de Humanização e reformulação no Acolhimento da instituição.
2.1. O Grupo de Trabalho de Humanização
A Política Nacional de Humanização é um instrumento que guia as ações voltadas para a humanização e o cuidado com o próximo, o Grupo de Trabalho de Humanização é um dispositivo essencial para que esse processo de humanização da assistência à saúde seja efetivado (GARCIA et. al 2010).
A primeira estratégia será de informar os funcionários da ILPI sobre o que é a Política Nacional de Humanização e o que ela preconiza, através de palestras e grupos de discussão sobre humanização e cuidado. Após todos cientes do que se trata convidar os profissionais interessados para formação do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH).
Com sua criação grupo deve ser escolhida uma frequência de encontro do grupo, o local das reuniões, como as pautas serão levantadas, quem serão os responsáveis para repassar as informações aos demais trabalhadores não participantes, e ainda os responsáveis para colocar em prática as soluções dos problemas discutidos nas reuniões.
As reuniões são momentos de troca de informações, as quais oferecem intercâmbios de saberes e conhecimentos a partir das diversas opiniões, além de serem espaços para conhecer o outro a si mesmo, sendo uma prática importante para a realização do trabalho coletivo e de cogestão (SCOCHI; BOTTI, 2006). De acordo com Azevedo (2002) gerenciar de forma descentralizada seria uma forma mais adequada ao contexto das instituições de saúde.
Segundo Azevedo (2002) o grupo de trabalho seria local para ideias novas, tendo por função a tradução de pensamentos e sentimentos num comportamento adaptado à realidade. Assim os encontros do grupo de humanização seriam importantes para discussão dos principais problemas relacionados ao cuidado que ocorrem na instituição.
2.2 Acolhimento
O Acolhimento tem a característica de um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a dar atenção a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo suas necessidades e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e oferecer respostas mais adequadas junto aos usuários (BRASIL, 2006).
O Acolhimento é uma ação que provoca mudanças na relação profissional/usuário e sua rede social. Implica o compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias constantemente renovadas (BRASIL, 2006).
A primeira estratégia será discutir com todos os membros da equipe multidisciplinar o significado de acolhimento em ILPI apresentando a todos a Política Nacional de Humanização e qual a importância do acolhimento do idoso no momento da institucionalização.
Posteriormente será elaborado um questionário onde a equipe poderá se guiar a fim de fazer o primeiro contato com o paciente, visto que o mesmo fica aguardando o responsável repassar documentos/exames, além de assinar o contrato com a instituição. Para que as necessidades dos usuários sejam satisfeitas de maneira integral é fundamental que a atividade de recepção do usuário no serviço, entendida como espaço primordial de investigação/elaboração/negociação ocorra de maneira acolhedora (FALK et.al. 2010).
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