Epidemiologia em saude mental
Por: julianeto16 • 5/4/2016 • Projeto de pesquisa • 3.872 Palavras (16 Páginas) • 584 Visualizações
FACULDADE LABORO[pic 1]
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
JULIANE ALMEIDA DA SILVA
EDNA GARCIA RIBEIRO
PERFIL CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO DOS ESQUIZOFRÊNICOS DA REDE DE SAÚDE MENTAL DE SANTA INÊS - MA
SÃO LUIS-MA
2013
JULIANE ALMEIDA DA SILVA[pic 2]
EDNA GARCIA RIBEIRO
PERFIL CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO DOS ESQUIZOFRÊNICOS DA REDE DE SAÚDE MENTAL DE SANTA INÊS - MA
Projeto apresentado a Pós Graduação da Faculdade LABORO como requisito parcial para obtenção do título de Pós Graduado em Saúde Mental e Atenção Psicossocial.
Orientador(a):Janete Valois
SÃO LUÍS- MA
2013
- INTRODUÇÃO
Os transtornos mentais são considerados problemas ligados intimamente à saúde e considerados crônicos. A esquizofrenia consiste em uma alteração cerebral crônica e que muitas vezes acaba por tornar o paciente incapacitado. Sabe-se que 1% da população mundial possui diagnóstico de esquizofrenia. No Brasil, cerca de 56.000 pessoas são diagnosticadas comesquizofrenia a cada ano. Essa desordem cerebral atinge homens e mulheres independentemente do sexo, cor, raça e das condições socioeconômicas.
A incidência da esquizofrenia em homens e mulheres é igual, porém a idade de início da doença em mulheres é de cinco anos maior do que em homens. A idade de princípio é considerada como um fato importante para o prognóstico. Quando a doença se inicia antes dos 20 anos o prognóstico é pior. A idade de início no homem é menor que na mulher, 15 a 25 anos e 25 a 35 anos, respectivamente.
O início da doença é diagnosticado mais precocemente nos homensdo que em mulheres, porém, o históricofamiliar positivo para Transtornos Psicóticos faz com que a idade de início sejaprecoce para homens e mulheres. As mulheres tendem a ter um curso mais ameno da esquizofrenia e, por conseguinte, um melhor prognóstico e uma melhor possibilidade de adaptação social.
Alguns estudiosos como Dallye Heatherdefinem a esquizofrenia como sendo um grupo de moléstias, caracterizada por perturbações mentais, com tendência a fuga da realidade.
As pesquisas ligadas à esquizofrenia sãoproporcionais a sua importância em diversas esferas e níveis socioeconômicos, pois pacientes com determinado transtorno psiquiátrico tendem a ser acometidos no cume da sua vida produtiva, que no caso é na adolescência ou início da idade adulta. Vale lembrar que os prejuízos causados por tal condição são imensuráveis e acaba por levar tal paciente ao isolamento social, fazendo com que o indivíduo apresente mais danos em sua vida, o que vai influir diretamente na sua qualidade de vida.
Em pesquisas já realizadas, as projeções epidemiológicas referentes à saúde mental enfatizam a magnitude dos problemas mentais, que aumentarão dentro de 25 anos. Há uma estimativa de que em cada quatro habitantes do planeta, um enfrentará algum tipo de transtorno mental podendo ser a depressão, a esquizofrenia, o atraso mental, o distúrbio da infância e adolescência, a dependência de álcool ou de drogas ou o Mal de Alzheimer (VASCONCELOS; REBELO; MARAU, 1999).
Ospacientes esquizofrênicos, assim como familiares, acabam, de forma geral, estigmatizados pela sociedade. Esse estigma, causado pela incompreensão da real situação, agrava ainda mais o quadro do paciente, pois tende a aumentar o isolamento do indivíduo, o que dificulta as inter-relações, minimizando assimaspossibilidades de educação e empregabilidade, aumentando a probabilidade de uso de drogas ilícitas.
Em concordância com o exposto acima sobre o uso de drogas ilícitas por pacientes esquizofrênicos, calcula-se que 50% dos esquizofrênicos façam uso drogas. A utilização de drogas ilícitas pode promover anão adesão à medicação prescrita e causar recidivas constantes a doença, internações habituais, declínio da capacidade cognitiva e perda do apoio social e familiar.
Devido aos diversos sintomas e a multiplicidade das suas causas, não há fator etiológico considerado como causador dessa desordem cerebral. Um modelo para integração de fatores etiológicos é o de estresse-diátese, segundo o qual um indivíduo pode ter uma vulnerabilidade específica (diátese) que quando influenciada por fatores ambientais estressantes, permite o desenvolvimento dos sintomas da esquizofrenia.
A reforma psiquiátrica iniciou-se na década de 70 e objetiva a substituição do modelo hospitalocêntrico, ou seja, o hospital deixaria de ser o único modo para o auxílio e tratamento de pessoas com transtornos mentais. Este movimento trouxe novas formas de acompanhamento para esta clientela, buscando superar o preconceito e integrá-los no convívio social e familiar.
Os profissionais que participaram do Movimento da Reforma Psiquiátrica objetivavam a mudança das diretrizes do acompanhamento de pacientes com transtornos mentais, fazendo com que o Modelo Hospitalocêntrico fosse abolido. De tal forma em substituição a esse modelo surgiram os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que objetivam melhorar a qualidade de vidas dos doentes mentais.
Os CAPS são instituições que acolhem os pacientes com transtornos mentais, encorajam sua reintegração social e familiar, ajuda-nos em suas novas perspectivas de busca da autonomia, oferta atendimento médico, de enfermagem e psicológico. Sua principal intenção é buscar a reintegração dessas pessoas com Transtornos Severos a um ambiente social e cultural. Os CAPS são a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica.
Devido à relevância do transtorno psicótico – tanto para a saúde pública como para o indivíduo e sua família, bem como para a equipe multiprofissional, na qual o enfermeiro está incluso, que presta assistência aos usuários do CAPS II – a finalidade desta pesquisa é levantar dados sobre o perfil epidemiológico dos usuários com diagnóstico de esquizofrenia, pacientes do CAPS II de Santa Inês - Maranhão. Portanto, a partir deste levantamento espera-se identificar as principais necessidades desses usuários, planejando ações voltadas para clientela, identificando os pacientes com mais necessidades. Vale lembrar que os resultados desta pesquisa servirão de alicerce para novas ações do CAPS IIe de tal forma enriquecendo cada vez mais o trabalho da enfermagem.
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