O ENVELHECIMENTO NA ENFERMAGEM
Por: Deysne Rafael • 6/6/2019 • Trabalho acadêmico • 2.346 Palavras (10 Páginas) • 323 Visualizações
INTRODUÇÃO
O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da maioria das sociedades no mundo inteiro. O índice de pessoas com mais de sessenta anos está aumentando. Tanto isso é verdade que se estima para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões de pessoas com sessenta anos ou mais no mundo, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento, o aumento da expectativa de vida, associa-se à relativa melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, às campanhas nacionais de vacinação, aos avanços tecnológicos da medicina, ao aumento do número de atendimentos pré-natais, o acompanhamento clínico dos recém-nascidos e o incentivo do aleitamento materno, ao aumento do nível de escolaridade da população, aos investimentos na infraestrutura e saneamento básico e à percepção dos indivíduos com relação às enfermidades. esse efeito que tem produzido transformações no padrão etário da população, sobretudo a partir de meados dos anos de 1980, onde a pirâmide populacional tipicamente triangular com uma base alargada, cede lugar a uma pirâmide populacional com base mais estreita e vértice mais largo característico de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2011, atualmente existem no Brasil, aproximadamente, 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa pelo menos 10% da população brasileira. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde – OMS, no período de 1950 a 2025, o grupo de idosos no país deverá ter aumentado em quinze vezes, enquanto a população total em cinco. Assim, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade. É importante destacar ainda, as diferenças existentes em relação ao processo de envelhecimento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Enquanto nos desenvolvidos o envelhecimento ocorreu de forma lenta e associado à melhoria nas condições gerais de vida, nos em desenvolvimento, esse processo vem ocorrendo de forma rápida, sem que haja tempo de uma reorganização social e de saúde adequadas para atender às novas demandas emergentes. Devemos ressaltar ainda, que o envelhecimento não é homogêneo para todos os seres humanos, sendo influenciado pelos processos de discriminação e exclusão associados ao gênero, à etnia, ao racismo, as condições sociais e econômicas, a região geográfica de origem e a localização de moradia.
Para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) envelhecimento é definido como: Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. Diariamente evidenciamos concepções negativas relacionadas à pessoa idosa, e por estarem passando por processos de inúmeras transformações biológicas, fato que os tornam mais susceptíveis a determinadas doenças crônico-degenerativas, é importante que eles tenham qualidade de vida e receba apoio da comunidade e da família, o que pode ser alcançado com a contribuição do setor saúde. Diante desta realidade, em 1994 foi implantado a Estratégia de Saúde da Família (ESF), onde a atenção básica passa a ser esquematizada de forma diferenciada com o intuito de desenvolver ações que visem à promoção, proteção, recuperação da saúde e a prevenção de doenças. A ESF assume também, o papel de inclusão de todos os indivíduos, sem distinção de gênero, cor, raça ou classe social, com um enfoque multiprofissional, onde a equipe de enfermagem possui um papel de extrema responsabilidade, a qual deverá estar devidamente qualificada para atender qualitativa e quantitativamente as necessidades individuais e coletivas de todas as pessoas, e em especial os da população idosa.
A implantação de programas para a promoção de saúde do idoso são cada vez mais necessários, devido ao crescente aumento dessa faixa etária em todo o país, e do ponto de vista gerontológico essas ações devem envolver a promoção do envelhecimento saudável e ativo, assim como a preservação ao máximo das capacidades funcionais dos idosos. Porém, promover a saúde não tem sido tão fácil, é necessário mais do que o acesso a serviços médicos assistenciais de qualidade, é preciso enfrentar os determinantes da saúde em toda a sua amplitude, o que requer políticas públicas saudáveis, uma efetiva articulação intersetorial do poder público e a mobilização da população, ou seja, é necessário trabalhar a ideia que promover a saúde é um dever de todos. O fato de a população idosa brasileira estar crescendo de forma considerável nos últimos anos, gera a necessidade de se enfatizar a importância das ações de promoção da saúde, a manutenção da autonomia e a valorização das redes de suporte social, o que traz impactos nas diversas formas de se prestar assistência aos idosos, assim como de se rever as ações de enfermagem para com essa parcela da população. O interesse pelo assunto surgiu a partir da observação da grande dificuldade que os profissionais enfermeiros, assim como família e sociedade, encontram em lidar com as modificações e exigências geradas pelo envelhecimento, juntamente á falta de qualificação profissional centrada na assistência ao idoso, espaço físico adaptado e políticas públicas de relevância que contemplem as demandas geradas por esse “novo” ator social. Traz como objetivo geral conhecer o papel da enfermagem na unidade básica de saúde e sua contribuição para a promoção do envelhecimento saudável e ativo.
DESENVOLVIMENTO
Trata-se de uma revisão bibliográfica que tem caráter descritiva, analítica e retrospectiva abordando a temática do papel do enfermeiro na promoção e qualidade de vida para o envelhecimento saudável.
A enfermagem é conhecida como a arte de cuidar e está totalmente inserida no contexto da Educação em Saúde, onde o Enfermeiro é um instrumento de fundamental importância na promoção da saúde, assumindo o papel do educador levando informações, realizando ações educativas em parceria com demais segmentos da sociedade, sendo transformador e proporcionando conhecimento, permeando assim que os indivíduos sejam capazes de adotar práticas de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida. É papel de o enfermeiro realizar consulta de enfermagem, incluindo a avaliação multidimensional rápida e instrumentos complementares, se necessário,
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