Reflexão Acerca da Gerência em Enfermagem: Somos todos Competentes?
Por: samantabp • 11/9/2018 • Resenha • 894 Palavras (4 Páginas) • 343 Visualizações
Reflexão Acerca da Gerência em Enfermagem: Somos todos Competentes?
Autores: Luiza de Oliveira Pitthan, Laura Azevedo Guido, Graciele Fernanda da Costa Linch. Rev Enferm, UFPE, 2010.
Considerando algumas questões sobre gerenciamento de enfermagem, será necessário um resgate sobre os objetivos que nortearam as ações de enfermagem e as mudanças que estão ocorrendo no cenário de saúde atual. A abordagem clássica, considerada teoria pioneira nos estudos de administração, tinha finalidade de resolver os problemas decorrentes do crescimento acelerado e desorganizado das empresas, que precisavam encontrar formas eficientes de racionalizar o trabalho e aumentar a produção. Tal abordagem teórica reuniu as idéias de Taylor e Fayol, que ficaram conhecidos como os precursores das escolas científica e clássica da administração.
O presente artigo tem como assunto principal refletir sobre as competências do enfermeiro para a gerência dos serviços de saúde. A pesquisa foi realizada como fonte de consecução dos dados, utilizaram-se artigos discutidos na disciplina “Concepções Teóricas em Gestão e Trabalho”, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFSM, e outros artigos selecionados nas bases de dados Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Medline (Literatura Internacional em Ciências da Saúde).
A estrutura organizacional da enfermagem estabelece-se, sob concepções rígidas de poder decisório e conceitos distorcidos de autoridade, uma vez que os profissionais que ocupam cargos de gerência muitas vezes encontram-se distantes da base operacional e utilizam uma comunicação truncada, que não permite que os trabalhadores estejam em sintonia com seus colegas e nem com os problemas do seu local de trabalho. A enfermeira tem desempenhado papel de controladora do trabalho dos demais elementos da equipe de enfermagem, é vista apenas como uma profissional que determina e controla as atividades executadas, direcionando o seu trabalho principalmente em atividades administrativas burocráticas, que na maioria das vezes, a um distanciamento da assistência prestada ao paciente.
Nos dias de hoje, as competências de enfermagem têm sido tratadas como o somatório das linhas de pensamento americana e europeia, que atribuem a entrega de uma determinada função ou tarefa às características do perfil da pessoa, o que pode ajudar a desenvolver as competências para a organização, com maior facilidade. A competência pode ser classificada sob o ponto de vista pessoal, a partir das competências essenciais relacionadas ao indivíduo, à equipe e seu desenvolvimento, e do ponto de vista empresarial, a partir das competências organizacionais, relacionadas às estratégias corporativas.
Gerenciar a assistência de enfermagem implica em conhecer os problemas mais comuns do setor de trabalho, levantando as necessidades da clientela atendida, minimizando os conflitos da equipe de enfermagem, além de desenvolver habilidades técnico-científicas e de liderança, para desempenhar um papel de articuladora entre os demais profissionais que atuam nas unidades, tendo como objetivo principal o cuidado prestado aos usuários que necessitam desses serviços, sendo assim ser competente implica em saber o que fazer em cada situação concreta, é sentir-se capaz de desempenhar as atividades de enfermeiro, ter coragem e habilidade para promover e aceitar mudanças, sempre que elas forem necessárias, e ter humildade para retroceder e recomeçar quando for preciso.
Segundo os autores, o enfermeiro tem em sua essência, o contato com o outro, seja no exercício da arte de cuidar, ou gerenciando equipes e preocupando-se com quem cuida, pratica a equidade na tomada de decisões, norteando-se pela ética e a lei do exercício profissional, orientando novas condutas, buscando a participação de seus pares na construção de planos e projetos, mas dificilmente encontram-se enfermeiros que apresentem todas essas características em cargos de poder. A todo o momento, surgiram conflitos em qualquer instituição ou serviço, e uma das maneiras mais sensata de resolvê-los é por meio da negociação. Em uma negociação, é importante que todos os interessados sejam levados em conta, para que possa haver um acordo digno de ser aceito, sem gerar ansiedade e desconforto. O sucesso em toda equipe de saúde é obtido através de bons relacionamentos. Todo profissional que possuir a capacidade de criar e manter relacionamentos leais estará trabalhando em seu próprio benefício, em benefício dos clientes, colaboradores, coordenadores e da organização, em prol de uma assistência com qualidade e decência. Entende-se que, o desenvolvimento das competências depende das situações vivenciadas e das trocas que realizamos com os nossos pares, na busca por um ideal comum, que é a assistência ao indivíduo de quem cuidamos.
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