Disciplina: Farmacognosia Aplicada
Por: lyviamarreiros • 24/7/2021 • Trabalho acadêmico • 2.681 Palavras (11 Páginas) • 362 Visualizações
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU – UNINASSAU[pic 1][pic 2]
Curso: Farmácia
Disciplina: Farmacognosia Aplicada
Professora: Lyghia Meirelles
Gerssyka Maria Moura e Silva
Lyvia Pimentel Dantas Marreiros
Maria das Dores dos Santos
Patrícia Cristina Silva Costa
BELLADONA
TERESINA – PI
2020
Belladona
Designação
Nome científico: Atropa belladonna L.
Outros nomes populares: beladona, bela-dama, erva-envenenada; erva-do-diabo; tollkirsche (alemão); belladona (espanhol, inglês); belladone (francês); deadly nightshade, dwale (inglês); belladonna (italiano) (Monteiro et al., 2007/2008).
Origem da planta
Atropa belladonna L., conhecida pelo nome comum de beladona, é uma planta subarbustiva perene. Linnaeus, em 1753, denominou esta planta de Atropa belladonna, devido ao facto de as mulheres, naquela época, utilizarem extratos de Atropa nos olhos para dilatar as pupilas de modo a ficarem mais belas, denominando assim o epíteto específico da espécie de belladonna (do italiano mulher bela) (Lee, 2007). A esse nome, juntou o de Atropa, baseando-se em Atropos que era, segundo a mitologia grega, a divindade responsável pela morte das pessoas (Monteiro et al., 2007/2008).
Por apresentar uma grande quantidade de alcaloides tropânicos em todas as suas partes a Atropa belladona é considerada uma das plantas mais venenosas encontrada na literatura, ingestão de apenas uma folha ou quantidades superiores a 5 bagas pode ser fatal. (MARTINEZ, 2009).
Atropa belladonna é indicada para inflamações locais, agudas, cefaleia intensa, congestiva e latejante, nevralgia facial, coriza, mucosa misturada com sangue, cefaleia por fluxo catarral suprimido (ALONSO, 1998).
Encontra sua principal indicação em processos agudos, de aparecimento brusco e violento, muitas vezes inflamatórios (principalmente, pulmões, cérebro, fígado e garganta) e geralmente febris, em que sempre estão presentes uma série de sinais objetivos que não permitem duvidar: rosto vermelho vivo, olhar brilhante, midríase, batimentos, e dilatação em toda artéria superficial, principalmente nas carótidas, e taquicardia com pulso cheio e duro (VIJNOVSKY, 2003).
Os vasos sanguíneos (com exceção dos que irrigam a musculatura esquelética) não possuem inervação colinérgica, portanto não são afetados pela atropina. Em doses elevadas, a atropina causa dilatação de vasos sanguíneos cutâneos, notadamente na face e no pescoço, resultando no aparecimento do “rubor atropínico”. Esse efeito não parece decorrer da ação antimuscarínica do fármaco, mas de uma ação direta da liberação de histamina. O rubor é sinal típico de intoxicação atropínica (SOARES, 2007).
Atropa beladona tem sido usada há séculos no tratamento de diversas doenças, tanto na homeopatia quanto na medicina convencional. Embora existam muitos efeitos colaterais e contradições da Belladonna, as qualidades medicinais valiosas excedem em muito os perigos de efeitos colaterais indesejados e intoxicação acidental.
Segundo Monteiro et al (2008), a classificação taxonômica é:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Gênero: Atropa
Espécie: Atropa belladonna
A beladona encontra-se distribuída naturalmente pela Europa, Norte de África e Ásia Ocidental e foi introduzida em partes da América do Norte e do Sul (Lee, 2007).
Botânica
Planta perene com raiz carnosa fusiforme apresentando numerosas ramificações de cor parda. Pode atingir até 2 m de altura. É lignificada na base, ramificada apresentando pelos glandulosos. (Farmacopeia homeopata 3ª ed)
O caule é ereto, ramificado e pubescente, apresentando-se muito lenhificado na base. As suas raízes são espessas pivotantes (MONTEIRO et al., 2007/2008).
As folhas são ovais - lanceoladas, de ápice acuminado, com um pecíolo curto (0,5 a 4,0 cm) e encontram-se alternadas no caule (folhas alternas); as folhas superiores são geminadas (ocorrem aos pares) e são muito desiguais no tamanho e formato, inteiras ou sinuadas, mais ou menos glabras, sendo que uma é relativamente maior do que a outra. Medem 5 a 25 cm de comprimento por 4 a 12 cm de largura. A coloração varia do verde a castanho-esverdeado, sendo mais escuras na face adaxial. Quando secas, são enrugadas, friáveis e delgadas. As jovens são pubescentes, porém as mais idosas apresentam-se apenas ligeiramente pubescentes ao longo das nervuras e no pecíolo. Relativamente à enervação, é do tipo peninérvea. As folhas contêm um óleo que apresenta um odor nauseabundo, podendo causar erupções postulares senão forem manuseadas cuidadosamente (FERREIRA, 2014).
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Figura 1: Folhagem da Atropa beladona.
A flor forma-se entre os pecíolos de duas folhas geminadas. São flores solitárias, túbulo-campanuladas (em forma de sino), com cálice persistente, verde, com 5 lobos pubescentes. A corola, de 2,5 cm de comprimento por 1,2 cm de largura, apresenta uma cor violácea, com 5 pequenos lobos voltados para o exterior. A corola apresenta uma coloração mais castanho-amarelada na sua parte inferior (MONTEIRO et al., 2007/2008)
A flor dá origem ao fruto, que é uma baga de cor verde quando imatura, e de cor preta brilhante quando madura (muito idêntico a cerejas). Os frutos são bagas globosas, negras, luzidias e doces, com cerca de 1 centímetro de diâmetro. Em uma única baga há um grande número de sementes de pequena dimensão (LEE, 2007).
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Figura 2: Bagas de beladona.
A espécie é pouco tolerante à exposição direta à radiação solar, preferindo habitats com sombra e solos ricos em limo e úmidos, principalmente à beira de rios, lagos e represas. Havendo exposição excessiva ao sol a Beladona é atacada por praga de insetos, destacando o Epitrixatropae, causando necrose (BENJAMIN et al., 1987) (KERBAUY,2008).
Principais metabolitos
A Atropa belladona podem ser encontrados vários princípios ativos, contendo diversos alcaloides derivados do tropano, dentre eles: escopolamina, beladonina, ácido trópico, atropina e hiosciamina.
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