O SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO
Por: Rosana Lima • 23/1/2023 • Trabalho acadêmico • 1.324 Palavras (6 Páginas) • 96 Visualizações
RESUMO - IMUNE ADAPTATIVA
A resposta imune adaptativa é a segunda linha de ação que nosso corpo tem para responder a entrada de um antígeno. Essa resposta também pode ser chamada de resposta imune adquirida ou específica. Recebe esse nome porque essa resposta é a imunidade que um indivíduo desenvolve após ter tido contato com antígeno. As células que participam dessa resposta são os linfócitos T e B.
Quando um antígeno entra em contato com o sistema imune eles são reconhecidos primeiramente pelo sistema imune inato. Diante disso, quando o corpo é infectado pelo vírus Sars-Cov-2 são as células apresentadoras de antígenos (APC) que são ativadas. Nesse sentido, a célula dendrítica, uma célula apresentadora de antígeno do sistema imune inato, vai englobar um peptídeo viral e expressar diferentes respostas imunonológicas ativando o sistema imune adaptativo presente nos linfonodos.
A célula dendrítica reconhece o imunógeno causador da covid-19 e expressa o fator de histocompatibilidade (MHC) de classe I e II e e induz a expressão de moléculas coestimulatórias. O MHC de classe I, é reconhecido pelo receptor de célula T (TCR) da célula T CD8+ naive, mas, além disso, várias outras proteínas da superfície da célula T participam do processo de ativação, como moléculas de adesão, correceptores e moléculas coestimulatórias como a IL-2, a IL-12, o interferon (IFN) do tipo I, a IL-15 e a IL-21. A IL-2. Todo esse reconhecimento resulta na ativação de linfócitos T CD8+ (linfócito T citotóxico) que irão entrar em expansão clonal produzindo células T CD8+ de memória que serão armazenadas para combater um futura infecção com esse mesmo antígeno, e células T CD8+ efetoras que irão reconhecer as células que foram infectados pelo antígeno a fim de eliminá-las liberando porfirinas e granzimas. A perforina adere à membrana plasmática da célula infectada e danifica a sua estrutura, enquanto a granzima entra na célula e induz a apoptose da célula levando a destruição dos organismos invasores.
Ademais, após o reconhecimento do imunógeno pela célula dendrítica ele expressa não só o MHC de classe I, mas também o MHC de classe I. O MHC de classe II que expressa o peptídeo do antígeno é reconhecido pelo TCR do linfócito T CD4+ (célula T helpher) naive ativando-o. As funções das células T CD4+ efetoras são recrutar e ativar os fagócitos e outros leucócitos que irão destruir os microrganismos intracelulares e alguns extracelulares, além de estimularem os linfócitos B a produzir anticorpos.
Depois de ativado, as células T CD4+ vão entrar em expansão clonal e formar células T CD4+ de memória que serão armazenadas para combater um futura infecção com esse mesmo antígeno, e células T CD4+ efetoras. Existem três tipos de células T CD4+ efetoras: Th1, Th2 e Th17.
A diferenciação em Th1 é influenciada principalmente pelas citocinas interleucina-12 (IL-12) e IFN-γ e ocorre em resposta a microrganismos que ativam as células dendríticas, macrófagos e células NK. As células Th1 produzem fator de necrose tumoral (TNF) e várias quimiocinas, que contribuem para o recrutamento dos leucócitos e inflamação aumentada além de IFN-γ. O IFN-γ é a principal citocina de ativação de macrófagos que irão ingerir e digerir microrganismos.
A diferenciação em Th2 é induzida pela citocina IL-4 e ocorre em resposta a helmintos e alérgenos atuando principalmente sobre eosinófilos e mastócitos. O subtipo Th2 vai expressar as citocinas IL-4, IL-13, IL-5. A IL-13 atua no aumento da secreção de muco das células epiteliais e das vias respiratórias e intestinais e, em conjunto com a IL-4, contribui para uma forma alternativa de ativação dos macrófagos, estimula o peristaltismo no trato gastrintestinal, estimula o recrutamento de leucócitos e atua na defesa contra helmintos e na inflamação alérgica. A IL-5 contribui para a ativação dos eosinófilos maduros e a estimulação do crescimento e diferenciação dos eosinófilos. Já as características da IL-4 são induzir a mudança de Ig da célula B para o isotipo IgE e ser um fator de crescimento autócrino para células Th2 diferenciadas.
A diferenciação em Th17 é induzida pelas citocinas IL-6, TGF-β, IL-21 e IL-23 e atuam contra os microrganismos através do recrutamento dos leucócitos, principalmente neutrófilos, para os locais de infecção. O subtipo Th17 vai expressar IL-17 e IL-22. A Il- 17 induz a inflamação através de uma grande quantidade de neutrófilos, estimula a produção de outras citocinas e quimiocinas que recrutam neutrófilos e monócitos, e estimula a produção de substâncias antimicrobianas como as defensinas. A IL-22 contribui para a inflamação através da estimulação da produção epitelial de quimiocinas, podendo estar envolvida nas lesões de tecido em doenças inflamatórias.
Há ainda mais dois tipos de células T CD4+ efetoras, as células T reguladoras (Treg) e as células T foliculares (Tfh). Primeiramente, a função das células T reguladoras é suprimir as respostas das células T efetoras, pois estão envolvidas na limitação da resposta imune e na prevenção de respostas autoimunes, e inflamação. Ademais, as células Tfh fornecem auxílio para a produção de anticorpos de alta afinidade pelas células B nos folículos linfoides pois produzem grandes quantidades de IL-21, principal citocina envolvida com a estimulação de linfócitos B e consequente entrada na reação de centro germinativo, sofrendo troca de classes de Igs, maturação de afinidade e geração de memória.
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