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Perfil do profissional farmacêutico

Por:   •  10/7/2015  •  Artigo  •  5.615 Palavras (23 Páginas)  •  592 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

        

Atualmente, a realidade do envelhecimento deixa de ser uma mera preocupação individual para tornar-se uma questão relevante da sociedade, uma vez que traz consigo repercussões sociais, políticas e culturais. Envelhecer já não é mérito de uma pequena parcela da população, da qual era no passado, privilégio de poucos, e isso passou a ser uma experiência de um número crescente de pessoas em todo o mundo (MIRANDA, 2000).

De fato no ano 1000 A. C., a expectativa de vida chegava há 25 anos, em 1900, no Brasil era em torno de 33 anos, encerrou-se o século XX com uma aproximadamente 68 anos de vida. Esta mudança no perfil demográfico, iniciada na segunda metade dos anos 70, ocorreu quando houve um declínio da taxa de natalidade (BRITO E RAMOS 1996).

Hoje a população mundial de idosos gira em torno de 580 milhões; no ano de 2020, será um bilhão, ¾ dos quais vivendo em países em desenvolvimento (CURY, 1994).

Esse crescimento acontece, pois a sociedade primitiva caracterizou-se por altas taxas de natalidade e mortalidade com baixa expectativa de vida ao nascer e predominância de doenças infecciosas e parasitárias, já sociedade moderna apresentam baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Segundo Estatuto do Idoso (2003) a questão do envelhecimento se tornou crucial para esta época em que vivemos. Com o aumento do tempo de vida, o contingente de pessoas idosas habitantes da Terra é expressivamente numeroso e continua crescendo (SOUZA, 2000).

Dessa forma, muda o perfil da população no Terceiro Milênio da História e, com isso, mudam todas as faces da vida humana: cultural, social, política, econômica, ambiental, familiar, mesmo com a predominância de doenças crônica – degenerativa e suas complicações, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, osteoartrose e entres outras como confirma o Estatuto do Idoso; LEI Nº 10.741. Tal fato tem despertado a atenção para os problemas enfrentados pelos idosos e mostrando a necessidade de se garantir condições que propiciem o envelhecimento com dignidade. (ESTATUTO DO IDOSO 1994).

Observa-se que o fato de todos os direitos previstos no estatuto é fundamental, porém é o direito de dar assistência, buscar melhor condições de tratamentos e amenizar os efeitos de tais doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão arterial, se faz perceber que a velhice é não apenas continuar a vida e sim somar experiências, cuidar da humanidade a prosseguir na expectativa de vida humana de forma ética e solidária, portanto a velhice deve ser considerada como idade da vivência de experiência já passada e que jamais devem ser desperdiçada por conta de falta de cuidado (BRASIL, 2006).

O proposito do tema é analisar a atenção do farmacêutico, no auxilio ao idoso e nos cuidados que devem ser atribuído a hipertensão arterial e diabete mellitus, para conseguir o máximo beneficio possível em termo de saúde. Já que os hipertensos e diabéticos idosos necessitam de maior acompanhamento individualizado durante o tratamento, para que possam ser supridas as necessidades particulares de cada paciente.

Além disso, o farmacêutico busca conscientizar o paciente idoso a buscar qualidade de vida; elencar os cuidados que o farmacêutico pode ofertar aos pacientes idosos; compreender as necessidades das pessoas idosas em relação à automedicação.

O estudo justifica-se pelo crescimento da população idosa. Assim como conhecer a percepção do idoso frente ao farmacêutico para que se possa desenvolver uma relação farmacêutico/paciente favorável que permita o desenvolvimento efetivo do seguimento farmacoterapêutico, aprimorando sua habilidade de comunicação segundo as necessidades apresentadas pelo idoso.

O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura, de natureza descritiva e de caráter qualitativo, onde as fontes de dados utilizadas foram: artigos científicos, bases de dados como Scielo, Lilacs, Google Acadêmico, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Tendo como período as pesquisas entre 1985 a 2013.  Foram excluídos os artigos que não apresentavam especificidade do tema proposto e que não respeitassem o período supracitado.

2 O ENVELHECIMENTO E O SURGIMENTO DE DOENÇA CRÔNICA

        Compreender o envelhecimento da população é um dos maiores desafios da humanidade, o crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical e bastante acelerada. Cabendo a sociedade a criação de ações que garantam o direito, a igualdade e o exercício da cidadania desse grupo etário (CARVALHO, 2003).

        Essas medidas são tomadas através de Lei específica e do fortalecimento das políticas públicas que facilitam a vida da pessoa idosa. Segundo o Estatuto do Idoso Lei nº 10.741 de 01 de outubro de 2003, diz que:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar o idoso com absoluta prioridade à efetivação do direito a vida, a saúde, a alimentação, a educação, a cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária. (ESTATUTO DO IDOSO 2003).

         As politicas públicas para promoção da saúde do idoso visam ações contínuas dos serviços para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso incluindo a atenção especial às doenças. Ao se tratar da saúde do idoso é relevante discutir o controle da pressão arterial e do diabetes, uma vez que essas doenças foram observadas em alto índice na população (ESTATUTO DO IDOSO; LEI Nº 10.741, 1994).  

        Mediante o exposto, é importante observar e discutir até que ponto esse idoso recebe tratamento e atenção adequada, pois percebe-se que muitos desses cidadãos não tem conhecimento claro dos seus direitos. Envelhecer com saúde é um direito de cidadania (LESSA, 2001).

O número de pessoas acima de 60 anos, representaram 32% da população mundial. Este aumento acontece mais rápido do que os outros grupos etários em quase todos os países. Neste sentido a população mundial é de 705 milhões e estima-se que até 2050 chegará a dois milhões, sendo a maioria deles localizada em países em desenvolvimento (ONU, 2007).

         Dados também apontam que as doenças crônicas mostraram-se 100% entre os idosos como: As doenças cardiovasculares, a osteoporose, Alzheimer, Parkinson, a depressão, a demência e a incontinência urinária, entre outras doenças que tem uma prevalência em pessoas idosas, mas, sendo a de maior prevalência a Hipertensão e o Diabetes Mellitus (CAMARANO; KANSO, 2009).

Beauvoir, (1990) ressalta que:

Há uma relação de reciprocidade entre velhice e doença; esta última acelera a senilidade e a idade avançada predispõe a perturbações patológicas, particularmente aos processos degenerativos que a caracterizam. É muito raro encontrar o que poderíamos chamar de velhice no estado puro. (BEAUVOIR, 1990, p.37)

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