Resenha sobre A SÍNDROME DE BURNOUT E O TRABALHO DOCENTE
Por: luquinhasbastos • 31/3/2016 • Resenha • 908 Palavras (4 Páginas) • 1.984 Visualizações
A SÍNDROME DE BORNOUT E O TRABALHO DOCENTE
Mary Sandra Carlotto, Psicóloga, doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de Santiago de Compostela e professora no Departamento de Psicologia da ULBRA.
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A educação é imprescindível no contexto atual. Sem ela, não haveria socialização, pensamentos no futuro, a violência teria níveis mais altos, não haveria harmonia entre os cidadãos e até mesmo boas maneiras.
O artigo científico escrito por Mary Sandra Carlotto acerca da relação entre Síndrome de Bornout e professor é muito preciso e direto em suas palavras, além de ter uma divisão bastante didática para o melhor entendimento do leitor, facilitando assim a sua interpretação.
Em séculos passados, o papel de educar estava nas mãos dos pais e, principalmente, dos membros do clero. Eram eles que mostravam aos filhos como viver na sociedade em que viviam e a saber lhe dar com as situações do cotidiano. Porém, conforme o tempo foi passando, foi surgindo a necessidade da criação de um profissional que trabalhasse com crianças e se doasse para educá-las. Nesse processo surgiu o professor.
Entretanto, os papéis foram se invertendo. Ao invés dos pais possuírem a maior responsabilidade sobre a educação dos filhos, esse papel foi transferido para o professor paulatinamente, tornando uma profissão bastante cobrada, como é até hoje.
Segundo a autora desse artigo científico, a partir dessa inversão de valores, o professor assumiu uma posição em que ficou vulnerável a um maior risco de adquirir problemas de saúde, principalmente no âmbito psicológico. Estudos foram realizados com o passar dos anos e foi descoberto um problema que afeta não só professores, mas também outros trabalhadores: a Síndrome de Bornout.
A Síndrome de Bornout trata-se de um distúrbio psíquico causado por altos índices de estresse relacionados ao trabalho e, partindo dessa definição, pode-se perceber o quanto o professor está vulnerável a obter o Bornout. A falta de reconhecimento e o conflito com alunos e administradores são alguns exemplos citados.
A autora do artigo descreve com muita precisão vários fatores que levam ao educador o maior risco de obter o distúrbio. Entre eles estão as maiores exigências sobre o educador e o fato de trabalhar diretamente com pessoas, pois as profissões em que há maiores tendências são as que estão relacionadas com tratamento (médicos, enfermeiros) e a educação.
Na obra, o fator crucial para a chamada de atenção do leitor é a ênfase na importância do pensamento de que nem sempre o mal-estar em que o educador sente é apenas um estresse comum, mas algo que pode ser avançado e necessita de um tratamento para o profissional educador, caso se encontre numa situação diferente de sintomas que parecem comuns por causa do trabalho, como dores de cabeça e nas costas, ansiedade, irritabilidade e exaustão fora do normal. É enfatizado os cuidados que o profissional deve ter nas situações e nas consequências da conduta no local em que trabalha (escolas, faculdades, etc.), além dos fatores que levam ao Bornout.
O professor, durante as suas atividades, se depara com diversos problemas que o abalam de maneira muito forte. As instituições de ensino, a cada dia que passa, estão se transformando não mais em um local de aprendizagem, mas em empresas rentáveis, principalmente as particulares. Com isso, o papel do professor é meramente coadjuvante, sem um total reconhecimento do seu esforço e importância. Além disso, o profissional é obrigado a lhe dar com diversos problemas que ocorrem entre ele e os alunos e também com os administradores. Tudo isso acarreta na obtenção da Síndrome de Bornout, tornando o educador menos entusiasmado para o ensino, não acredita mais no seu potencial, falta-lhe carisma e os seus fracassos são mais comentados do que o sucesso, tornando o profissional desacreditado e sem condições de permanecer no cargo.
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