Toxicologia dos Medicamentos
Por: Jéssica Carvalho • 5/5/2018 • Dissertação • 12.123 Palavras (49 Páginas) • 282 Visualizações
Toxicologia dos Medicamentos.
Aula 1 – Introdução – colocar.
Aula 2 – Farmacocinética.
Os fatores intervenientes entre a administração de um medicamento e o desfecho clínico envolvem: fase biofarmacêutico (fármaco, formulação e toxicologia de produção), farmacocinética e farmacodinâmica.
Farmacocinética refere-se ao movimento do fármaco no organismo. Como é o movimento do fármaco no organismo só se pode estudar in vivo, apesar de ter estudos in vitro que dão estimativas de ocorrência desses processos. As vezes não é só o fármaco que se estuda, pois, dependendo do produto o metabólito é importante do ponto de vista farmacológico ou toxicológico, e por isso algumas vezes ele também deve ser estudado. O movimento estudado é: absorção, metabolismo, distribuição e excreção, e esses processos são quantificados e procura-se compreender os fenômenos envolvidos na passagem do fármaco pelo organismo. Compreender os fenômenos é importante para adequar uma formulação ou porque para alguns indivíduos se obtém desfechos clínicos diferentes do esperado, por exemplo.
Farmacocinética: estudo quantitativo do desenvolvimento temporal do movimento dos fármacos e seus metabólitos após sua administração em um organismo através da aplicação de modelos matemáticos.
Se dá uma importância a farmacocinética porque há uma relação dose x efeito e uma relação concentração plasmática x efeito. A medida que administra uma dose, se a concentração plasmática for muito baixa pode não ter um efeito terapêutico, não controlando a doença. Se tiver uma concentração plasmática dentro da faixa desejada, terá um efeito clínico desejado, e se a concentração for muito elevada tem o aparecimento de efeito adverso (aparece com concentrações dentro da faixa terapêutica) ou uma intoxicação aguda (aparecem efeitos que não aparecem comumente na faixa terapêutica, aparecem em doses excessivas).
A concentração plasmática oscila após a administração do medicamento devido aos movimentos do fármaco no organismo. No caso de administração extravascular se tem o processo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção, e eles acontecem simultaneamente, onde a medida que que se tem a absorção, ocorre já a distribuição e consequentemente eliminação (metabolismo + excreção), isso de forma simultânea. Alguns processos favorecem a concentração plasmática, e outros processos podem desfavorecer a concentração plasmática, logo, a farmacocinética envolve dois processos globais: Imput (favorecem a concentração plasmática, envolvendo a introdução direta do fármaco no vaso e absorção) e Disposição (processo que desfavorecem a concentração plasmática, envolvendo a distribuição e a eliminação – metabolismo + excreção).
O movimento do fármaco no organismo acontece de forma a obedecer a constante do fármaco em determinado processo. Logo, quando se vai absorver um fármaco a velocidade de absorção vai ser comandada pela constante de absorção e a quantidade de fármaco disponível para ser absorvido. Sendo assim a velocidade de processo em farmacocinética é igual a constante referente aquela fase e a concentração do fármaco disponível para realizar determinado processo. A medida que vai administrando o fármaco aumenta a velocidade de absorção, que vai diminuindo conforme ocorre a diminuição da concentração do fármaco disponível para a absorção, e a medida que vai absorvendo ocorre um aumento da velocidade de eliminação, uma vez que já há fármaco no organismo disponível para ser eliminado, chegando a um platô em que a Va = Ve, sendo a concentração máxima do fármaco no organismo, até que a velocidade de eliminação se torna maior que a de absorção, e a concentração do fármaco no organismo diminui.
Processos e parâmetros farmacocinéticos: Um processo é um fenômeno que acontece, envolvendo o movimento do fármaco pelo organismo; e o parâmetro é uma forma de quantificar um fenômeno, sendo um indicador, e ele pode nos dar um quantitativo de extensão/amplitude de ocorrência de determinado processo ou de velocidade de processo, exemplo: absorve muito ou pouco (extensão), rápido ou devagar (velocidade).
PROCESSO DE ABSORÇÃO: é a passagem da substância do local de administração para a circulação sanguínea, e ele tem vários parâmetros que podem ser utilizados para interpretar, entre eles: biodisponibilidade, Cmáx, tempo médio de absorção, T máximo e completar!!
Biodisponibilidade: fração do fármaco disponível no organismo após a administração de um medicamento por determinada via (Quantidade do fármaco administrado que efetivamente atinge a circulação sanguínea.). E influencia o início; a intensidade e a duração da ação de um fármaco. Influenciando significativamente na ação final do fármaco. Com esse parâmetro é possível prever se podem ocorrer perdas à medida que o fármaco vai avançando no organismo, porque há uma série de eventos que faz com que a fração com que foi disponibilizado seja menor e menos biodisponível para o fármaco seguir para os outros processos de farmacocinética.
Quando se calcula a biodisponibilidade, expressa pela letra F, se pensa que se o F é zero o fármaco não foi absorvido e se o F é 1 a absorção foi completa, porém isso não é correto. As vezes se a biodisponibilidade é baixa não está correlacionada com a baixa absorção, mas sim por ser um problema de um metabolismo pré-sistemico (que diminui a biodisponibilidade) ou uma instabilidade do fármaco a ação do organismo (destruição do fármaco no trato digestório). Para diminuir esse problema pode mudar a formulação que protege mais o fármaco, ou mudando a via de administração. Agora se o problema da biodisponibilidade for por conta da baixa absorção deve-se resolver o problema com base nisso, por exemplo: o fármaco é pouco solúvel no organismo, diminuindo sua absorção, dessa forma pode colocar algo na formulação que melhora o perfil de absorção. Quando se quantifica a biodisponibilidade absoluta, embora sempre pense que um F baixo é um problema na absorção, nem sempre é realmente um problema na absorção.
Na administração intravascular considera-se que a biodisponibilidade é de 100 %, embora isso nem sempre seja verdade, pois, as veias vão para o coração e de lá para o pulmão, voltando para o coração e seguindo para as artérias, e de lá para o corpo. Quando se faz uma administração venosa, pode-se ocorrer um metabolismo pulmonar caso o fármaco seja susceptível a enzimas pulmonares, diminuindo a biodisponibilidade, então, só se garante 100% de biodisponibilidade quando a administração é intra-arterial, que é pouco comum.
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