USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS/ANTIMICROBIANO, E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA SAÚDE PÚBLICA
Por: Fer26 • 26/5/2017 • Artigo • 3.331 Palavras (14 Páginas) • 631 Visualizações
USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS/ANTIMICROBIANO, E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA SAÚDE PÚBLICA
INDISCRIMINATE USE OF ANTIBIOTICS / ANTIMICROBIAL AND ITS MAJOR PROBLEMS IN PUBLIC HEALTH
ANA PAULA ARAÚJO HUBNER. Farmacêutica, cursando Pós-Graduação em de
Farmacologia com Ênfase em Saúde Pública.[1]
ELTON BOCK CORRÊA. Médico Veterinário, orientador do curso de Pós-Graduação em de Reprodução e Nutrição em Animais de Grande Porte.
RESUMO
Os antibióticos fazem parte de uma classe de fármacos indispensável; pois eles são responsáveis pela melhora na expectativa de vida que conquistamos ao longo de décadas. Porém, sabe que a potência dos antibióticos está ameaçada pela resistência bacteriana. Atualmente a literatura dispõe de muitos artigos sobre o assunto. Outra questão é o fato de haver o uso desenfreado desses medicamentos, sem uma orientação médica adequada, levando em consideração a facilidade de encontrar esses remédios a venda em farmácias, onde o controle é, muitas vezes, bastante deficiente. O fato é que o uso inadequado de antibiótico gera no ser humano inúmeras consequências físicas e econômicas, pois pode levar o indivíduo a adquirir outra doença, gerando assim, prejuízo aos cofres públicos, levando também ao caos já existente na saúde pública atual. Desta forma, o presente artigo discute um pouco sobre esta questão tão importante.
Palavras chave: Antibióticos, excesso, consequências.
ABSTRACT
Antibiotics are part of a class of drugs indispensable, because they are responsible for the improvement in life expectancy achieved over decades. However, we know that the power of antibiotics is threatened by bacterial resistance. Currently, the literature has many articles on the subject. Another issue is the fact that there is the rampant use of these drugs without proper medical guidance, taking into consideration the ease of finding these remedies sold in pharmacies, where control is often quite poor. The fact is that the inappropriate use of antibiotics in humans generates numerous physical and economic consequences, it may lead the individual to acquire another illness, thus generating prejudice public coffers, also leading to chaos existing in current public health. Thus, this article discusses a bit about this very important issue.
Keywords: Antibiotics, excess, consequences.
INTRODUÇÃO
O termo antibiótico significa medicamentos que inibem ou anulam o crescimento das bactérias. Não são ativos contra os vírus que causam doenças como a gripe, constipação e a bronquite aguda. Estas infecções virais geralmente são de resolução espontânea e não exigem o tratamento com antibióticos. Ainda, os antibióticos são uma classe de fármacos capazes de matar ou inibir o crescimento de microorganismos, e são utilizados para tratamento de infecções bacterianas. (KESTER et al, 2008)
Além do mais, a definição do termo antibiótico possui uma história. O termo foi inicialmente apresentado por Vuillemin em 1889 era "antibiose" e que definia o antagonismo dos seres vivos em geral. Foi em 1942 que Waksman utilizou pela primeira vez o nome antibiótico, meio século após Vuillemin. O primeiro antibiótico, a penicilina foi descoberta por Alexander Fleming em 1928.
Segundo ABRANTES et al.,(2002), os medicamentos antibacterianos fazem parte de um grupo bastante prescrito em atenção primária, se destacando em primeiro lugar entre as classes mais utilizadas.
No entanto o uso excessivo dessa classe de fármacos favorece o desenvolvimento de resistência Bacteriana, o que agravar o estado do paciente. FUCHS et al., 2006)
A resistência Bacteriana é um fenômeno bastante complexo, que se refere às cepas que são capazes de promover uma multiplicação em presença de doses de antimicrobianos, mais altas que as doses terapêuticas. Dificultando assim o tratamento das infecções, sendo necessária a utilização de antimicrobianos inovadores, geralmente mais caros, aumentando consequentemente os custos do sistema de saúde.
Segundo Fernando de Sá Del Fio (2008):
São ditas resistentes quando são inibidas in vitro só em concentrações superiores àquelas atingidas in vivo. Essa relação concentração da droga- inibição de crescimento não deve ser encarada como completamente verdadeira, pois o sucesso terapêutico não depende exclusivamente dessa relação, mas, sim, passa por fatores que incluem a capacidade da droga em atingir o foco infeccioso, caso da eritromicina, extremamente ativa contra o meningococo, mas que não penetra no sistema nervoso central, ou seja, fatores farmacocinéticos. (DEL FIO, 2008)
Uma das principais causas do avanço da resistência Bacteriana, é o uso impróprio de antimicrobianos nos tratamentos de infecções.
Rang, Dale e Ritter (2001), destacam que a resistência bacteriana se desenvolve juntamente com o desenvolvimento dos fármacos.
Estudos no centro de saúde de Porto Alegre/RS apontam que aproximadamente dois terços dos pacientes que usam antibióticos desconhecer o uso correto destes medicamentos, como dose, frequência, possíveis efeitos adversos, duração de tratamento e interações medicamentosas.
Entre os danos que o uso inadequado de antibióticos pode causar, estão efeitos tóxicos diretos, desenvolvimento de resistência bacteriana e indução de alergias.
O uso descontrolado de antibióticos, desencadeia inúmeras consequências médicas e ecológicas, gerando despesas sociais e pessoais, como, faltas escolares, tratamentos, internações, invalidez e até mesmo morte, justificando assim o empenho em buscar a racionalização do uso de antimicrobianos.
Desta maneira, o presente artigo tem por objetivo, apresentar informações, sobre o uso inadequado e descontrolado de antibióticos, bem como apresentar suas consequências.
DISCUSSÃO
Problemas causados na Saúde Pública pelo uso indiscriminado de Antibióticos/Antimicrobianos
Atualmente qualquer indivíduo consegue adquirir com bastante facilidade qualquer medicamento antibiótico nas farmácias do país. Sem a exigência dos estabelecimentos de uma receita médica, gera um uso desnecessário, em dosagens incorretas, muito baixas ou tóxicas, por um tempo muito curto ou perigosamente longo.
É muito comum que qualquer pessoa com dor de garganta compre um antibiótico na farmácia como auto medicação, o qual um atendente, sem nenhuma qualificação profissional para prescrição de medicamento, induz o doente a fazer uso deste ou daquele produto.
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