A Crioterapia
Por: Carlos Leonardo Cardoso • 16/4/2019 • Bibliografia • 2.036 Palavras (9 Páginas) • 369 Visualizações
CRIOTERAPIA – 04/04/19
Definição:
Crioterapia → uso do resfriamento com propósitos terapêuticos
- Resfriamento → transferência de energia térmica do tecido para o agente físico
A crioterapia pode ser realizada por diferentes métodos
- spray de evaporação, imersão em água gelada, bolsas de gelo, etc.
- Mais comum → bolsas de gelo
O calor é transferido por condução a partir de pele e a energia utilizada para transformar o gelo em água
Princípios gerais:
Embora seja aplicada sobre a superfície da pele, a crioterapia pode provocar queda de temperatura em estruturas profundas, como áreas intra-articulares
Entretanto, quanto a temperatura da pele pode ser alterada abruptamente, os tecidos mais profundos têm um resfriamento menos e muito mais lento
A extensão da queda de temperatura tecidual dependera principalmente:
- Da duração da aplicação
- Do método de resfriamento empregado
- Da espessura do tecido adiposo subcutâneo
- Da região do corpo onde o resfriamento é aplicado
Duração da aplicação:
- Quanto maior a duração da aplicação:
Maior é queda da temperatura
Maior o tempo necessário para que o tecido se aqueça
- A queda de temperatura é sempre maior nas estruturas mais superficiais em relação às mais profundadas
Método de resfriamento empregado:
Artigo:
Foram comparados os seguintes métodos de resfriamento
- Gelo moído
Modalidades que sofrem mudanças de fase
Bolsas de gel e potes de ervilha congeladas → temperaturas pré-tratamento muito baixas
- Maior desconforto para o paciente e risco de lesão tecidual pelo resfriamento excessivo inicial
Conclusão do estudo:
Efeitos terapêuticos do resfriamento tecidual:
Controle da inflamação (aplicação pós-operatórios)
Controle do edema
Controle da dor
Controle temporário da espasticidade
Criocinética e Crioalongamento
- Controle da inflamação
A crioterapia pode ser utilizada no controle da inflamação aguda:
- Redução da temperatura → redução na velocidade das reações químicas → redução dos sinais cardinais da inflamação (calor, rubor, dor...)
Redução do calor e rubor → vasoconstrição
Redução do edema → resultado da vasoconstrição, aumento da viscosidade sanguínea e redução da permeabilidade capilar, que reduzem o movimento de líquido dos capilares para o interstício
- Importante para o controle do sangramento e do edema pós-trauma
Controle dador → redução da velocidade de condução nervosa e teoria do portão da dor
Redução da limitação funcional → resultado do controle do edema e da dor
Sendo assim, recomenda-se a utilização da crioterapia imediatamente após a lesão e durante toda a fase de inflamação aguda
A aplicação do gelo imediatamente após a lesão faz parte do protocolo PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão, elevação)
A aplicação imediatamente após a lesão irá:
- Reduzir a hipoxemia secundária à lesão (por redução do metabolismo tecidual)
- Reduzir a hemorragia e formação de edema pós-trauma (reduzindo a dor e a limitação funcional)
- Reduzir a dor
A aplicação do gelo deverá continuar durante todo o período de inflamação aguda
- Duração → em geral 48 a 72 horas
- Porém, a inflamação aguda poderá persistir por mais tempo (trauma grave, doenças inflamatórias crônicas u lesões crônicas recorrentes)
Clinicamente, a 0resença de inflamação aguda pode ser estimada pela temperatura local
- Temperatura local elevada → provável inflamação aguda
- Temperatura local normal → provável resolução da fase inflamatória aguda
Após a resolução da fase inflamatória a crioterapia deve ser interrompida, pois a redução do metabolismo e a vasoconstrição induzida pelo resfriamento retardarão o reparo tecidual.
- Controle do Edema
A crioterapia pode ser utilizada para o controle da formação de edema associado ao processo de inflamação aguda
Edema durante a inflamação aguda → resultado do aumento da permeabilidade capilar e da pressão intravascular
O controle do edema promovido pela crioterapia resulta:
- Da redução da pressão intravascular (vasoconstrição e aumento da viscosidade sanguínea)
- Da redução da permeabilidade capilar (redução...)
A crioterapia não e eficaz no controle do edema associado à imobilidade ou alterações circulatória
Nesses casos compressão, elevação, exercício e massagens são estratégias mais efetivas
- Controle da dor
Pode reduzir de maneira direta ou indireta
- Direta → teoria do portão da dor, redução da velocidade de condução das fibras dolorosas
- Indireta → interrupção do ciclo dor-espasmo-dor e efeito sobre a causa de dor subjacente (ex: inflamação ou edema), redução da resposta para espasmo pela redução da dor
A crioterapia pode reduzir a sensação dolorosa por mais de uma hora
Efeito prolongado → a temperatura da região permanece abaixo do normal por ate horas após a remoção do agente de resfriamento
Motivo: a vasoconstrição limita a chegada de sangue aquecida e a camada de gordura subcutânea limita o reaquecimento por condução a partir do ar ambiente
Tempo entre aplicações → pelo menos uma hora, para que a temperatura possa retornar próximo ao normal antes da próxima aplicação e evitar lesão
- Controle temporário da espasticidade
Espasticidade → definida como o aumento, velocidade dependente, do tônus muscular, com exacerbação dos reflexos profundos, decorrente de hiperexcitabilidade do reflexo do estiramento
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