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A FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO: DIÁSTASE ABDOMINAL

Por:   •  21/4/2017  •  Artigo  •  2.272 Palavras (10 Páginas)  •  1.281 Visualizações

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FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO: DIÁSTASE ABDOMINAL

Anny Caroliny de Almeida FREIRE¹; Gabriela Maria Bezerra LEITE²; Iêda de Fátima Barbosa da SILVA³; Antonio André Jarsen PEREIRA4

Acadêmicas do Curso de Fisioterapia

Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU

Resumo

Introdução: Considerada como a diástase do músculo reto abdominal, ela se manifesta na condição de um afastamento que é gerado pelo enfraquecimento da musculatura abdominal. A musculatura do abdômen tem ligação direta com o tórax, diafragma pélvico e também com a coluna lombar. É exigida uma demanda maior desses músculos no período gestacional, tornando-se inteiramente estirados ao fim da gravidez, gerando debilidade das fibras, incômodo musculoesquelético e incompetência em sua contração. O útero em expansão acarreta um alongamento dos músculos abdominais, o que pode ocasionar um afastamento dos dois ventres musculares que se encontram na área central do abdômen. Na região onde os dois músculos se afastam pode passar a existir um abaulamento ou uma espécie de espaço onde o abdome se apresenta com uma maior protuberância. De modo geral, a diástase tem o seu início ainda no decorrer da gestação, apesar de se tornar mais visível logo imediatamente após o parto, e mesmo que a separação entre os músculos comecem a minimizar nos meses que se passam após o nascimento do bebê, alguns centímetros de separação podem até então estarem presentes por muito mais tempo. Uma DMRA de no máximo três centímetros é tida como fisiológica, já uma DMRA que se apresenta com espaçamento maior que três centímetros pode acarretar problemas bastante significativos. No primeiro momento logo após o parto, é comum que a nova mãe sinta-se satisfeita com o relativo retorno da musculatura abdominal, mas assim que a mesma começa a movimentar-se irá se deparar com uma nova reação corporal após a saída do bebê: um abdome, esteticamente e funcionalmente alterados. Objetivo: Este estudo tem como objetivo buscar na literatura evidências disponíveis, sobre a relevância da intervenção fisioterapêutica em mulheres no período puerperal, com enfoque central no tratamento por meio da eletroestimulação e da cinesioterapia na diástase dos músculos retos abdominais tendo em vista, analisar e compreender as alterações físicas e fisiológicas ocorridas durante essa fase da vida da mulher. Metodologia: Constitui-se de uma revisão da literatura onde foram realizadas consultas em livros e artigos científicos a fim de garantir um respaldo bibliográfico fidedigno. Estes foram pesquisados nos bancos de dados do Google acadêmico, plataforma Scielo, Lilacs e Capes, do período de 2006 a 2015, sendo selecionados somente estudos clínicos que tinham relação com a definição e o tratamento da diástase abdominal, bem como a estimulação elétrica neuromuscular, para que, a partir destes, fosse permitido um diálogo entre autores sobre a temática abordada, considerando os unitermos: diástase, fisioterapia, puerpério e tratamento. Conclusão: Conclui-se que o estudo pode levar a respostas positivas com o uso tanto da eletroestimulação, quanto ao uso da cinesioterapia no tratamento da diástase do reto abdominal no puerpério, podendo, assim, ter-se uma melhoria da qualidade de vida do indivíduo a ser tratado.

Palavras-chave: Diástase; Fisioterapia; Puerpério; Tratamento.

INTRODUÇÃO

Considerada como a diástase do músculo reto abdominal, ela se manifesta na condição de um afastamento que é gerado pelo enfraquecimento da musculatura abdominal. A musculatura do abdômen tem ligação direta com o tórax, diafragma pélvico e também com a coluna lombar. É exigida uma demanda maior desses músculos no período gestacional, tornando-se inteiramente estirados ao fim da gravidez, gerando debilidade das fibras, incômodo musculoesquelético e incompetência em sua contração. O útero em expansão acarreta um alongamento dos músculos abdominais, o que pode ocasionar um afastamento dos dois ventres musculares que se encontram na área central do abdômen. Na região onde os dois músculos se afastam pode passar a existir um abaulamento ou uma espécie de espaço onde o abdome se apresenta com uma maior protuberância. De modo geral, a diástase tem o seu início ainda no decorrer da gestação, apesar de se tornar mais visível logo imediatamente após o parto, e mesmo que a separação entre os músculos comecem a minimizar nos meses que se passam após o nascimento do bebê, alguns centímetros de separação podem até então estarem presentes por muito mais tempo. Uma DMRA de no máximo três centímetros é tida como fisiológica, já uma DMRA que se apresenta com espaçamento maior que três centímetros pode acarretar problemas bastante significativos. No primeiro momento logo após o parto, é comum que a nova mãe sinta-se satisfeita com o relativo retorno da musculatura abdominal, mas assim que a mesma começa a movimentar-se irá se deparar com uma nova reação corporal após a saída do bebê: um abdome, esteticamente e funcionalmente alterados.

Durante o transcorrer de sua vida, a mulher passa por inúmeras alterações fisiológicas. As mais acentuadas, entretanto, acontecem no tempo da gestação e no estágio após o parto, isto é, no puerpério. De acordo com a linha de pesquisa de Kisner e Colby (2005), durante a gravidez ocorrem alterações anatômicas e fisiológicas na mulher tais como: ganho ponderal (ganho de peso); alterações em órgãos sistêmicos (mudanças viscerais, fáscias e ligamentos pélvicos; modificações nos sistemas urinário, pulmonar, cardiovascular, musculoesquelético e tegumentar); alterações de postura e equilíbrio. Os músculos abdominais firmam um sustentáculo elástico de “quatro vias de estiramento” para o conteúdo abdominal. Entre eles estão o transverso do abdômen, o reto abdominal, oblíquo externo e oblíquo interno. Ligeiramente, os retos abdominais tem como funcionalidades fletir a coluna, igualmente como dar suporte a ela, firmar a massa visceral, assessorar na expiração forçada, etc. No meio do sistema musculoesquelético, transcorrem transformações diversas na fase gestacional, ressaltando-se no músculo reto abdominal (MRA). Ele estende-se até sua zona limite de elasticidade na gravidez, pertinente à profunda influência hormonal do estrogênio, progesterona, cortisol e relaxina. A Diástase do Músculo Reto Abdominal (DMRA) é um acontecimento bastante habitual que se manifesta em quase 70% das mulheres no decorrer do terceiro trimestre de gestação. Essas transformações são imprescindíveis para o completo desenvolvimento da gravidez e comumente retornam ao estado pré-gravídico. Logo após a última fase do trabalho de parto, que consiste da expulsão da placenta e anexos, inicia-se o puerpério, também chamado de período puerperal, pós-parto ou sobre parto (BARACHO, 2007). O puerpério conserva-se em volta de seis a oito semanas, encerrando com a retornança dos órgãos reprodutivos as condições não gravídicas. Segundo Boht et al. (2008), em comum acordo, enfatizam que as alterações físicas pertinentes à gravidez seguem as modificações biomecânicas observadas no puerpério, gerando um lento processo de reversão que pode se estender até três meses após o parto. A DRMA não ocasiona desconforto ou dor, entretanto a distensão exagerada poderá gerar interferência na habilidade da musculatura abdominal referente à estabilização do tronco, possibilitando com isso dores lombares. Para Polden e Mantle (2002), ela pode variar entre uma pequena lacuna vertical, com 2-3 cm de largura e 12-15 cm de comprimento, ou um espaço que pode medir 12-20 cm de largura e estender-se por quase todo o comprimento dos músculos retos abdominais. Acontece com mais frequência na região umbilical, sua incidência é de 52% dos casos, na mesma proporção que a diástase supraumbilical (DSU) é de 36% e a diástase infraumbilical (DIU) de 11%. Na avaliação da mãe no estado puerperal, encontrando-se esta em decúbito dorsal, o fisioterapeuta posiciona seus dedos, permanecendo com a sua mão aberta inferiormente ao nível do umbigo; solicita-se que a mãe levante sua cabeça e dirija suas mãos em linha reta aos joelhos. De acordo com Polden e Mantle (2000), o fisioterapeuta será então capaz de sentir tanto a largura como a extensão de qualquer separação dos retos. Para Souza (1999), a verificação da separação do reto abdominal é possível de ser observada e palpada quando pedimos que a gestante flexione o tronco.

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