O surgimento da fisioterapia como serviço no eixo do Rio São Paulo
Resenha: O surgimento da fisioterapia como serviço no eixo do Rio São Paulo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kelly_ap18 • 25/8/2014 • Resenha • 3.732 Palavras (15 Páginas) • 473 Visualizações
O surgimento da Fisioterapia enquanto serviço no eixo Rio-São Paulo
Napoleão Bonaparte acabou por contribuir indiretamente com o desenvolvimento
dos pri-meiros serviços organizados de Fisioterapia no Brasil, ao invadir Portugal e
fazer com que a família real portuguesa desembarcasse no país em 1808. Com os
monarcas, vieram os nobres e o que havia de recursos humanos de várias áreas
para servir à elite portuguesa, de passagem por estas terras.
Dentre todas as contribuições do reinado, o surgimento das primeiras escolas de
ensino mé-dico destacam-se como a grandiosa obra dos portugueses no país, em
particular os avanços obtidos na cidade do Rio de Janeiro. No século XIX, os
recursos fisioterápicos faziam parte da terapêutica médica, e assim há registros da
criação, no período compreendido entre 1879 e 1883, do serviço de eletricidade
médica, e também do serviço de hidroterapia no Rio de Janeiro, existente até os
dias de hoje, sob denominação de “Casa das Duchas”. O médico Arthur Silva, em
1884, participa intensa-mente da criação do primeiro serviço de Fisioterapia da
América do Sul, organizado enquanto tal, mais precisamente no Hospital de
Misericórdia do Rio de Janeiro.
São Paulo não vai ficar atrás e o médico Raphael Penteado de Barros é fundador
do depar-tamento de eletricidade médica, no que hoje pode ser considerada a USP,
nos idos de 1919. Dez anos após, em 1929, o médico Waldo Rollim de Moraes
coloca em funcionamento o serviço de Fi-sioterapia do Instituto do Radium Arnaldo
Vieira de Carvalho.
Na década de 30, Rio Janeiro e São Paulo possuíam serviços de Fisioterapia
idealizados por médicos que tomavam para si a terapêutica de forma integral,
experimentando recursos físicos que outros médicos, à época, não ousavam buscar
para minimizar as seqüelas de seus pacientes. Esses médicos eram distintos dos
outros por estarem preocupados não apenas com a estabilidade clínica de seu
paciente, mas com sua recuperação física para que pudessem voltar a viver em
sociedade, com iguais ou parecidas funções anteriores ao agravo da saúde.
Essa visão ampla de compromisso com o paciente, engajando-se num tratamento
mais eficaz que promovesse sua reabilitação, uma vez que as incapacidades físicas
por vezes excluíam-no soci-almente, levou aqueles médicos a serem denominados
médicos de reabilitação.
As faculdades de Medicina lhes eram úteis para embasar cientificamente sua
prática médica, pelo acesso ao conhecimento adquirido pelos cientistas europeus
sobre fisiologia humana e o em-prego crescente dos recursos hídricos, elétricos e
térmicos. Através de trabalhos e apresentações de teses, criou-se uma cultura de
atenção diferenciada às deficiências não apenas físicas, mas também mentais e
sensoriais. Esse foi um período valioso no sentido de tornar possível recuperar
funções de seres humanos que, em período não muito distante, não tinham
perspectiva de melhora das suas incapacidades.
2a GUERRA MUNDIAL COMO FATOR DECISIVO DE DESENVOLVIMENTO
Para poder recuperar funções, é preciso formar quem saiba recuperá-las
A 2a Guerra Mundial tem como novidade o envolvimento direto do Brasil, com o
envio de pracinhas para a frente de combate dos Aliados, diferentemente da 1a
Guerra. Os reflexos dessa participação estão no desenvolvimento da Fisioterapia
enquanto prática recuperadora das seqüelas físicas de guerra, com a modernização
dos serviços de Fisioterapia no Rio de Janeiro e em São Pau-lo e criação de novos
em outras capitais do país.
A modernização dos serviços, com o conseqüente aumento da oferta e da procura,
vai levar a que os chamados médicos de reabilitação se preocupassem com a
resolutividade dos tratamentos. Com este objetivo, empenharam-se para que o
ensino da Fisioterapia como recurso terapêutico, então restrito aos bancos
escolares das faculdades médicas nos campos teórico e prático, deveria ser
difundido entre os paramédicos, que eram os praticantes da arte indicada pelos
doutores de então.
Assim, em 1951 é realizado em São Paulo, na USP, o primeiro curso no Brasil para
a forma-ção de técnicos em
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