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ANTICORPOS: FORMAS SOLÚVEIS DE RCB

Por:   •  21/11/2018  •  Seminário  •  2.146 Palavras (9 Páginas)  •  484 Visualizações

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ANTICORPOS: FORMAS SOLÚVEIS DE RCB

Anticorpos são moléculas proteícas produzidas por plasmócitos como resultado da interação entre linfócitos B sensibilizados e o antígeno específico.  Essas  proteínas  não se  restringem  à  superfície  das células B. Uma vez disparada uma resposta imune, essas proteínas  são liberadas  pela  célula  B  no fluído circundante.  Esses receptores solúveis agem então como anticorpos. Se conjugam especificamente com os antígenos e aceleram a sua destruição ou eliminação. Os anticorpos são  encontrados  em  muitos  fluídos  corpóreos,  mas  encontram-se presentes nas concentrações mais altas e são mais facilmente  obtidos a  partir do soro sangüíneo. Os anticorpos têm de defender um  animal contra uma grande variedade de agentes, incluindo a bactérias,  vírus e  protozoários. Também  têm de agir em vários ambientes  diferentes, tais como sangue, leite e superfícies corpóreas. Não é surpreendente, portanto,  que existam várias classes de imunoglobulinas  diferentes.

Cada classe pode ser otimizada para a ação em um ambiente específico;

por  exemplo, a IgA age nas superfícies corpóreas. Também  podem  ser

otimizadas   para  uma  atividade  contra  um  grupo  específico de patógenos;  por  exemplo, a IgE é especificamente efetiva  contra  os parasitas.

Natureza dos Anticorpos

Sabe-se muito acerca dos anticorpos, já que eles podem ser facilmente isolados  a  partir dos fluídos corpóreos, tais como o  sangue  ou  o leite.  As moléculas de anticorpos são glicoproteínas  chamadas  de imunoglobulinas,  que  podem  ser  abreviadas  para   Ig.   O   termo imunoglobulina é utilizado para descrever todos os RCBs solúveis.  As imunoglobulinas  refletem a heterogeneidade  estrutural  dos  RCBs  e assim,  caem em cinco classes (ou isótipos) diferentes, com  base  em seu  uso de cadeias pesadas. A classe imunoglobulínica encontrada  em concentração  mais  alta  no  soro  é  chamada  de  imunoglobulina  G (abreviada como IgG). A classe com a segunda concentração  mais  alta no  soro  da  maioria  dos mamíferos é a imunoglobulina  M  (IgM).  A terceira  concentração  mais  alta  na  maioria  dos  mamíferos  é  a imunoglobulina  A  (IgA).  A  IgA é,  no  entanto,  a  imunoglobulina predominante  nas  secreções,  tais  como  saliva,  leite  ou  fluído intestinal.  A  imunoglobulina D (IgD) é primariamente  um  RCB  e  é raramente  encontrada nos fluídos corpóreos. Pode  não  se  encontrar presente em todos os mamíferos. A imunoglobulina E (IgE) é encontrada em concentração muito baixa no soro e media as reações alérgica.

Estruturas das Imunoglobulinas

A  imunoglobulina  G  (IgG) é a imunoglobulina  encontrada  em  maior concentração  no soro, e sua estrutura pode servir de modelo para  as outras imunoglobulinas. A IgG tem peso molecular de 180.000 daltons e um  coeficiente de sedimentação 7S. Ao microscópio eletrônico é vista como  uma molécula em forma de Y e os “braços” do Y são capazes de  se ligar  ao antígeno. As unidades de anticorpos são constituídas por  4 cadeias  de  polipeptídeos e lembram a letra Y,  com  3  regiões  que correspondem aos braços do Y.

Se  a  molécula for  tratada com substâncias químicas que quebram  as

ligações   disssulfeto  (-S-S-),  ela  é  separada   em   4   cadeias polipeptídicas.

Há  2  cadeias pesadas (cadeias H) com um peso molecular de cerca  de 50.000  daltons cada, mais 2 cadeias leves (cadeias L)  de  cerca  de 20.000  daltons  cada  todas ligadas umas  às  outras  por  meio  de ligações  dissulfeto.  As cadeias leves são idênticas  e  contêm  214 resíduos  de  aminoácidos cada, enquanto as  2  cadeias  pesadas  são idênticas e contêm cerca de 446 resíduos de aminoácidos cada.

Há  2  sítios  de  ligação  para o antígeno em  cada  molécula.  Esta natureza  bivalente é essencial para que um anticorpo seja  capaz  de efetuar uma ligação cruzada com mais de uma molécula de antígeno.

[pic 1]

Se  a  molécula de IgG é parcialmente digerida pela enzima papaína  (uma  protease derivada do mamão), uma molécula de IgG pode se dividirem   3  fragmentos  de  tamanhos  aproximadamente  iguais,  os  quais correspondem aos 2 braços e a cauda da molécula em forma de Y.  Os  2

fragmentos dos “braços” da molécula são idênticos e ainda  possuem  a capacidade  de  se  ligarem ao antígeno; por causa desta  capacidade, eles  são  chamados Fab (parte do anticorpo que se liga ao  antígeno, resultante  da  ação da papaína em uma imunoglobulina monomérica.  Os fragmentos  Fab do anticorpo contêm os sítios de ligação  específicos ao  antígeno.). O 3º fragmento, correspondente à “cauda”, não se liga ao  antígeno  mais é cristalizável e por isso é denominado  fragmento Fc.

[pic 2]

As  regiões Fab definem a especificidade dos anticorpos, somente  107 aminoácidos  amino-terminais,  tanto das  cadeias  pesadas  como  das cadeias leves, estão envolvidos na ligação do antígeno.

Como  a  sequência  de aminoácidos do Fab define a especificidade  do sítio  de ligação e os a os anticorpos variam na sua habilidade  para reconhecer  muitos  antígenos, a sequência de  aminoácidos  variável, pertencente  ao  domínio  amino-terminal  Fab,  é  denominada  região variável.  Ao  contrário, o restante da cadeia  pesada,  incluindo  a região  Fc,  é  invariável ou conservada, sendo portanto  chamada  de região  constante  da  cadeia pesada (CH ). A  porção  invariável  da cadeia  leve  é denominada região constante da cadeia leve  (CL).  

Quando  as regiões variáveis são melhor examinadas medindo-se o  grau de  variabilidade,  nota-se que certas áreas  dentro  destas  regiões possuem  variações consideravelmente maiores que outras  e  são,  por isso,  chamadas  de regiões hipervariáveis. As regiões hipervariáveis das  cadeias leves e pesadas agem conjuntamente para formar um  único sítio  de ligação com o antígeno. Consequentemente, cada molécula  de IgG é funcionalmente bivalente. A especificidade das interações entre antígeno e anticorpo pode ser explicada pelo fato de que as variações na  sequência de aminoácidos nas regiões hipervariáveis  originam  um sítio  de ligação antígeno-anticorpo com formato único. É a forma  ou configuração do sítio de ligação de uma imunoglobulina que especifica com qual determinante antigênico ele irá reagir.

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