Lesão Medular
Por: Pedro Augusto Nunes • 19/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.573 Palavras (11 Páginas) • 629 Visualizações
Lesão Medular
A medula espinhal transporta as mensagens que saem do cérebro em direção ao corpo e também as mensagens que saem do corpo em direção ao cérebro. Essas mensagens estão relacionadas à sensibilidade, movimento, controle da bexiga e intestino, entre outros.
A medula tem sua origem na base da cabeça e se estende até a parte mais baixa da coluna. Localiza-se no interior da coluna vertebral, a qual protege a medula. As vértebras são sustentadas por ligamentos, e entre elas existe um dico que amortece as batidas e impactos sofridos.
A coluna vertebral é dividida em quatro segmentos, sendo coluna cervical, torácica, lombar e sacral. A medula termina como um delgado filamento e com raízes nervosas, chamado de cauda eqüina.
A medula e seus nervos servem para fazer a ligação do cérebro com o resto do corpo. Como dito, é uma estrada de mão dupla, trazendo e levando mensagens.
Qualquer lesão na coluna pode afetar a habilidade motora e/ou sensitiva, e pode também comprometer alguns órgãos internos.
Pode ser:
- Lesão traumática: quando a vértebra quebra ou quando os ligamentos se rompem, podendo comprimir a medula. Ocorre em acidentes automobilísticos, arma de fogo, quedas.
- Lesão não-traumática: lesão ocorrida por doenças como vírus, tumores.
- Lesão completa: não existe movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão.
- Lesão incompleta: quando tem algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível lesionado, ou quando alguns movimentos ou sensações vão retornando aos poucos.
Quando se tem uma lesão, partes do corpo abaixo do nível lesionado pode estar comprometidas. O quanto mudam essas funções depende de onde e do quanto a medula foi lesada.
O nível da lesão medular é dado pelo último nível normal, abaixo do qual as funções já estão alteradas. Saber o nível da lesão é importante para a reabilitação.
Uso de medicamentos em lesões medulares
Após a lesão medular, o organismo sofre alterações relacionadas com os movimentos, sensibilidade, temperatura, pele, bexiga e intestino. Devida à essas alterações, é necessário o uso de medicamentos para amenizar as alterações do organismo e tratar algumas intercorrências, como a infecção de urina.
Os remédios indicados são, geralmente, para diminuir os movimentos involuntários que não se tem controle (espasticidade), relaxamento muscular, controle do sono, controle da depressão e dor, controle da pressão dentro da bexiga, entre outros.
O paciente deve evitar suspender o uso do medicamento por conta própria, não ingerir bebida alcoólica, e tomar o remédio sempre em horários estabelecidos pelo médico.
Respiração
Quando respiramos, os pulmões realizam uma troca de gazes. O ar entra, enche os pulmões de oxigênio (inspiração), este é levado para o organismo; então o ar sai (expiração), retirando o dióxido de carbono no organismo.
Muitos músculos participam da respiração, sendo os principais o diafragma (é o principal), intercostais (auxilia na tosse e inspiração profunda), e abdominais (responsáveis pela tosse).
Após uma lesão medular acima de T12, o trabalho dos músculos respiratórios podem ficar comprometidos. Quanto mais alta for a lesão, maior será o comprometimento e a dificuldade de respiração.
- Lesão acima de C4, o diafragma e os outros músculos deixam de trabalhar
- Lesão acima de T1, a força dos intercostais é reduzida
- Lesão acima de T12, a força dos abdominais é reduzida, contudo os outros músculos podem auxiliar na tosse.
O problema respiratório mais comum em casos de lesão medular é a pneumonia. Os sintomas são: respiração curta e rápida, aumento da congestão nasal e secreção amarelada ou esverdeada, dor de cabeça pela manhã, febre ou sonolência.
É importante prevenir os pulmões:
- Exercícios respiratórios regularmente, em nível de lesão torácica ou cervical, quando acamado
- Parar de fumar e evitar lugares de poluição
- Aumentar a freqüência de exercícios respiratórios quando apresentar um resfriado
- Sair do leito o mais rápido possível, pois a posição deitada diminui a força do diafragma
Circulação
A lesão medular provoca mudanças na pressão arterial e de maneira pela qual seu sangue se desloca pelo corpo. Os batimentos cardíacos não são afetados e as suas artérias tendem a permanecer dilatadas, ocorrendo: edema, trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar, hipotensão ortostática, diminuição dos batimentos cardíacos.
Edema
O membro pode edemaciar porque os músculos não são mais movimentados, impedindo a circulação venosa e linfática no corpo.
Prevenção: uso de meias de compressão, fazer exercícios para ADM, mobilização do membro, elevar as pernas acima do nível do coração por 10 a 15 minutos.
Trombose
Quando não tem uma boa movimentação constante, existe a possibilidade de aparecer um coágulo de sangue (trombo), e se ele se desprender é chamado de embolo, sendo mais comum no pulmão (embolia pulmonar).
A embolia pulmonar provoca diminuição repentina da respiração, dor no peito ou nas costas, dor maior na inspiração, aparecimento repentino de tosse associada a uma secreção espumante esbranquiçada ou rósea.
Prevenção da TVP: uso de meias de compressão, fazer exercícios para ADM, mobilização do membro, elevar as pernas acima do nível do coração por 10 a 15 minutos, medicamento anticoagulante.
Deve-se observar se uma membro fica mais quente ou mais edemaciado que o outro.
Hipotensão ortostática
Quando se passa da posição deitado para sentado ou em pé, a pressão sangüínea poderá diminuir ainda mais. Isso acontece porque o sangue permanece nos vasos da perna e dos pés ao invés de voltar para o coração. Poderá sentir a visão escurecendo, tontura e desmaio.
Prevenção: não mude de posição rapidamente, sentar lentamente, descansar alguns minutos na transição de posturas. Quando ocorrer desmaios, deve deitar o paciente e elevar os MMII acima do nível do coração, ou deitar a cadeira de rodas em até 45º.
Pele
A pele é constituída de epiderme e derme. Ela desempenha várias funções importantes para a sobrevivência: proteção, sensibilidade, regulação de líquidos corporais e da temperatura.
O principal problema que surge na pele em lesados medulares é a escara. A escara surge devido a interrupção da circulação por tempo prolongado, levando a morte celular, surgindo feridas. A causa mais comum é a pressão de alguma superfície sobre a pele, pois quando se fica muito tempo em uma posição, a pressão aumenta, os vasos são comprimidos interrompendo a circulação levando a pele a morte (devido a falta de nutrição), produzindo uma ferida.
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