O Complexo Oculomotor
Por: Caroline Pianaro • 23/10/2018 • Artigo • 5.002 Palavras (21 Páginas) • 244 Visualizações
Carolina Ferreira de Miranda da Silva1; José Lourenço Kutzke2 Ingrid Schwyzer2 Alexandre Padilha2
1 Aluna da Faculdade Educacional Araucária / Araucária – PR
2 Professor da Faculdade Educacional Araucária / Araucária – PR
RESUMO
Introdução: O complexo oculomotor mostra-se como uma grande ferramenta postural e de controle espacial para o corpo humano. Entretanto, suas alterações podem acarretar diversas patologias e déficits biomecânicos. Sendo assim, se faz necessária a avaliação deste arcabouço por meio de componentes quantitativos para embasar a terapêutica e o controle preventivo. Objetivo: Desenvolver o protótipo de suporte para celulares portadores de câmera frontal como ferramenta de avaliação fisioterapêutica e biofeedback oculomotor com base na apreciação ergonômica e diagnose dos produtos existentes para este propósito. Metodologia: O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa intervencionista, de campo e com abordagem qualitativa. Quanto as etapas do estudo, este foi subdivido em três. A primeira consistiu na apreciação em que realizou-se um levantamento para identificar ferramentas similares encontradas atualmente no mercado, sendo possível verificar problemas a serem supridos para que se desenvolvesse dispositivo capaz de atender a demanda de avaliação biofeedback e ergonomia do produto. A segunda etapa consistiu na diagnose em que caracterizou a lacuna a ser preenchida com base na etapa antecessora. Por fim, foi executada a terceira etapa composta pela projetação e desenvolvimento do produto. Resultados: como resultado apresentado foi possível verificar que todas as etapas foram atendidas, já que o presente estudo chegou até o desenvolvimento do protótipo de avaliação e condução para biofeedback oculomotor. Conclusão: o aparato desenvolvido possui aspectos positivos no que tange à baixo custo, com usabilidade, dinâmica e design eficiente para avaliação e tratamento por biofeedback de disfunções oculomotoras.
Palavras chave: Manifestações Oculares; Fisioterapia; Reabilitação.
ABSTRACT
Introduction: The oculomotor complex is shown as a great postural and spatial control tool for the human body. However, its alterations can lead to several pathologies and biomechanical deficits. Therefore, it is necessary to evaluate this framework through quantitative components to support the therapeutics and preventive control. Objective: To develop the support prototype for frontal camera phones as a tool for physical therapy evaluation and oculomotor biofeedback based on the ergonomic appreciation and diagnosis of existing products for this purpose. Methods: The present study is characterized as an action research, interventionist, applied in the field and with a qualitative and quantitative approach. As for the stages of the study, this was subdivided into three. The first one consisted of the evaluation in which a survey was carried out to identify similar tools currently found in the market, and it is possible to verify problems to be supplied in order to develop a device capable of meeting the products’ biofeedback evaluation and ergonomics. The second stage consisted of the diagnosis in which it characterized the gap to be filled based on the predecessor stage. Finally, the third stage was carried out, composed by the design and development of the product. Results: as a result, it was possible to verify that all steps were met, since the present study reached the development of the prototype evaluation and conduction for oculomotor biofeedback. Conclusion: the developed device has positive aspects regarding low cost, usability, dynamics and efficient design for evaluation and treatment by biofeedback of oculomotor dysfunctions.
Key words: Eye Manifestations; PhysicalTherapy; Rehabilitation
1. INTRODUÇÃO
O olho humano é composto por duas partes principais: o globo ocular e o aparato acessório visual. A retina é estimulada pela luz, e transmite informações adquiridas pelo nervo visual. Uma das alterações concernentes ao aparelho oculomotor é o distúrbio nos músculos extraoculares. Há seis músculos extraoculares que movem o olho: o reto superior, reto medial, reto inferior, oblíquo inferior, oblíquo superior e o reto lateral. São definidas duas vias no sistema visual: uma via dorsal responsável por decodificar a localização espacial, processando a informação de forma rápida e eficaz; e uma via ventral envolvida no reconhecimento dos objetos, gerando representações visuais mais lentas (WANG et al, 2008; BRUGGEMAN, YONAS, KONCZAK, 2007; BICAS, 2003).
Para avaliar a disfunção de convergência são utilizados nos consultórios de fisioterapia métodos empíricos e qualitativos para construção do diagnóstico cinesiológico funcional, bem como na terapêutica empregada na correção desta afecção. Entretanto, a avaliação é composta por achados quantitativos e a fisioterapia baseada em evidências proporciona êxito em comparativo com análises pouco fidedignas (BICAS, 2003).
A reabilitação visual busca melhorar a habilidade oculomotora, por meio de treinos e exercícios nos músculos extraoculares a fim de corrigir distúrbios no olho, recuperar a funcionalidade visual e o posicionamento dos eixos oculares que provocam os desconfortos supracitados (BICAS, 2003; AL-KARMI E MARKOWITZ, 2006).
Não há um consenso sobre o tratamento mais apropriado para a insuficiência de convergência. Estudos recentes mostram que o tratamento utilizando um simples lápis, movimentando-o para longe e para perto do individuo acometido, é o tratamento mais prescrito por oftalmologistas e optometristas (CERVANTES, 2015; LEÓN ALVAREZ, 2016).
Atualmente as ferramentas mais adotadas consistem em prismas de convergência (que possuem angulações que redirecionam a imagem para a retina), cordão de brock (para desenvolver melhor coordenação entre os olhos quando fixa objetos situados a diferentes distâncias) e a régua de abertura (para verificar o comportamento de acomodação ocular). Contudo, esses dispositivos comercializados têm alto custo, sem adoção tecnológica e ausência de instrumentos de gravação dos dados (CORREIA, 2013; REYES et al, 2013).
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