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Resenha Sobre Weber e Marx

Por:   •  9/11/2017  •  Resenha  •  2.370 Palavras (10 Páginas)  •  482 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

DEPARTAMENTO DE SAÚDE I - DS

CURSO DE FISIOTERAPIA

BRUNA SOUZA VIEIRA

RESENHA CRÍTICA

JEQUIÉ – BA

OUTUBRO/2017

BRUNA SOUZA VIEIRA

RESENHA CRÍTICA

Resenha crítica apresentada como requisito básico de avaliação da disciplina Sociologia, ministrada pela professora Ms. Mainara Mizzi Rocha Frota no curso de Fisioterapia, I semestre.

JEQUIÉ – BA

OUTUBRO/2017

RESENHA CRÍTICA

LALLEMENT, Michel. Max Weber: uma sociologia compreensiva do mundo moderno. História das ideias sociológicas: das origens a Max Weber. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 255-305.

O livro “História das ideias sociológicas: das origens a Max Weber”, escrito por Michel Lallement, especialista em sociologia do trabalho, professor da Cátedra de análise sociológica de trabalho, emprego e organizações CNAM; e membro do Laboratório Interdisciplinar de Sociologia Econômica – LISE. Tem sua pesquisa concentrada na transformação do trabalho em suas múltiplas dimensões – organização, caminhos sociais, prazos, relações industriais, mercado – e sobre a história da sociologia.

Lallement aborda os pensamentos e análises do sociólogo Max Weber, evidenciando a importância de compreender a ação social, além de apresentar o texto dividido em tópicos e subtópicos. Weber mostra interesse nas questões sociais logo no início da sua carreira, caminhando contra o determinismo habitualmente atribuído às escolas durkheimianas e marxistas.

Weber lança o propósito de construir um quadro relacionando o englobamento do conjunto das atividades humanas situando-as em uma dada fase histórica. Difere-se de outros sociólogos, por recusar a introdução dos fenômenos sociais à teleologia e determinismo. Apesar de demostrar toda sua refutação pela sistematização da história humana, ele não recusa a ideia de uma análise global das sociedades, afirma que o mundo social não se acha submetido às leis do determinismo e é extremamente complexo. Acrescenta ainda que a sociologia não tem como objetivo reformar a sociedade, e sim, compreender por interpretação a atividade social e então, explicar seus efeitos.

Seria então a ação social, o produto das decisões tomadas pelos próprios indivíduos, pois estes são dotados de consciência, agindo sobre função de valores, crenças, entre outros. O sociólogo utiliza a análise causal para compreender e então faz o uso de uma metáfora “a ação não é uma charrete que se pode parar a bel-prazer para embarcar ou desembarcar conforme o caso” (p.266), sugerindo ainda que se avalie o desenrolar dos acontecimentos que podem ser observados, visando o experimento mental.

Passa assim a reconhecer que a vida seria uma luta perpétua, mormente a melhoria das condições humanas, e acrescenta que a vida social é constituída de compromissos temporários, estabelecidos pelas necessidades, pontos de vista e interesses ou valores de cada indivíduo. Weber então afirma a importância da diferenciação da “relação de valores”, sendo qualquer atividade que mantém a sua relação com os valores do sujeito, e “juízo de valor”, que seria a introdução de algo irracional, visando o ponto de vista de cada indivíduo.

Ele rejeita o determinismo absoluto, e então trata as pressões (morais, históricas, entre outros) como uma gaiola de aço, por apresentar grande peso nas representações e atividades do indivíduo. Traz ainda dois pontos, o primeiro seria que nenhuma ciência empírica está habilitada a dizer quais devem ser os fins da ação humana, pois isto cabe à moral, em segundo lugar, que para encarar a confusão e desordem que a história oferece, é necessário o auxílio de comparações, sendo estas configurações histórias, sociais, entre outros.

A partir de então, Weber sugere trabalhar com o tipo ideal, sendo um auxílio de um instrumento conceptual, este sendo puramente lógico e não um fim em si. Assim, irá comparar a realidade e a lógica do seu tipo ideal, discernindo as causas exteriores que vão atuar sobre tal fenômeno.

Ela nos apresenta, com efeito, um quadro ideal (...). Esse quadro de pensamento reúne relações e acontecimentos determinados da vida histórica em um cosmos contraditório de relações pensadas. (...), ele não é uma exposição do real, mas se propõe dotar a exposição de meios de expressão unívocos. (WEBER, M. 1918, p. 271-272)

O sociólogo mostra interesse pelas atividades sociais e propõe quatro tipos de ideais fundamentais para que ações possam ser analisadas, sendo eles: ação tradicional, subordinada aos costumes; ação afetiva, norteada pelas paixões; ação racional, baseada em valores éticos, estéticos ou religiosos; e ação racional, visando um fim, implicando a adequação entre fins e meios. Weber determina que a vida social seja constituída de interações, e assim, acrescenta a cada tipo de atividade um tipo de dominação particular.  

Definindo a dominação particular como “oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado” (p. 274), e acrescenta ainda que todo poder necessita de uma justificação, então propõe três formas de dominação e legitimidade, sendo eles: dominação tradicional, tendo sua legitimidade sobre o caráter sagrado da tradição; dominação carismática, baseando-se em uma personalidade dotada de aura excepcional; e dominação legal, baseando-se no poder de um direito abstrato e impessoal.

Weber busca compreender a natureza do mundo moderno, destacando a sua racionalização crescente, que seria um traço específico deste. Tendo a ideia de racionalidade, baseada em cálculo e eficiência, quanto à racionalização das atividades, supõe a ideia de autonomização e especialização das funções sociais. Acredita ainda que a economia moderna é considerada como racional enquanto é comandada pela gestão e organização mais produtiva. E que o direito moderno enuncia regras deduzidas logicamente a partir de princípios, e então é julgado racional.

Já na universalização e formalização das relações sociais ocorrerá a presença de um direito sistemático, universal e formal, tomando o lugar dos costumes locais e de uma gestão racional de trabalho.  Para demonstrar isso, Weber utiliza dois termos, comunitarização, tendo em vista uma relação social baseada em uma disposição de atividade social fundamentada em um sentimento subjetivo, e a socialização, sendo a relação social baseada em uma disposição de atividade social fundamentada sobre um compromisso. Assim, o sociólogo para indicar este processo de racionalização utiliza a fórmula “desencantamento do mundo”, observando um nivelamento dos valores de homogeneização dos indivíduos.

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