Resenha Weber
Tese: Resenha Weber. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JeRS • 27/9/2013 • Tese • 1.307 Palavras (6 Páginas) • 408 Visualizações
Resenha Weber
Durante a época de Max Weber na Alemanha, existia uma grande polêmica: “as especificidades das ciências da natureza e do espírito e, no interior destas, o papel dos valores e a possibilidade da formulação de leis”. Era a corrente dominante do pensamento social e filosófico, o positivismo, versus seus críticos. Os pensadores Marx e Nietzsche foram os que mais influenciaram Weber em sua obra.
A Objetividade do Conhecimento
Uma das ideias de Weber refere-se ao posicionamento que o cientista deve ter, pois tem seus próprios ideais e valores, mas deve estar capacitado a estabelecer uma “distinção entre reconhecer e julgar, e a cumprir tanto o dever científico de ver a verdade dos fatos, como o dever prático de defender” seus valores, devendo expô-los sem disfarçá-los de “ciência social” ou “ordem social dos fatos”. Os valores servem para ajudar o cientista na escolha de seu objeto e devem entrar na pesquisa de forma controlada, como “esquemas de explicação condicional.” Weber também acredita que política e ciência são coisas distintas. A ciência é um procedimento racional, resultado do trabalho do cientista, organizada em disciplinas que trazem esclarecimento, conhecimentos e consequências de fatos inter-relacionados. A política é produto da reflexão do homem de vontade e de ação ou do membro de uma classe que compartilha com outras ideologias e interesses, vinculadas a convicções e deveres. Outra importante distinção é a de julgamentos de valor e saber empírico. O saber empírico leva o cientista, usando métodos adequados, a procurar respostas de problemas específicos com a finalidade de sugerir a adoção de medidas para solucioná-los, porém nunca dizendo o que deve ser feito, mas o que pode ser feito. Os julgamentos de valor são os significados dados aos objetos ou aos problemas.
Os Tipos Ideais
Weber constrói o conceito de tipo ideal, que é um instrumento de análise da sociologia criado para que o cientista social entenda uma realidade complexa, sendo que suas possibilidades devem ser limitadas à unilateralidade do modelo puro, à racionalidade (mesmo que sofra influência de fatores irracionais) e ao caráter utópico. Não é que o tipo ideal não corresponde à realidade, mas pode ajudar na sua compreensão.
Ação e Ação Social e Os Tipos Puros de Ação e Ação Social
São conceitos fundamentais da Sociologia Weberiana: ação e ação social (e suas subdivisões). Ação é para Weber toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa. Ação social é toda conduta humana praticada com intenção. Esta ação social possui quatro tipos ideais: a ação racional com relação a fins, a ação racional em relação a valores, a ação de tipo afetivo e a ação de tipo tradicional. Reconhecendo que durante o desenvolvimento de uma ação, podem ocorrer condicionamentos irracionais, obstáculos, emoções, equívocos, incoerências etc., Weber construiu quatro tipos puros de ação. A ação racional com relação a fins busca um objetivo previamente definido recorrendo aos meios mais adequados para atingir resultados. A ação de tipo afetivo não tem motivação racional e o sujeito age inspirado em suas emoções imediatas, sem considerar os meios para atingir os fins. A ação de tipo tradicional é considerada por Weber como inconsciente, pois faz com que o agente aja de acordo com hábitos e costumes enraizados.
Relação Social
Weber denomina relação social como “uma conduta plural (de vários), reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de um certo modo”. Significa dizer que mais de um indivíduo orienta sua conduta por entender que outros agirão socialmente de um modo que corresponde ao que os primeiros esperam que estes façam. Mas esse caráter recíproco da relação social não significa que todos os envolvidos agirão da mesma forma, mas que todos sabem do que se tratam suas ações ainda que não haja correspondência.
Divisão do Poder na Comunidade: Classes, Estamentos e Partidos
As diferenças sociais, na concepção de Weber, podem ser explicadas de diversas formas. A principal se relaciona com a dominância de uma forma de organização. Na sociedade capitalista prevalece o acumulo de riqueza e propriedades como fator de posicionamento social, enquanto na sociedade feudal priorizava-se a origem ou a linhagem. Weber também divide a sociedade esferas, como a econômica, a religiosa, a política, a jurídica, a social, a cultural, com lógicas particulares de funcionamento. Exemplo: se alguns homens consideram válidas as normas do Direito, suas condutas estão na esfera jurídica; quando a referência é o mercado, a ordem econômica, orienta-se pela distribuição de serviços e de propriedades. Quando ele trata de situação de classe, refere-se a pessoas que têm a mesma posição em relação a propriedade de bens ou de habitações. Diz ele:
Falamos de uma classe quando: 1) é comum a um certo número de pessoas um componente causal específico de suas probabilidades de existências na medida em que 2) tal componente esteja representado exclusivamente por interesses lucrativos e de posse de bens
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