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DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM

Por:   •  2/5/2015  •  Artigo  •  2.729 Palavras (11 Páginas)  •  1.006 Visualizações

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DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM

Mônica Lima da Silva Dias [1]

Resumo: Esse trabalho apresenta uma revisão bibliográfica da literatura especializada, em que serão enfocados diversos aspectos do processamento auditivo central, dentre eles seu conceito, suas características, sintomas e intervenções, além de apresentar as limitações e dificuldades de um aluno com DPAC durante o processo de aprendizagem. O DPAC pode significar um obstáculo no processo de aprendizagem e interferir no desenvolvimento cognitivo não permitindo ao aluno realizar a relação dos seus conhecimentos já adquiridos com as novas informações. E a partir dos conhecimentos sobre o Processamento Auditivo o professor, o fonoaudiólogo, assim como, a família poderão exercer um papel fundamental no processo de intervenção desse aluno.

Palavras chaves: aprendizagem-Desordem do Processamento Auditivo Central- processo de intervenção

Introdução e Justificativa ao objeto de estudo

Vários são os transtornos e distúrbios que nós, profissionais da educação, nos deparamos nas salas de aulas, porém muitos desconhecem o DPAC, denominado como Desordem do Processamento Auditivo Central. Para tal confirmação, tive a oportunidade de trabalhar em uma clínica de acompanhamento escolar como professora de aulas particulares. Durante o meu trabalho me deparei com alunos que apresentavam alguma dificuldade de aprendizagem relacionada a alguns transtornos ou síndromes. Porém, nunca me atentei e nem ao menos sabia que a dificuldade de aprendizagem poderia estar relacionada também ao DPAC. Todos os profissionais da clínica, sendo estes pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e principalmente fonoaudiólogos, sempre estavam atentos aos pacientes em processo de avaliação, na possibilidade desse atendido apresentar ou não tal desordem.

A partir da oportunidade de trabalhar na clínica, comecei a questionar, a ler e pesquisar sobre o DPAC e, principalmente, começar a compreender como lidar e criar as atividades direcionadas para tais alunos. Tive a oportunidade também de participar de algumas devolutivas em escolas juntamente com a psicopedagoga responsável e se tratando de um aluno DPAC, muitas desconheciam a existência de tal desordem. Era nítida a preocupação das escolas a partir de então de como trabalhar com tais crianças principalmente desconhecendo o distúrbio.

Diante desse quadro, tenho como principais objetivos apresentar as limitações e de um aluno com DPAC, e descrever os principais conceitos, sintomas e intervenções para a Desordem do Processamento Auditivo Central.

Desordem do Processamento Auditivo Central (DPAC): Conceito e Características

Para compreendermos como acontece a Desordem do Processamento Auditivo Central (DPAC) é preciso que entendamos primeiramente o que é o Processamento Auditivo Central (PAC).

O PAC refere-se aos vários processos que envolvem a detecção e a interpretação de eventos sonoros. Segundo Philips (1995) apud por Pereira e Cavadas envolve a detecção de eventos acústicos; a capacidade de discriminá-los; a habilidade para agrupar componentes do sinal acústico em figura fundo, como por exemplo, separar uma voz de outra de outra voz; a habilidade para identificá-los, isto é, denominá-los em termos verbais e ter acesso ao seu significado. Todos esses processos acontecem no sistema auditivo periférico composto pela orelha externa, orelha média e orelha interna, e no sistema auditivo central formado pelo tronco cerebral, vias subcorticais; córtex auditivo/lobo temporal-parietal-occipital. É por meio desses sistemas que ocorre o trajeto do som até o cérebro. Portanto para uma pessoa ouvir, o som deverá passar por uma trajetória que vai do pavilhão auricular (orelha) até o cérebro, conforme especifica Sacaloski (2000) apud Medeiros:

(...) quando um estímulo sonoro chega ao pavilhão auricular ou orelha, esse som é captado, passando pelo conduto auditivo externo chegando à membrana timpânica. A membrana timpânica vibra. Essa vibração faz com que o martelo, que está preso a ela, se movimente e consequentemente mova a bigorna e o estribo, como numa engrenagem. O estribo provoca a movimentação da membrana da janela oval, que liga a orelha média à interna. Esse movimento faz com que haja também um deslocamento nos líquidos que se encontram dentro da cóclea, estimulando assim o órgão de Corti. Ocorre, então, a transmissão do impulso nervoso através do nervo auditivo. Esse impulso é processado por meio de diversas estruturas do sistema nervoso central, até chegar ao córtex cerebral, para que possamos compreender o significado dos sons que ouvimos.

Portanto, estas habilidades de ouvirmos e interpretarmos o que ouvimos são governadas pelo centro auditivo do tronco cerebral e do encéfalo e, podem ser agrupadas e definidas da seguinte forma, de acordo com Boothroyd apud Pereira e Cavadas (1998, p. 136):

Habilidades

Definição

Atenção seletiva

Capacidade de selecionar estímulos, ou seja, é a habilidade em focar um determinado estímulo sonoro em meio a outros.

Discriminação

Habilidade de detectar diferenças entre os sons, como por exemplo, a diferença entre os sons b e g ou t e d.

Detecção do som

É a identificação da presença de som que se dá desde o quinto mês de vida intra-uterina.

Sensação Sonora

É quando classificamos um som quanto à sua audibilidade, se o som é forte ou fraco, por exemplo.

Localização

É a habilidade de identificar o local de origem do som.

Compreensão

É a habilidade de depreender o significado da informação da informação auditiva.

Memória

É o processo que permite armazenar, arquivar informações acústicas para poder recuperá-las depois quando houver necessidade.

Reconhecimento

É a habilidade de identificar corretamente um evento sonoro previamente conhecido. Processo totalmente aprendido.

...

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