TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Planejamento Terapêutico

Por:   •  30/8/2023  •  Ensaio  •  1.983 Palavras (8 Páginas)  •  134 Visualizações

Página 1 de 8

FONOAUDIOLOGIA

Discentes: 

DISFUNÇÃO VESTIBULAR NA INFÂNCIA

São Paulo

2023

INTRODUÇÃO

A disfunção vestibular é alguma alteração no complexo sistema do equilíbrio, que pode acontecer a nível periférico ou central. O indivíduo com alteração vestibular pode ter tontura, vertigem, náusea, vômito, sudorese, parestesia de membros, desequilíbrio, sensação de cabeça leve e de estar flutuando.

Crianças já podem nascer com alteração nesse sistema. O que as pesquisas mostram é que a disfunção vestibular está associada a perda auditiva sensorioneural profunda uni ou bilateral.

No entanto, o diagnóstico das vestibulopatias na infância não é fácil de ser feito, devido não apenas à subjetividade dos sinais e sintomas, mas também à incapacidade das crianças em caracterizá-los.

As manifestações dessas doenças na criança têm algumas peculiaridades e a maneira de examinar a criança também é diferente do adulto.

Não é fácil obter da criança ou dos pais uma descrição precisa dos sintomas  de comprometimento do equilíbrio corporal o que faz com que muitos casos de síndromes vestibulares sejam erroneamente encarados como “mal estares”, epilepsias ou indisposições gastrointestinais. Portanto, diante de uma criança com distúrbio do equilíbrio, procuram-se os chamados fatores suspeitos de que ela possa estar tendo algum acometimento vestibular.

Na grande maioria dos casos, os problemas vestibulares na criança são decorrentes de alterações funcionais relativos à imaturidade do sistema e, portanto, tendem a ser autolimitados.

A disfunção vestibular infantil pode afetar consideravelmente a habilidade de comunicação, o estado psicológico e o desempenho escolar, sendo importante lembrar que o baixo rendimento escolar também pode ser um indício valioso de possível labirintopatia. O reconhecimento precoce das vestibulopatias infantis e o seu tratamento etiológico são essenciais na prevenção das complicações que frequentemente decorrem no desenvolvimento motor e na aquisição de linguagem.

Para aquisição e desenvolvimento da aprendizagem, principalmente nas fases iniciais, há para além da cognição uma demanda de estruturas que envolvem grupamentos musculares relacionados ao controle e manutenção da postura, a precisão dos movimentos oculomotores que são todos mecanismos essenciais para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao pleno desempenho deste processo. Imprescindível, também, a integridade de estruturas específicas do sistema nervoso central relacionadas à noção viso-espacial, pois estão diretamente ligadas à causa de dificuldade de aprendizagem. Estes distúrbios podem afetar o esquema corporal, orientação espacial, ritmo de movimentos, coordenação motora fina, lateralidade, função de análise e síntese, memória, atenção, dentre outros fatores que podem ser a base do problema.

Deve-se fazer o exame vestibular em toda a criança que apresentar uma forte suspeita de disfunção vestibular. Os critérios para identificar labirintopatias na criança, são: a criança não gostar de ser movimentada; atraso na escolaridade; quedas frequentes; náuseas e vômitos inexplicáveis; dificuldades na aquisição de linguagem oral e escrita; antecedentes de enxaqueca; uso de ototóxicos e otite média aguda recorrente.

As dificuldades para realizar movimentos coordenados e a noção imprecisa da posição espacial de si mesmo e dos objetos transtornam a aprendizagem em crianças com labirintopatias. A falta de aptidão para praticar alguns movimentos físicos, a adoção de posições cefálicas anormais durante a escrita, as sensações distorcidas do tamanho, do peso e da estrutura corporal, da dimensão dos objetos distantes ou das relações espaciais prejudicam o adequado contato da criança com o meio ambiente, influenciando negativamente seu desenvolvimento físico e psíquico. As tonturas são frequentes, porém às vezes são bem toleradas pelas crianças, e tal queixa só aparece mediante questionamento direcionado. Tais crianças, não raramente, são inquietas devido à constante procura de posições de conforto e segurança, o que leva à dificuldade de concentração e à dispersão. Podem não gostar de brincar, andar de bicicleta (ou de tirar o apoio das rodas laterais), de andar sobre o muro ou guia de sarjeta, de pular corda ou amarelinha, de usar os brinquedos de playground.

Alterações do sistema vestibular em crianças poderiam influir no aparecimento de perturbações da fala e retardos motores ressaltando a importância de uma avaliação minuciosa em escolares e, se necessário, um programa de intervenção precoce.

ETIOLOGIA

Há alguns antecedentes que predispõem ao comprometimento da função vestibular como doenças infecciosas na gestação, uso de drogas ototóxicas, enxaqueca materna, anoxia ao nascimento, infecções de orelha média e traumatismos cranianos

As causas mais comuns de vertigem e tonturas na infância são enxaqueca vestibular e síndromes associadas, insuficiência unilateral vestibular devido à labirintite, vertigem de posicionamento e síndromes somatoformes, com frequência muito variável.

.

AVALIAÇÃO VESTIBULAR NA INFÂNCIA

Toda criança com suspeita de disfunção vestibular deve ser atentamente investigada. A avaliação otoneurológica da criança vertiginosa é de grande importância porque pode revelar um tumor cerebral em 3% dos casos. A avaliação é possível de ser feita em qualquer criança, desde que seja adequada para a idade.

A investigação começa pela anamnese na qual, apesar das dificuldades encontradas, deve-se buscar uma quantidade maior possível de informações da criança, dos pais e de outros acompanhantes, na tentativa de caracterizar a tontura e os sintomas associados. A preservação da consciência é um dado muito importante que auxilia na diferenciação entre doenças centrais e periféricas. Os antecedentes gestacionais, natais e pós-natais bem como os antecedentes familiares devem ser investigados.

O exame físico da criança deve começar pela otoscopia para descartar as infecções de orelha média. Na criança maior, o exame neurológico pode ser realizado como no adulto, com a pesquisa de pares cranianos, provas cerebelares, avaliação do equilíbrio estático e dinâmico e pesquisa do nistagmo espontâneo.

Em recém nascidos e em crianças muito pequenas, somente é possível a pesquisa de reflexos primitivos que são úteis para acompanhar o desenvolvimento neurológico mas podem estar alterados quando houver acometimento da função labiríntica ou de outras estruturas relacionadas ao equilíbrio.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (14.4 Kb)   pdf (107.7 Kb)   docx (13.9 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com