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A LIPO ABDOMINOPLASTIA

Por:   •  30/10/2018  •  Artigo  •  2.649 Palavras (11 Páginas)  •  526 Visualizações

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LIPOABDOMNOPLASTIA - TÉCNICA SALDANHA

Apresentação 

A Lipoabdominoplastia é fruto da evolução de mais de uma geração de cirurgiões plásticos que trabalharam e trabalham constantemente, em busca de um novo caminho com menor risco de complicações e melhores resultados. Tem base cirúrgica na lipoaspiração superficial e nos estudos anatômicos dos vasos e nervos perfurantes da parede do abdome. A lipoaspiração possibilita o deslizamento do retalho abdominal sem necessidade do amplo descolamento tradicional, e a preservação dos vasos e nervos dá suporte sanguíneo arterial, venoso e linfático, além da preservação da sensibilidade cutânea supra-púbica.

 

 

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Dr. Oswaldo Saldanha

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Membro Titular e Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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Tesoureiro Geral da SBCP
(1996-1997-1998 e 1999)

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Secretário Geral da SBCP
( 2000-2001-2004 e 2005 )

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Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica - "Dr. Ewaldo B. Souza Pinto" da UNISANTA

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Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (2006-2007)

O que é?

A LIPOABDOMINOPLASTIA, "Técnica SALDANHA" é um novo conceito para o tratamento do abdome, onde representa a padronização segura da associação da lipoaspiração com a abdominoplastia tradicional, no mesmo tempo cirúrgico. Isto é possível devido ao descolamento seletivo do retalho, onde são preservados os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, mantendo-se assim a vascularização natural do retalho e a sensibilidade supra-púbica.

Dessa forma, apresenta um menor índice de complicações e melhor contorno abdominal, além de evitar um segundo tempo cirúrgico. Foi desenvolvida em 1999, apresentada em 2000 e publicada pela 1ª vez no Aesthetic Surgery Journal em 2001.

Como surgiu?

A técnica de Lipoabdominoplastia surgiu de uma forma casual, quando executávamos uma abdominoplastia com ressecção parcial de pele infra-umbilical. Naquele momento percebemos que o restante de pele infra-umbilical necessitava de ser removido, porém já havíamos feita a lipoaspiração prévia e não era prudente fazermos o descolamento tradicional do retalho, pois poderíamos comprometer a vascularização do mesmo. Nesse momento, percebemos que os túneis produzidos pela lipoaspiração tinham produzido um "descolamento" suficiente para a descida do retalho até o púbis. Diante desta descoberta, removemos o restante de pele, semelhante à abdominoplastia clássica, confeccionando um túnel central, para realizar a transposição do umbigo. Dessa forma então, no ano de 2000, foi realizada a primeira Lipoabdominoplastia completa, sem descolamento do retalho, que logo em seguida evoluiu para a Lipoabdominoplastia com descolamento seletivo, que é realizada até hoje. A seguir, a seqüência do 1° caso:

Mini-abdome?
Abdominoplastia?

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Marcações iniciais
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Pinch teste após a lipoaspiração
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Excisão parcial de pele (Mini)
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Ampliação da ressecção (Técnica Saldanha)
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Discreto túnel para transposição do umbigo

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Lipoabdominoplastia: Resultado imediato ( 1° caso )

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A partir daí, descobrimos que não havia nada semelhante publicado na literatura. Iniciamos então, um estudo anatômico em 10 cadáveres, com injeção de azul de metileno, mapeando as regiões dos vasos perfurantes abdominais, onde ficou demonstrado que se encontravam fora da linha média (Alba).

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Este fato também foi comprovado com estudo de cintilografia, que comparamos com o estudo em cadáver.

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A partir daí, começamos a realizar um descolamento restrito, onde podíamos realizar uma plicatura discreta dos músculos retos abdominais. Mas, ainda faltava maior estudo científico e anatômico para termos segurança quanto à ampliação do descolamento na lina média abdominal.                                     

Iniciamos um trabalho de pesquisa bibliográfica, com base nos trabalhos de estudo anatômico relacionado à reconstrução mamária. Esse foi o passo decisivo na padronização do descolamento do túnel na Lipoabdominoplastia, pois pudemos comprovar, de forma mais precisa, a localização dos vasos perfurantes abdominais, ramos das epigástricas. Dessa forma, pudemos definir a área segura de descolamento do túnel, que corresponde ao espaço entre as bordas internas dos músculos reto-abdominais. Entre muitos trabalhos estudados, os que mais influenciaram a Lipoabdominoplastia, foram os de Taylor e Hamdy, onde concluem que 80% do suprimento sanguíneo da parede abdominal provem das perfurantes. Entre outros, os brasileiros Alexandre Munhoz e Marcos Nilo, realizaram trabalhos semelhantes e reforçam as bases anatômicas da técnica. Alexandre Munhoz e colaboradores, em capítulo do livro   "Lipoabdominoplastia" que publicamos neste ano de 2004, realiza outro trabalho inédito, onde quantifica as perfurantes abdominais, no pré e pós-operatório de 3 meses, em 10 casos  de Lipoabdominoplastia.. Desse momento em diante (já em 2001), começamos a chamar de "Lipoabdominoplastia com descolamento seletivo".

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Dentro da evolução, foi de fundamental importância o trabalho realizado pela Ruth Graf, que estudou o fluxo das perfurantes abdominais nos pré e pós-operatórios de 20 pacientes operadas pela Lipoabdominoplastia, confirmando a perfusão desses vasos no 7° dia de pós-operatório. As figuras abaixo (gentilmente cedida), mostra o vaso perfurante peri-umbilical estudado no pré (à esquerda), e em posição obliqua sete dias após a cirurgia (à direita).

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ECO DOPPLER
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Ruth Graf

ECO DOPPLER
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Ruth Graf

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No ano de 2001, fizemos a 1ª publicação sobre a Lipoabdominoplastia, com todos os detalhes da técnica, como a lipoaspiração superficial e profunda, descolamento do túnel respeitando a vascularização, preservação da fáscia de Scarpa, ressecção de fuso infra-umbilical (envolvendo fáscia de Scarpa e tecido conectivo) para poder executar a plicatura xifo-pubiana, e finalmente a transposição do umbigo.

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O início foi de grande ceticismo ( e não poderia ser diferente ), pois representava uma mudança de concepção no tratamento da plástica abdominal. Com o passar do tempo, a técnica foi se consolidando com a adesão cada vez maior dos colegas. . A lipoaspiração ( profunda e principalmente a superficial ) é a responsável pela liberação e deslizamento do retalho abdominal, que nada mais é do que um retalho multi-pediculado no sub-cutâneo. Por este motivo, pode-se associar a lipoaspiração à abdominoplastia clássica, de forma segura, pois preserva toda a circulação sanguínea, vinda das perfurantes, além dos linfáticos e nervos.

Muitos cirurgiões acreditaram na Lipoabdominoplastia desde o início, começando a executá-la logo após as nossas primeiras apresentações. E foram mais além, contribuíram e incorporaram outros procedimentos próprios, para se adequar às suas necessidades. Entre outros citamos:

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[pic 47]DEÓS (2001) - Lipoabdominoplastia com descolamento ampliado

[pic 48]MATOS JR (2002) - Lipoabdominoplastia em abdome não convencional

[pic 49]RUTH GRAF (2001) - Lipoabdominoplastia com ressecção infra-umbilical em bloco

 

[pic 50]VITERBO (2001) - Vibro-Lipoabdominoplastia

 

[pic 51]SOUZA PINTO (2002) - Vaser-Lipoabdominoplastia

[pic 52]CARLOS E. C. LEÃO (2002) - Lipoabdominoplastia Pós-cirurgia Bariátrica

[pic 53]LÉO DONCATTO (2004) - Lipoabdominoplastia em Reconstrução Mamária com TRAM

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