FORMAÇÃO RETICULAR E NEURÔNIOS MONOAMINÉRGICOS DO TRONCO ENCEFÁLICO

FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL - FACID[pic 1]

CURSO: MEDICINA

DISCIPLINA: NEUROANATOMIA

PROFESSOR: MONTE FILHO

THÁJARA FERNANDES DE SÁ GUIMARÃES

FORMAÇÃO RETICULAR E NEURÔNIOS MONOAMINÉRGICOS DO TRONCO ENCEFÁLICO

TERESINA/PI

OUTUBRO/2014

NÚCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS

O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Na sua constituição entram corpos de neurônios, que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.

Os núcleos dos nervos cranianos dispõem-se no tronco encefálico em colunas longitudinais que correspondem a componentes funcionais de suas fibras. Entretanto, como as fibras aferentes viscerais gerais e aferentes viscerais especiais vão para uma mesma coluna, existem sete componentes funcionais, mas apenas seis colunas. Estas colunas tem correspondência funcional e, às vezes, continuidade com as colunas da medula. Assim, a coluna aferente somática (coluna do trigêmeo) continua com a substância gelatinosa da medula, e a coluna eferente visceral geral (do sistema nervoso parassimpático) corresponde, na medula, à coluna lateral.

• COLUNA EFERENTE SOMÁTICA

Todos os núcleos desta coluna dispõem-se de cada lado próximo ao plano mediano, originando fibras para a inervação dos músculos estriados miotômicos do olho e da língua. São eles:

1. Núcleo do óculomotor: somente a parte somática. Está localizado no mesencéfalo, estendendo-se posteriormente ao fascículo longitudinal medial no nível do colículo superior e origina fibras que inervam todos os músculos extrínsecos do olho, com exceção do reto lateral e oblíquo superior. Tem aproximadamente 10 mm de comprimento e recebe fibras do córtex cerebral (fibras corticorreticulonucleares), mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo (cerebelo-oculomotoras).
2. Núcleo do troclear: situado no mesencéfalo ao nível do colículo inferior. Os axônios desse nervo curvam-se ao redor da substância cinzenta central, cruzam o véu medular superior e emergem na face posterior do mesencéfalo. Origina fibras que inervam o m. oblíquo superior.
3. Núcleo do abducente: situado na ponte (colículo facial), em posição paramediana no tegmento da ponte, no assoalho do IV ventrículo. Estende-se do limite superior do núcleo vestibular lateral à porção superior do núcleo vestibular inferior. Possui neurônios motores e interneurônios. Dá origem a fibras para o músculo reto lateral.
4. Núcleo do hipoglosso: situado no bulbo, no triângulo do nervo hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo. Contém principalmente fibras nervosas motoras somáticas que inervam os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua.

• COLUNA EFERENTE VISCERAL GERAL

Nestes núcleos estão os neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. Essas fibras pré-ganglionares, antes de atingir as vísceras, fazem sinapse em um gânglio.

1. Núcleo de Edinger – Westphal: pertence ao complexo oculomotor, situado no mesencéfalo (ao nível do colículo superior). Origina fibras pré-ganglionares para o gânglio ciliar, de onde saem fibras pós-ganglionares para o músculo ciliar e esfíncter da pupila.
2. Núcleo lacrimal: situado na ponte, próximo ao núcleo salivatório superior. Origina fibras pré-ganglionares que saem pelo VII par (passando pelos n. petroso maior e n. do canal pterigopalatino) e chegam ao gânglio pterigopalatino, onde tem origem as fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal.
3. Núcleo salivatório superior: situado na parte caudal da ponte, limitando com o bulbo. Origina fibras pré-ganglionares que saem pelo nervo intermediário e ganham o nervo lingual, por onde chegam ao gânglio submandibular, de onde saem as fibras pós-ganglionares que inervam as glândulas submandibular e sublingual.
4. Núcleo salivatório inferior: situado na parte mais cranial do bulbo, origina fibras pré-ganglionares que saem pelo n. glossofaríngeo e chegam ao gânglio ótico. Do gânglio ótico saem fibras pós-ganglionares que chegam a parótida pelo n. aurículo-temporal, ramo do n. mandibular.
5. Núcleo dorsal do vago: situado no bulbo, no assoalho do IV ventrículo. Origina fibras pré-ganglionares que saem pelo n. vago e terminam fazendo sinapse em um grande número de pequenos gânglios nas paredes das vísceras torácicas e abdominais.

• COLUNA EFERENTE VISCERAL ESPECIAL

1. Núcleo motor do trigêmeo: situa-se na ponte. Recebe fibras do córtex cerebral (corticonucleares da ponte) e dos núcleos sensitivos do n. trigêmeo. Dá origem a fibras que saem pela raiz motora do trigêmeo, ganham a divisão mandibular deste nervo e terminam inervando mm. mastigadores, m. milo-hióideo e o ventre anterior do m. digástrico (vindos do 1º arco branquial).
2. Núcleos do facial: situa-se na ponte. Origina fibras que pelo VII par vão à musculatura mímica e ao ventre posterior do m. digástrico (derivados do 2º arco branquial);
3. Núcleo ambíguo: conhecido como núcleo ventral do n. vago, situado no bulbo. É uma coluna de células situada a meio caminho entre a oliva e o núcleo espinal do nervo trigêmeo. Dá origem a fibras que inervam os mm. da laringe e faringe, saindo pelos nn. glossofaríngeo, vago e raiz craniana do acessório.

• COLUNA AFERENTE SOMÁTICA

Seus núcleos recebem fibras que trazem grande parte da sensibilidade somática geral da cabeça (coluna do trigêmeo). Também há fibras que entram pelos nervos VII, IX e X. Esta é a única coluna contínua que se estende ao longo de todo o tronco encefálico, continuando-se caudalmente sem interrupção com a substância gelatinosa da medula.

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