JEJUM INTERMITENTE: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Por: julianaemi_ • 9/4/2019 • Artigo • 2.103 Palavras (9 Páginas) • 367 Visualizações
JEJUM INTERMITENTE: VANTAGENS E DESVANTAGENS[1]
MACHADO, Felipy de Almeida[2]
SHIMABUKURO, Juliana Emi[3]
RADAELLI, Patrícia Barth[4]
RESUMO
Com o crescente aumento do número de pessoas na taxa obesidade, inúmeras dietas e maneiras de regular o organismo vem sido alvo de estudos. Dessa forma, um dos destaques de controle alimentar que vêm ganhando espaço recentemente, o jejum intermitente, é caracterizado pela alternância de períodos pré-estabelecidos de privação de ingestão de alimentos que teve como início de seu estudo em muçulmanos, no período do Ramadã. Este artigo tem por objetivo promover um estudo a respeito dessa prática, frisando especialmente na interferência no organismo e suas consequências, tanto benéficas, quanto maléficas. Para tanto, a pesquisa foi realizada a partir da análise de uma revisão integrativa da literatura disponível.
PALAVRAS-CHAVE: jejum, intermitente, metabolismo, obesidade, restrição calórica, emagrecimento.
INTRODUÇÃO
O acúmulo exacerbado de gordura, a obesidade é uma doença que atinge todos os nichos, comprometendo a saúde de inúmeras pessoas, gerando consequências e prejuízos em variados âmbitos. Dessa forma, variadas são as propostas com o intuito de evitar tal malefício que impacta tanto a vida e preocupa a questão da saúde pública.
O jejum intermitente surgiu como mais uma via alternativa a ser utilizada por muitos profissionais no meio do combate ao sobrepeso. No entanto, essa nova onda de prática metabólica restritiva não possui estudos suficientes que possam limitar seu uso. Desse modo, fica clara a necessidade de maior linha de pesquisa nesse assunto, assim como, maiores exposições dicotômicas de evidenciação de vantagens e desvantagens com intuito de obter orientações e promover seguranças na realização do jejum intermitente.
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os possíveis efeitos, tanto maléficos quanto benéficos do jejum intermitente diária no organismo, com o intuito de esclarecer e desmistificar essa prática. Para isso, foi colocada em ótica a manifestação cultural do jejum muçulmano do período do Ramadã, além do quadro latente de obesidade crescente no Brasil. Para tanto a metodologia foi desenvolvida pelo enfoque dialético com investigações bibliográficas e documentais, com contribuições teóricas de autores como Bruno Chausse, Kemplel e Hayward.
DESENVOLVIMENTO
O aumento significativo na quantidade de pessoas acima do peso pode ser relacionado às mudanças no estilo de vida pessoal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento de peso pode ser considerado como um dos maiores obstáculos para a saúde pública, demonstrando aumento crescente na quantidade de pessoas na faixa do sobrepeso. No Brasil, há também uma ampliação progressiva, sendo que o número de pessoas consideradas obesas ultrapassa metade da população (ABESO, 2016).
Dessa forma, estratégias de emagrecimento vêm sido utilizadas, não apenas para uma melhora estética, mas principalmente pelos impactos positivos na saúde em geral. Diante disso, o Jejum Intermitente (JI) é considerado uma das práticas que vem se destacando como meio de controle alimentar (MORAES, 2016). Recentemente, é verificado um crescente aumento de publicações científicas em relação à prática do Jejum Intermitente (JI) como uma alternativa benéfica de comportamento alimentar que apresenta inúmeros benefícios para o organismo (TINSLEY; LA BOUNTY, 2015).
O jejum é definido como o momento fisiológico em que o organismo fica um determinado período sem a ingestão de novas fontes de nutriente, resultando então em um processo de consumo energético dos substratos próprios do corpo. A redução de peso devido a tal restrição calórica proporciona um controle facilitado de determinadas doenças metabólicas (PRASAD et al., 2012).
Com o início de seu estudo em Muçulmanos, durante o período do Ramadã, o jejum intermitente é considerado como uma prática de restrição calórica por meio da diminuição da frequência alimentar. Dessa forma, durante 30 dias consecutivos, o jejum é realizado de forma obrigatória durante todo o dia, com janela alimentar apenas do pôr do sol até o amanhecer. Ao final de tal tempo delimitado, foi possível observar uma melhora no perfil metabólico, levando à ideia de que haveria grandes benefícios à saúde (MORAES, 2016).
Existem variados protocolos de jejum intermitente, sendo que podem ser agrupados em jejuns em dias alternados, de dia inteiro ou períodos alternados com horas de jejum e alimentação (PARK et al., 2016). Os estudos em relação a tal estilo de vida consistem em metodologias de avaliação dos impactos de períodos alternados de privação alimentar.
De maneira ampla, pode-se afirmar que os efeitos metabólicos do jejum intermitente são superiores aos efeitos da restrição calórica. Segundo o estudo de Chausse et al. (2014), além do maior consumo alimentar, foi verificado também uma menor eficiência alimentar, inferindo então que tais mudanças metabólicas sejam provenientes de uma alteração na função hipotalâmica gerada pelo jejum intermitente.
De acordo com o estudo de Kemplel et al. (2012), a prática de jejum combinada também com a restrição calórica é uma maneira eficiente para a diminuição do peso e de risco cardiovascular em pessoas do sexo feminino consideradas obesas, justamente devido à redução dos principais marcadores.
Ainda sobre os benefícios,
A maioria dos estudos mostrou efeitos positivos nos marcadores de saúde metabólica e composição corporal, em parte devido aos efeitos demonstrados pelo jejum intermitente nos tecidos metabólicos, que foram o aumento da sensibilidade à insulina e diminuição da gordura hepática, nos vasos sanguíneos ocorreu o aumento de óxido nítrico e diminuição do estresse oxidativo. No tecido adiposo houve aumento da deposição de triglicerídeos e aumento da sensibilidade à insulina. Nas ilhotas pancreáticas houve um declínio relacionado a idade metabólica. Já no músculo esquelético ocorreu um aumento da captação de glicose e dimunuição da resistência à insulina. Assim, conclui-se que o uso de jejum intermitente pode melhorar a perda de peso e a saúde cardiovascular de indivíduos com sobrepeso e obesidade. (FERREIRA apud BROWN; MOSLEY; ALDRED, 2013).
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