O Corpo e Controle
Por: Nathan Costa • 23/11/2019 • Artigo • 802 Palavras (4 Páginas) • 221 Visualizações
1 .O corpo e o controle
O que acontece dentro da cabeça de indivíduos em coma está mergulhado em mistério. O que acontece dentro da cabeça de indivíduos em coma está mergulhado em mistério. Agora, um novo estudo descobriu que pacientes em coma reorganizam drasticamente redes cerebrais, uma descoberta que pode lançar luz sobre o mistério da consciência.Em comparação com pacientes saudáveis do estudo, os centros de atividade cerebral mais ativos nos primeiros são escuros em pacientes em coma, enquanto regiões necessárias para à vida são mais ativadas. "A consciência pode depender da localização anatómica destes centros na rede do cérebro humano", disse a co-autora Sophie Achard, do Centro de investigação científica em Grenoble.
Tomando como exemplo um paciente que entra em estado de coma (estado inconsciente com duração de mais de seis horas), como entender que esse indivíduo possui uma consciência do fluxo interior do tempo, se seu estado é fisiologicamente de inconsciência? Ao acordar, esse indivíduo, mesmo que de forma imprecisa, tem a noção de que determinado tempo se passou, devido às circunstâncias em que ele se encontra não serem as mesmas de seu cotidiano, o que agora é considerado realidade para ele, no momento de seu despertar, a sua realidade circundante se configura como algo que ultrapassa os limites do real, causando-lhe certa estranheza. Entra em choque o mundo cotidiano antes do coma com o mundo que se apresenta para ele como um problema. Embora todos em sua volta partilhem de uma realidade comum, possivelmente, este sujeito constrói sua própria realidade. Dessa forma, o sujeito do coma tem consciência do fluxo interior do seu tempo, uma vez que mesmo estando em estado de inconsciência, o tempo não deixou de existir para ele. Isso significa afirmar que o tempo existe independente do sujeito que o vivencia. A morte ou coma de dado individuo nada interfere na sequência temporal. Essa sequência pautada nas ações cotidianas não se limita somente à imposição de sequências predeterminantes ao modo como o sujeito cumpri suas ações diárias, mas, sobretudo interfere na biografia da vida deste sujeito.
Um caso muito conhecido que virou referência sobre o assunto foi o caso de Phineas Gage (1848). A ideia de que o córtex cerebral é composto de áreas funcionalmente distintas não foi seriamente considerada pelos cientistas até o século XIX. Treze anos antes de Pierre Paul Broca apresentar suas considerações a respeito da associação da afasia com a lesão no lobo frontal (1861), um acidente totalmente inédito e uma recuperação miraculosa ocorridos com um funcionário graduado de uma estrada de ferro próximo à cidade de Cavendish, no estado de Vermont, nordeste dos Estados Unidos, certamente influenciou o entendimento das funções mentais superiores. Esta nota conta um pouco da história do acidente ocorrido com esse operário cujo nome era Phineas Gage. O Dr. Edward H. Williams (...-1899) chegou 30 minutos após o acidente e posteriormente considerou: “O topo da cabeça parecia algo semelhante a um funil invertido, como se algum corpo em forma de cunha tivesse passado de baixo para cima. Sr. Gage, durante o tempo que eu estava examinando a ferida, foi relatando a maneira pela qual ele foi ferido. Eu não acreditei nas suas declarações nesse momento o. Pensei que ele estivesse enganado. Mas o Sr. Gage persistia em dizer que o haste havia passado por sua cabeça. Ele levantou-se e vomitou, e o esforço de vômito pressionou o cérebro para fora do crânio”.
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