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Otite Externa Necrotizante

Por:   •  23/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  741 Palavras (3 Páginas)  •  456 Visualizações

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OTITE EXTERNA NECROTIZANTE –

RELATO DE CASO

Thaíse de Albuquerque Fioravante Silvestre, Daniel Villela E Silva, Haizza Cristina de Almeida Cabral Monteiro, Jeová Araújo,

Marcelo Nogueira, Priscila Castricini Mendonça Pimentel, Patrícia

HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO -RIO DE JANEIRO

thaiseorl@hotmail.com danielvsmed@gmail.com haizza.m@hotmail.com jeovaaraujo@hotmail.com

I. INTRODUÇÃO

As doenças da orelha externa apresentam uma alta incidência na

otorrinolaringologia (ORL), sendo diversas as etiologias e

possibilidades de tratamentos. Dentre as afecções inflamatórias, a

mais comum é a otite externa difusa aguda (OEDA), a qual tem uma

prevalência de 10% na população global, responsável por 7,5 milhões

de prescrições otológicas tópicas ao ano nos EUA. Esta, e muitas

outras doenças do pavilhão auricular e conduto auditivo externo

(CAE), apresentam cursos autolimitados e com bons prognósticos. No

entanto, outras afecções, como a otite externa necrotizante (OEN),

possuem caráter altamente destrutivo, sendo potencialmente graves e

responsáveis por altas taxas de morbimortalidade. Por esses motivos,

deve-se atentar para os princípios básicos de diagnóstico e tratamento

das muitas vezes subestimadas doenças da orelha externa, no intuito

de nortear e aperfeiçoar as suas condutas.

II. RELATO DE CASO

EJR, 70 anos, masculino, casado, militar aposentado, procedente de

Minas Gerais.

Paciente hipertenso e diabético descompensado em tratamento irregular

iniciou quadro de otalgia severa, principalmente noturna associado a

otorreia e plenitude aural à direita. Procurou o Hospital Central do

Exército após dois meses de evolução, já tendo sido avaliado por outros

serviços onde recebeu tratamento com amoxicilina com clavulanato e

medicamentos tópicos, sem resposta terapêutica. Após avaliação pela

ORL, foi internado para início de analgesia, controle glicêmico,

antibioticoterapia com cefepima 2g 12/12h endovenoso, cuidados

locais no CAE e melhor abordagem diagnóstica. Foram solicitados

como exames de imagem: tomografia de mastoide que evidenciou

erosão óssea de mastoide direita e preenchimento de CAE com material

com densidade de partes moles; cintilografia com tecnécio99 que

revelou captação de contraste em topografia de orelha externa e

mastoide direitas. Após 45 dias de antibioticoterapia, foi realizada

cintilografia com Gálio para avaliação da resposta ao tratamento, sendo

esta negativa para atividade de doença. Em relação aos parâmetros

clínicos e laboratoriais, paciente também apresentou boa resposta com

melhora dos sinais e sintomas, além de queda importante do nível

sérico de velocidade de hemossedimentação (VHS), o qual foi avaliado

regularmente no período de internação hospitalar. Recebeu alta

hospitalar com resolução completa do quadro infeccioso, controle

glicêmico adequado e seguimento ambulatorial pela ORL.

III. DISCUSSÃO

A OEN é a infecção invasiva e necrotizante do conduto auditivo

externo com frequente acometimento de base do crânio, que

tipicamente ocorre em pacientes com algum grau de

imunossupressão, sendo idosos e diabéticos mal controlados seu alvo

principal. A Pseudomonas

aeruginosa

é responsável por 95% dos

...

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