AÇÃO DO ETILENO SOBRE O AMADURECIMENTO DE FRUTOS CLIMATÉRICOS
Por: Mariana Ferreira • 20/4/2015 • Relatório de pesquisa • 999 Palavras (4 Páginas) • 3.643 Visualizações
AÇÃO DO ETILENO SOBRE O AMADURECIMENTO DE
FRUTOS CLIMATÉRICOS
INTRODUÇÃO
Os produtos vegetais sofrem uma série de estresses quando colhidos, devido as modificações no seu meio ambiente, suprimento de nutrientes e ferimentos pelo processo de colheita. O seu metabolismo é modificado, embora continue a funcionar, uma vez que são órgãos vivos. Uma das mudanças mais significativas nos frutos pós-colheita é a alteração nas concentrações de O₂, CO₂ e C4H4.
A partir dessas alterações ocorridas, pode-se verificar dois grandes grupos de frutos, que são os climatéricos e os não-climatéricos. No entanto um fator que é determinante para essa classificação deve ser ressaltado: o gás etileno. Ele é essencial para o amadurecimento das frutas e será a quantidade de sua concentração produzida após a colheita que formará esses dois grupos. Os frutos climatéricos são aqueles que apresentam, em determinada etapa do seu ciclo vital, um aumento rápido e acentuado na atividade respiratória, com amadurecimento imediato. Podem amadurecer na planta ou fora dela se colhidos maduros, ou seja, fisiologicamente desenvolvidos. O termo "climatérico" deve ser, portanto, aplicado ao total de mudanças que ocorrem nessa fase crítica da vida do fruto, que é desencadeada pelo etileno e durante a qual muitas mudanças ocorrem, uma delas o aumento na taxa respiratória. Embora não apresentem comportamento respiratório como ocorre nos climatéricos, ou seja, atividade respiratória relativamente baixa e constante, com ligeiro declínio após a colheita, os não-climatéricos não são capazes de completar o processo de amadurecimento quando colhidos maduros. Logo, devem permanecer na planta-mãe até o final da maturação. De um modo geral, a taxa de respiração é indicativa da rapidez com que as mudanças de composição ocorrem. Se o fruto for colhido na fase de ótima qualidade comestível, ou próximo a sua condição, poderá apresentar uma elevada taxa de deterioração antes da comercialização. A vida de armazenamento de diferentes tipos de frutas, em geral, varia inversamente com a taxa de respiração. Produtos com taxa de respiração relativamente baixas são os que podem ser armazenados por períodos mais longos sem perda da aceitabilidade.
OBJETIVOS Observar a ação do gás etileno sobre o amadurecimento de frutos climatéricos.
MATERIAIS • Bananas • Maçãs • Laranjas • Sacos plásticos • Sacos de papel • Bandejas de isopor • Refrigerador • Fita Crepe
MÉTODOS Inicialmente, observou-se e anotou-se as características físicas de cada um dos frutos a serem analisados. Em duas bandejas, dois sacos plásticos e dois sacos de papel colocaram-se uma maçã e duas laranjas em cada. Em outras duas bandejas, e em outros dois sacos de papel e de plástico, colocou-se uma maçã e duas bananas em cada, sendo todos identificados. Colocou-se uma bandeja, um saco plástico e um saco de papel (fechados) contendo maçã e laranjas e outros contendo maçã e bananas, em um refrigerador. Colocou-se também uma bandeja, um saco plástico e um saco de papel contendo maçã e laranjas e outros contendo maçã e bananas em uma bancada em temperatura ambiente. Após 4 dias, fez-se uma nova observação dos frutos, e após uma semana, outra observação, tomando-se nota das novas características dos frutos.
DISCUSSÃO Como pôde ser visto nas imagens, o período de 7 dias foi o suficiente para que os frutos sofressem várias alterações resultantes do amadurecimento e senescência. Houve alteração na cor das cascas, modificação da textura e do aroma e, em alguns casos, formação de exsudado e desenvolvimento de micro-organismos. Os resultados obtidos ajudaram na percepção da influência exercida pela temperatura e pela forma de armazenamento (embalagem utilizada) no processo da amadurecimento das frutas. Um primeiro ponto a ser destacado é o fato de que, sob mesmas condições de temperatura e armazenamento, as maçãs que estavam embaladas com bananas sofreram maiores mudanças fisiológicas do que aquelas embaladas com laranjas. As primeiras apresentaram maiores depressões na casca e estavam mais "murchas", indício que estavam mais evoluídas na fase de senescência do que as outras. Isso pode ser explicado pelo fato de a banana ser um fruto climatérico e a laranja um não-climatérico. Dessa forma, houve produção autocatalítica de etileno pela banana e, sendo este um gás, difundiu-se para o ambiente e foi absorvido pela maçã, acelerando o seu amadurecimento. Já as laranjas produzem quantidades ínfimas desse gás, de modo que todo o etileno contido na embalagem foi produzido essencialmente pela maçã. É importante destacar, também, que as bananas refrigeradas sofreram alterações na cor da casca, resultado de uma desordem causada pelo frio. Isso ocorreu, pois foram mantidas em uma temperatura de aproximadamente 10ºC, menor que a temperatura mínima suportada por elas (11,7ºC a 13,3ºC). Com relação à temperatura, foi observado que os frutos refrigerados sofreram menos alterações se comparados àqueles armazenados em temperaturas ambientes. Esse era o esperado, já que um aumento na temperatura provoca um aumento na taxa metabólica, acelerando as reações catabólicas responsáveis por tais mudanças fisiológicas. Por fim, foi possível perceber que, no geral, os frutos embalados com papel sofreram menos modificações em relação aos embalados com plástico e estes menos do que aqueles não embalados. Nesse caso, a embalagem influencia no processo de amadurecimento pois regula a entrada e saída de gases, além de influenciar na umidade relativa do ar. No caso do papel, o etileno que era produzido conseguia ser eliminado para o meio ambiente com mais facilidade, tornando o processo de amadurecimento mais lento, enquanto no plástico ele ficou "preso" na embalagem. As frutas que não foram embaladas, no entanto, ficaram mais submetidas à contaminações, e deterioraram mais rápido pelo desenvolvimento de fungos. É válido ressaltar, ainda, que podem ter ocorrido processos fermentativos em algumas frutas embaladas com plástico, devido às condições de anaerobiose, uma vez que o oxigênio era consumido, mas reposto com dificuldade. O odor estava forte e no "plástico ambiente" e no "plástico refrigerado" houve a formação de exsudado.
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