A Nutrição Tem Um Papel Fundamental

1. INTRODUÇÃO

A nutrição tem um papel fundamental no cotidiano e quando se leva em consideração a prática de atividade física isso se torna ainda mais imperioso. Isso, pois a nutrição esportiva é responsável por analisar e recomendar o fornecimento de nutrientes que o organismo necessita para alcançar o objetivo desejado. Essa meta final pode ter diversos vieses, mas sempre buscando equilibrar a saúde de acordo com a necessidade e proposito individual. (Haraguchi, Abreu   e   De   Paula, 2006)

Sendo assim, entende-se que cada caso precisa ser analisado individualmente levando em considerações suas singularidades. Dessa maneira, durante o atendimento é extremamente importante realizar uma anamnese completa e construir uma relação de confiança.

Ademais, nesse segmento a suplementação é um assunto que é muito discutido e possui ainda muitos tabus e dúvidas da população em geral. Existe um número enorme de possibilidades de suplementação, entretanto algumas com embasamento científico sobre sua eficácia e outras não. Por isso, é de extrema importância tomar cuidado e verificar a real necessidade para cada caso.

Nessa perspectiva, o Whey Protein (proteína do soro do leite) foi um dos pioneiros. De acordo com uma pesquisa sobre “Efeitos metabólicos da suplementação do Whey Protein em praticantes de exercícios com pesos” publicada pela revista RBNE (Revista Brasileira de Nutrição Esportiva) entenderam que os praticantes de exercícios com pesos que possuem o objetivo de hipertrofia muscular, necessitam de maior  ingestão  de proteína  dessa  forma  o whey protein representa   uma   boa   estratégia   na recuperação  ao  esforço. Isso, pois a proteína do soro do leite é a fonte mais    concentrada em aminoácidos essenciais, incluindo os de cadeia ramificada ou BCAA. Além disso, por ter uma rápida digestão e absorção intestinal ele promove uma alta concentração no sangue que estimula assim a síntese proteica nos tecidos. Acrescentando, outro fator importante da ingestão desse suplemento para o ganho de massa magra é a ação dessas proteínas na liberação de hormônios anabólicos, como a insulina, que favorece a recuperação muscular. (Pacheco   et al., 2005)

Por outro lado, tem também a creatina que é um suplemento que apesar de ainda possuir muitos tabus a seu respeito é um produto que já faz parte da rotina de vários praticantes de atividade física. Isso, pois sabe-se que ela pode ser usada com diversas finalidades seja você praticante de musculação, corrida, triatlo, levantamento de peso entre outros. Nesse sentido, ao analisar o artigo publicado pela revista RBN (Revista Brasileira de Nutrição Esportiva) sobre “Efeitos da suplementação de creatina sobre a composição corporal de praticantes de exercício físico” em 2017 entende-se que este suplemento se trata de um recurso ergogênico (ou seja, substâncias ou artifícios utilizados com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo e a recuperação após o exercício). Isso ocorre, pois essa suplementação contribui para o aumento de creatina fosfato na musculatura esquelética e após a quebra da creatina fosfato o mesmo tem a capacidade de recuperar o ATP (Peralta Amâncio, 2002). Sendo assim, conclui-se que a utilização desse produto acarreta uma melhora no rendimento, podendo aumentar a força e velocidade em esportes em que a fonte de energia predominante é originada do ATP-CP (Alvez, 2002).  

Desta forma, nota-se que a suplementação pode sim auxiliar para complementar a alimentação com a finalidade de potencializar os resultados. Nessa linha de raciocínio, a realidade da hipovitaminose da vitamina D na população mundial fez com que alguns estudiosos pesquisassem a respeito dessa substância correlacionada a atividade física e composição corporal. Posto isso, em 2015 a RBN (Revista Brasileira de Nutrição Esportiva) publicou um artigo sobre “Vitamina D no esporte e na saúde” e chegaram a conclusão de que aqueles indivíduos que possuem a concentração adequada de vitamina D no organismo tendem a apresentar uma composição corporal mais equilibrada. Isso, pois esses indivíduos apresentam um melhor perfil lipídico, maior tolerância à glicose, melhor função vascular e menores níveis de PTH. Tendo, assim, um menor percentual de gordura, principalmente na região abdominal, e uma maior quantidade de massa magra já que possui uma melhor recuperação muscular. (Vargas et al., 2010)

Ademais, a cultura alimentar brasileira promove uma necessidade de suplementação de ômega 3. Visto que a rotina alimentar comum brasileira apresenta um cardápio com um déficit extremo dessa substancia. Nessa perspectiva, entende-se a real necessidade de adicionar novos hábitos alimentares ou recorrer a suplementação. Dessarte, com esse pensamento analisando a publicação feita pela Revista de Divulgação Cientifica Sena Aires em 2019 sobre a “Suplementação de Omega-3 em praticantes de atividade física intensa” demonstrou que a suplementação adequada além de melhorias no estado de saúde do individuo pode, também, exercer um papel ergogênico melhorando o desempenho durante e após as atividades físicas. Visto que ao analisarem os resultados das pesquisas notaram que houve resultados positivos quanto ao metabolismo das lipoproteínas, uma redução significativa de concentrações plasmáticas do colesterol, uma melhora da reação da insulina e reatividade e eficácia nos pós exercício. (García e Guisado, 2011)

        Analisando essas pesquisas percebe-se que a busca por melhores resultados e performance, procurando recursos que possibilitam um melhor desempenho aliado com a alimentação e treino (cada um na sua modalidade). Sendo assim, outro suplemento ergogênico é a beta alanina. Em 2015 foi publicado uma pesquisa pela Revista Brasileira de Nutrição Esportiva (RBN) “Atualidades sobre a suplementação nutricional com beta-alanina no esporte” e perceberam que em todas as modalidades físicas estudadas houve uma melhora significativa com a utilização crônica da beta-alanina. A utilização desse suplemento deve ser ministrada diariamente para se obter os resultados desejados, por isso deve-se se tomar cuidado com muitos pré-treinos disponibilizados no mercado devido a dosagem e por estarem disponibilizados com outras substâncias. Portanto, entende-se que a melhor forma de prescrição é a beta-alanina pura diariamente para que os resultados sejam perceptíveis após em média de 4 a 7 semanas. Nesses estudos foram analisados indivíduos treinados (musculação, futebol, ciclismo, entre outros) e não treinados e em ambos notaram uma melhora significativa no desempenho esportivo e na síntese de massa magra. (Schimitz e Campagnolo, 2013)