A Saúde Mental e Transtornos Alimentares
Por: VanessaBuscarino • 18/6/2023 • Trabalho acadêmico • 2.318 Palavras (10 Páginas) • 100 Visualizações
SAÚDE MENTAL E TRANSTORNOS ALIMENTARES, UM ESTUDO SOBRE A ANOREXIA NERVOSA, BULIMIA NERVOSA E COMPULSÃO ALIMENTAR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Tatiana Morgenstern Muniz ¹ Vanessa Buscarino ¹
Leticia Blasius da Cunha²
INTRODUÇÃO
Os Transtornos alimentares são enfermidades psiquiátricas debilitantes relacionados ao estado emocional e comportamental do ser a partir da primeira e segunda infância com seguimento pela adolescência. São caracterizados por profundas mudanças no hábito alimentar, no manejo do peso e aspecto corporal do paciente. Os quais, se não diagnosticados e monitorados precocemente levam o indivíduo a problemas clínicos, psicológicos e de ordem social. O presente trabalho visa explicar a Saúde Mental e Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência como o principal tema a ser abordado. A alimentação da criança e do adolescente não significam somente nutrir o corpo e sim é uma forma de comunicação entre pais e cuidadores do indivíduo e vice versa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A saúde mental está relacionada com os estados emocionais e comportamentais da criança e do adolescente. Os problemas de saúde mental na infância e adolescência podem ter um impacto significativo não só no indivíduo, mas também na sua família e na sociedade, podendo ter graves sequelas se o doente não for tratado desde o início (WENIBERG, 2019).
Os transtornos alimentares são doenças mentais que afetam os comportamentos alimentares, fazendo com que as pessoas tenham crenças distorcidas e disfuncionais sobre seu corpo, peso, alimentação e autoestima. Episódios de transtorno alimentar são comuns na infância e adolescência e podem levar a pensamentos obsessivo-compulsivos, distorções na autoimagem e nas emoções, além de transtornos na vida escolar, na qualidade de vida, no desenvolvimento e no crescimento (CAMARGOS; LOPES; BERNARDINO, 2020 apud BARBOSA, 2020).
Os hábitos alimentares podem ser entendidos como um comportamento que é aprendido por meio da repetição ao longo da vida e incorporado a ela sem reflexão consciente. Esses hábitos começam a se formar cedo na vida, desde a primeira amamentação até a transição para uma dieta geral, e são estabelecidos pelas preferências naturais da criança, dinâmica familiar e outras interações psicossociais e culturais. As atitudes alimentares dos pais afetam diretamente a formação das preferências e aversões alimentares nos filhos, pois eles não compram ou preparam suas próprias refeições. A seletividade alimentar é caracterizada por comportamentos alimentares comuns na infância. Nesse contexto, a recusa alimentar, o desinteresse e a resistência são características, uma tríade que leva à redução da diversidade alimentar das crianças (TAYLOR & EMMETT, 2019).
Conforme Taylor et al., 2015, este dado faz parte de um amplo espectro de comportamentos alimentares comuns na infância, não há consenso sobre uma definição geralmente aceita de escolha alimentar ou uma abordagem diagnóstica bem projetada, muitas vezes, a seleção de alimentos é temporária, mas em alguns casos pode persistir e persistir por anos, levantando preocupações sobre suas consequências. Há muita especulação sobre os fatores associados ao desenvolvimento de comportamentos alimentares seletivos em crianças e, embora estudos recentes tenham investigado a visão da seletividade alimentar sob várias perspectivas, as razões para isso permanecem pouco compreendidas.
Vários fatores têm sido descritos como potenciais gatilhos para o quadro seletivo de alimentos: introdução de alimentos mastigáveis tardiamente no processo de introdução alimentar (EMMETT et al., 2018; TAYLOR & EMMETT, 2019)
Experiências alimentares adversas, como vômitos, engasgos, regurgitação etc. (LEVENE & WILLIAMS, 2018) e influência parental, expressa por meio do estresse alimentar (TAYLOR et al., 2015).
Outros fatores que podem contribuir para uma melhor compreensão da escolha alimentar são a presença de doenças crônicas como diabetes tipo 1, efeitos colaterais de certos medicamentos e alergias e intolerâncias alimentares (LAM, 2015; LEVENE & WILLIAMS, 2018).
No caso de crianças seletivas, as dietas costumam ter menos grupos de alimentos (TAYLOR & EMMETT, 2019), o que leva a preocupações com o crescimento e desenvolvimento, uma vez que as deficiências de micronutrientes estão associadas a problemas de saúde na infância (PEDRAZA & QUEIROZ, 2011).
Impactos negativos ao estado nutricional nesta fase, podem comprometer seriamente o desenvolvimento global infantil e repercutir até a vida adulta (CUNHA et al., 2015). Portanto, por se tratar de uma fase em que grande parte do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional ocorrem (CUNHA et al., 2015), a infância deve ser considerada um momento crucial para avaliação e estímulo de hábitos alimentares saudáveis.
A infância é um período muito propício a intervenções que visem prevenir doenças crônicas na idade adulta, motivo pelo qual a saúde infantil é considerada um indicador da saúde pública de um país (WEINBERG, 2019).
Os transtornos alimentares aparecem na adolescência e adultos jovens, e geralmente, a seleção de alimentos (TARE - Avoidant Restrictive Eating Disorder) é de curta duração, mas em alguns casos pode ser um estado persistente e persistir por anos (TAYLOR et al., 2015).
Muito tem se especulado sobre os fatores associados ao desenvolvimento de comportamentos alimentares seletivos em crianças, embora estudos recentes tenham investigado a visão da seletividade alimentar sob diversas perspectivas, suas causas ainda não estão bem esclarecidas (TAYLOR & EMMETT, 2019).
A seletividade alimentar é caracterizada como um comportamento alimentar apresentado durante a infância. São característicos neste quadro, a recusa, o desinteresse e a aversão no que se refere à alimentação, estes três contribuem para uma menor concordância na dieta infantil (TAYLOR & EMMETT, 2019).
Outro problema importante a ser considerado é o conflito que o excesso de peso promove no equilíbrio emocional das crianças e adolescentes. Estudo demonstraram que crianças e adolescentes de 10 a 11 anos preferem ter amigos deficientes físicos e não obesos do que amigos obesos (RICHARDSON et al., 1961)
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