As Dietas não Convencionais
Por: Letycia da Lapa • 22/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.348 Palavras (6 Páginas) • 226 Visualizações
Magalhães[a] (2015), observou o ganho de peso semanal e expõe uma maior prevalência de ganho semanal excessivo entre as gestantes com renda familiar inferior a um salário mínimo, assim como entre as mulheres que iniciaram a gestação com sobrepeso/obesidade em relação àquelas com estado nutricional pré-gestacional baixo peso/eutrofia. Tal estudo apresenta dois pontos importantes para discussão, a influência da renda per capita sobre o aumento dos índices de excesso de peso gestacional e a atuação de profissionais de saúde, principalmente do nutricionista [b]na atenção à saúde da gestante, no monitoramento do estado nutricional e estratégias para promover praticas alimentares saudáveis
Nast (2013), a partir de um ensaio de campo randomizado, demonstra que a considerando-se o IMC pré-gestacional, a média de ganho de peso gestacional foi superior em mulheres eutróficas e com sobrepeso comparadas àquelas com obesidade. A prevalência de excesso de peso 12 meses após o parto foi superior em comparação ao período pré-gestacional (52,9 versus 36,7%) e 30,7% das mulheres retiveram ≥10 kg. A retenção de peso 12 meses após o parto foi superior nas mulheres que apresentavam sobrepeso pré-gestacional comparado àquelas eutróficas. Maior IMC pré-gestacional, maior ganho de peso gestacional e ser adolescente foram associados com maior retenção de peso 12 meses após o parto. Não foi observado associação entre aleitamento materno exclusivo e retenção de peso 12 meses após o parto[c], bem como renda, escolaridade e paridade. O presente estudo apresenta ainda uma redução do percentual de mulheres eutróficas no puerpério, o que pode decorrer pela provável insuficiência de vigilância no controle de ganho de peso gestacional dessas mulheres, tendo em vista que elas não são consideradas grupo de risco no início da gestação. [d]
De acordo com Forte et al., foi observada correlação positiva entre a retenção de peso nos primeiros três meses pós-parto com o ganho de peso gestacional total. Em relação à paridade, notou-se que as puérperas multíparas apresentaram retenção de peso maior quando comparadas as primíparas. A retenção de peso foi maior em mulheres que apresentaram ganho de peso gestacional excessivo, em comparação as mulheres com ganho de peso gestacional adequado, independente do estado nutricional pré-gravídico. Embora não tenha sido observado associação significativa entre realização de atividade física programada e retenção de peso, os autores apontam, com base em outros estudos, indícios sobre o provável benefício da atividade física somado a adequada alimentação para auxiliar na menor retenção de peso ppós-parto. [e]Corroborando com Nast et al., o presente estudo encontrou associação positiva entre aleitamento materno exclusivo e retenção de peso pós-parto. Do mesmo modo, não foi observado correlação significativa entre retenção de peso e consumo durante a gestação.
Segundo Marmitt et al., metade das mulheres apresentava sobrepeso na concepção e 19,0% delas eram obesas; 31,6% tiveram ganho de peso gestacional saudável; 31,8% tiveram ganho de peso gestacional inadequado; e 36,6% tiveram ganho de peso gestacional excessivo. Uma em cada três mulheres apresentou ganho de peso saudável durante a gravidez. Mulheres com baixo peso na concepção tiveram a maior proporção de ganho de peso saudável, o que pode ser resultado de mais assistência e cuidado a esse grupo. Apenas a (maior) escolaridade materna e a paridade (menor número de filhos) foram significativamente associadas ao ganho de peso saudável durante a gestação.
Pontos importantes são citados na discussão em questão de saúde pública relacionados a atenção à saúde materno-fetal e as estratégias durante o pré-natal, como a concentração da atenção no ganho de peso inadequado para evitar o baixo peso ao nascer, e menor atenção dada ao ganho de peso excessivo. O papel do nutricionista é essencial para auxiliar no monitoramento do ganho de peso e seus desfechos. Considerando que uma pequena proporção de mulheres com ganho de peso saudável, principalmente em comparação com aquelas com ganho de peso excessivo, as intervenções nutricionais são necessárias nessa população. Este estudo constatou que a maioria das mulheres não teve acesso a um nutricionista durante as consultas de pré-natal para atendimento nutricional. Apenas uma das 149 mulheres que receberam cuidados nutricionais durante a gravidez o recebeu de um nutricionista. E apenas 28,3% das mulheres receberam informações corretas sobre o ganho de peso gestacional, enquanto 90,7% não tiveram o peso gestacional medido nas consultas e registrado nos cartões (nada foi anotado no gráfico IMC / semana gestacional). Esse fato sugere que muitas mulheres têm ganho de peso prejudicial à saúde durante a gravidez devido ao monitoramento inadequado do peso.
Segundo Chagas, O GPG apresentou efeito total positivo de alta magnitude, a duração do aleitamento materno apresentou efeito direto negativo de baixa magnitude e o GPG não apresentou efeito indireto, mediado pela duração do aleitamento materno, na RPPP. A presente pesquisa sugere que mulheres com GPG excessivo tendem a ter uma maior RPPP e que, a longo prazo, essas mulheres estão em maior risco de terem um elevado IMC e desenvolverem sobrepeso e obesidade após o parto. O estudo aponta que mães que amamentaram por mais tempo tiveram menor RPPP devido as alterações na fisiologia das vias do apetite. [f]
Rebelo et al.[g] verificou que as mulheres mais jovens (18-24 anos) e as primigestas apresentaram maior retenção de peso pós-parto, assim como as mulheres que apresentaram ganho de peso gestacional excessivo. Aproximadamente 30% das mulheres apresentam valores de retenção de peso pós-parto com 55 dias em torno de 5 kg. Aproximadamente 60% da amostra foi composta por primigestas jovens, com menos de 24 anos.
Santos [h]et al, apresenta os possíveis riscos gestacionais e metabólicos que a gestante pode enfrentar, pincipalmente quando há excesso de peso pré gravídico e quando há excesso do ganho de peso gestacional. Os desfechos maternos adversos são questões de saúde pública, aumentando a importância de monitoramento durante o acompanhamento do pré-natal.
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