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A EMBRIOLOGIA VETERINÁRIA

Por:   •  4/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.463 Palavras (6 Páginas)  •  323 Visualizações

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1.Introdução:

O desafio em aperfeiçoar a eficiência reprodutiva em diversas espécies remete ao aprimoramento e a busca de novas tecnologias. Dentre as biotécnicas já estabelecidas, a inseminação artificial e a transferência de embriões são consideradas duas das técnicas mais disseminadas entre as espécies domésticas, a qual visam o melhoramento genético e a salvação de espécies em extinção.

O melhoramento genético vem possibilitando progressos genéticos em diferentes espécies de animais de produção, entre elas os bubalinos. A seleção e a multiplicação de animais com características fenotípicas de interesse e performance produtiva superior permitem a transferência de atributos favoráveis às gerações seguintes, com vistas à melhoria qualitativa e quantitativa na produção de carne ou leite.

2.Desenvolvimento:

A inseminação artificial (IA) consiste no conjunto de eventos que acontecem desde a colheita do sêmen, sua análise e processamento em laboratório, a manutenção por períodos variáveis em condições extracorpóreas, até a sua introdução no trato genital de uma fêmea. O uso da IA é uma ferramenta essencial para o melhoramento genético e aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De todas as biotécnicas existentes que são aplicadas à reprodução animal, a IA é a mais antiga e também, a mais eficiente. Inicialmente, o objetivo era a erradicação de doenças infecciosas transmitidas durante a monta natural, difundindo-se em seguida, como um instrumento eficaz para o melhoramento genético dos rebanhos.

A partir do momento que passaram a congelar o sêmen, a IA tornou-se mais rápida e mais controlada, viabilizando o uso de sêmen de um certo animal em épocas futuras. Embriões produzidos in vitro são aqueles obtidos fora do organismo materno, em condições laboratoriais. Nesse processo, os oócitos (óvulos) são aspirados antes do tempo, ainda imaturos, e depois, são maturados e fecundados em laboratório. Sete dias depois são transferidos para as receptoras, ou “mães de aluguel”.

A Transferência de Embriões (TE) é uma técnica que consiste na estimulação hormonal dos ovários de uma fêmea de alto valor genético (doadora), seguida da inseminação artificial, para a obtenção de vários embriões, que serão coletados e transferidos para fêmeas receptoras (“barrigas de aluguel”). As etapas fundamentais para uma TE de sucesso são: seleção e manejo e

sincronização do estro e indução da ovulação da doadora e da receptora; superovulação da doadora; colheita de embriões; manipulação e avaliação do embrião e inovulação.

A Fertilização In Vitro (FIV) é hoje uma das biotécnicas mais utilizadas no melhoramento genético animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma espécie em menos tempo. Para se ter uma ideia da potencialidade dela na pecuária global, pode-se estimar que a inseminação artificial (IA) permite a obtenção de um descendente por ano; a transferência de embriões (TE), um por mês; enquanto a FIV é capaz de produzir um por semana.

2.1

A criação de búfalos é uma alternativa bastante interessante no cenário da pecuária brasileira. Animais rústicos e adaptados a regiões onde os bovinos não conseguem bons desempenhos produtivos, capazes de converter alimentos fibrosos de baixo valor nutritivo de maneira eficaz, apresentam ainda uma boa qualidade de carne e leite.

Essas qualidades tornam a bubalinocultura uma atividade viável economicamente em várias regiões. Dessa forma, tecnologias capazes de disseminar a genética de animais melhoradores, visando o aumento de produtividade, como a inseminação artificial, por exemplo, tornam-se necessárias.

Mas algumas características reprodutivas das fêmeas bubalinas tornam a inseminação artificial um desafio na espécie.

As fêmeas bubalinas são estacionais, ou seja, apresentam atividade reprodutiva (ciclos estrais) durante o período de outono e inverno, e durante a primavera e verão entram em anestro, interrompendo a atividade ovariana. Esse fato faz com que a produção de leite e carne seja estacional também.

Além disso, o comportamento estral da fêmea bubalina é diferente, por exemplo, da fêmea bovina, apresentando cios mais curtos e de difícil detecção por parte dos tratadores, pois as búfalas não apresentam comportamento homossexual, ou seja, outras fêmeas do rebanho não montam naquelas que estão em cio, exigindo a presença de rufiões.

Visando melhorar essa situação, pesquisadores da área de reprodução animal vêm trabalhando em tecnologias capazes de contornar esses problemas. Uma alternativa que têm apresentado bons resultados é a sincronização da ovulação através do protocolo Ovsynch que consiste em uma aplicação intramuscular de 100mcg de GnRH, independentemente do dia do ciclo estral em que se encontram, causando ovulação do folículo dominante presente e, iniciando ou coincidindo com o início de uma nova onda de crescimento folicular, sincronizando o desenvolvimento do próximo folículo dominante. Uma injeção intramuscular de PGF2a (35 mg) é administrada sete dias após a primeira aplicação de GnRH, causando a regressão do corpo lúteo.

Protocolo Ovsynch: 
Dia 0 (16:00 hs): Aplicar GnRH (IM) 
Dia 7 (16:00 hs): Aplicar Prostaglandina (IM) 
Dia 9 (16:00 hs): Aplicar GnRH (IM) 
Dia 10 (8:00 hs): Inseminação

A utilização do Ovsynch durante a estação reprodutiva de búfalas possibilita a eliminação das falhas de detecção de cios nessas fêmeas e têm apresentado resultados satisfatórios em relação a taxas de prenhez.
Mas, em períodos de anestro estacional, não existem respostas ao Ovsynch, pois nessa fase a liberação de LH pela hipófise da fêmea bubalina é totalmente inibida, impossibilitando o crescimento folicular e ovulação. 

Com isso, novos protocolos utilizando progesterona e gonadotrofinas exógenas foram testados, visando obter gestações em períodos de anestro estacional, viabilizando produções de carne e leite durante o ano todo. 
Atualmente, o protocolo que têm apresentado melhores resultados nessa situação é: 
Dia0 (18:00 hs): Inserir disp. de Progesterona + 2 ml de Benzoato de Estradiol
Dia9 (18:00 hs): Retirar disp. + 2 ml Prostaglandina + 400 UI de eCG
Dia11 (18:00 hs): Aplicar 1000 UI de hCG ou 7 mg de LH.
Dia12 (8:00 hs): Inseminar.


Esse protocolo têm apresentado boa taxa de prenhez, e consegue ser viável economicamente, pois as búfalas que se apresentam vazias no início do período de anestro estacional teriam de esperar até 6 meses para voltarem a ciclar e emprenhar, alongando o intervalo entre partos e diminuindo a produção. 
Com essa tecnologia, isso não é mais necessário.

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