A PANLEUCOPENIA FELINA E DERMATOFITOSE
Por: Maria Gabriela Rodrigues • 15/3/2019 • Resenha • 1.331 Palavras (6 Páginas) • 348 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO – UNITRI
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Disciplina de Doenças Infecciosas
Discente: Maria Gabriela Rodrigues
PANLEUCOPENIA FELINA
Este trabalho objetiva apresentar as informações mais pertinentes como agente etiológico, sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da panleucopenia felina.
Enfermidade causada pelo Vírus da Panleucopenia Felina (VPF) e/ou Parvovírus Canino (CPV) tipo 2a, 2b e 2c, todos pertencentes à Família Parvoviridae, são caracterizados como vírus pequenos, não envelopados, contendo RNA-vírus e apresentando acentuada resistência ao meio ambiente e aos desinfetantes (CASTRO et al, 2014; LITTLE, 2017).
Os enterócitos e as células hematopoiéticas são as células mais afetadas, por serem altamente mitóticas como consequência causam grave enterite necrótica e pancitopenia respectivamente. Há casos descritos em todo o mundo, ocorrendo principalmente em filhotes de abrigos de três a cinco meses, os quais não se sabe o histórico de imunização, já no setor privado praticamente não se encontram casos de panleucopenia, uma vez que a vacinação é rotineira nos animais (LITTLE, 2015; LITTLE, 2017).
A transmissão se dá principalmente pelo contato com as secreções de animais infectados, como fezes, urina e aerossóis, pode ocorrer de forma intrauterina que resulta em casos de aborto, natimortos, mumificação fetal e ainda hipoplasia cerebelar em alguns casos, o período de incubação é de dois a quatorze dias (HAMZÉ et al, 2009; CASTRO et al, 2014).
Os sinais clínicos encontrados são diarreia, por consequência do encurtamento das vilosidades intestinais, febre por três a quatro dias, letargia, anorexia, vômito, mucosas pálidas e em alguns casos encontra-se lesões na faringe. Nos casos superagudos os filhotes podem ir a óbito em até 12 horas por choque séptico, desidratação e hipotermia, os animais que sobrevivem por mais de cinco dias após o curso da doença, se recuperam e criam imunidade vitalícia (HAMZÉ et al, 2009; LITTLE, 2015; LITTLE, 2017).
O diagnóstico é baseado no histórico, exame físico e resultado do hemograma, constatando o quadro de neutropenia e linfopenia, exames complementares como o ELIZA é comumente utilizado, porém os animais que são negativos nesse exame devem realizar o teste de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), animais que foram vacinados podem ser positivo nos testes, recomendando realizar os exames antes da vacinação (LITTLE, 2015; LITTLE, 2017).
O tratamento da panleucopenia felina consiste no chamado tratamento suporte, uma vez que a enfermidade é caracterizada como auto limitante, deste modo o animal é submetido a fluidoterapia, que pode ser realizada nas vias intravenosa e intraóssea em filhotes, nos casos de hipoglicemia é indicada o fornecimento de dextrose em concentração de 2,5-5% por via oral, filhotes com êmese persistente pode administrar via parenteral, antieméticos também são indicados nesses casos (LITTLE, 2017).
Nos casos de hipoalbunemia é interessante realizar a fluidoterapia com expansores plasmáticos como soluções coloidais e o próprio plasma, já em animais com anemia intensa a transfusão sanguínea é uma alternativa. A autora ainda relata que animais com comprometimento imunológico ficam predispostos a quadros septicêmicos, por esse motivo é indicado antibioticoterapia com bases de amplo espectro como ampicilina 20mg/kg intravenosa três vezes ao dia e protetor gástrico como o sucralfato na dose de 0,25 a 0,3 gramas de três a quatro vezes ao dia (LITTLE, 2017).
Como controle e profilaxia da panleucopenia é recomendado isolamento de animais positivos, desinfecção ambiental como hipoclorito de sódio 5% diluído na proporção de 1:32 e a vacinação preventiva dos felinos (HAMZÉ et al, 2009; LITTLE, 2017).
Conclui-se que a panleucopenia felina pode ser evitada por meio da vacinação que deve ser rigorosamente instruída e seguida pelos tutores, a fim de evitar o adoecimento dos felinos e maiores custos com tratamentos e internações.
REFERÊNCIAS
CASTRO, N. B. et al. Achados patológicos e imuno-histoquímicos em felinos domésticos com panleucopenia felina. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 34, n.8, p.770-775, 2014.
HAMZÉ, A. L. et al. Panleucopenia Infecciosa Felina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n.12, 2009.
LITTLE, S. E. O gato: Medicina Interna. 1ed, Rio de Janeiro: Roca, 2015.
LITTLE, S. E. Medicina Interna de Felinos. 7ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO – UNITRI
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Disciplina de Doenças Infecciosas
Discente: Maria Gabriela Rodrigues
DERMATOFILOSE
Este trabalho objetiva apresentar as informações mais pertinentes como agente etiológico, sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da dermatofilose.
A dermatofilose tem como agente etiológico o Dermatophilus congolensis, que é uma bactéria gram positiva pertencente ao grupo dos Actinomicetos é caracterizada como uma patologia infectocontagiosa vinculada a períodos chuvosos que pode acometer o homem (CÂMARA et al, 2017).
A enfermidade acomete principalmente bovinos, equinos e ovinos havendo relatos em cães, gatos, suínos, mamíferos silvestres, répteis e ocasionalmente em seres humanos, comumente relatada em países de clima tropica e subtropical. Nos animais desencadeia uma dermatite exsudativa e proliferativa, os casos ocorrem em forma de surtos, crônicos e ainda isoladamente (HAAS; TORRES, 2016; WALTER et al, 2017).
Períodos chuvosos e de elevada umidade favorecem o desenvolvimento da doença, assim como traumas, presença de ectoparasitas ou qualquer fator que leva a desestabilização da camada protetora da epiderme. Fatores intrínsecos também colaboram como os quadros de imunossupressão e desnutrição, animais em períodos estressantes como bezerros na desmama e vacas de primeira cria são mais predispostos (CASTELO BRANCO et al, 2012;
A transmissão pode ocorrer por contato direto entre animais com lesões na pele, contato direto das crostas com fômites e ambiente (indiretamente ao animal) (MABUNG; POMPA, 2017), por artrópodes, nos banhos de imersão, pássaros e moscas, criação em consórcio principalmente entre bovinos e ovinos, via transplacentária, já o homem ao entrar em contato com animais infectados pode se contaminar (HAAS; TORRES, 2016).
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