Dieta para cães cardiopatas sem sinais clínicos
Por: ElvioS • 24/10/2018 • Dissertação • 921 Palavras (4 Páginas) • 265 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
Flávia Nunes
Nutrição clínica de cães e gatos
Dieta para cão cardiopata sem sinais clínicos
A insuficiência cardíaca é caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue para manter o metabolismo dos órgãos e tecidos do corpo. As reduções das funções do sistema cardíaco vão acarretar várias doenças de origem valvar e de origem miocárdicas que irão ativar mecanismos compensatórios. Animais cardiopatas, quando possuem cardiomiopatias avançadas apresentam caquexia, o animal perde massa magra devido ao uso de aminoácidos do tecido muscular decorrente do desenvolvimento de um processo inflamatório que libera citocinas e estas promovem o aumento do consumo de proteína muscular. A fadiga e a dispneia respiratória fazem com que haja uma diminuição do interesse pelos alimentos, há também a diminuição da palatabilidade dos mesmos com o uso de medicamentos (digitálicos, diuréticos), azotemia. Com uma nutrição adequada é possível melhorar a qualidade de vida do animal e reduzir as quantidades de medicamentos necessárias com o objetivo de prolongar a vida do indivíduo e que este tenha uma maior qualidade de vida.
Manejo nutricional:
Proteína: deve-se aumentar os níveis de proteína quando não há doença renal severa.
Sal: a restrição depende do estágio da doença, nos estágios iniciais não é necessário, esta só se faz quando o animal apresenta sinais clínicos.
Taurina: é responsável pela função cardíaca normal, antagonista da angiotensina II, protege o miocárdio contra radicais livres e impede a alteração do conteúdo osmótico celular. Fazer suplementação em raças que possuem deficiência (Cocker, Golden, Labrador, Retriever, São Bernardo, Setter inglês).
Fibra: deve-se diminuir o teor de fibra da dieta, pois diminui a digestibilidade e pode prejudicar a absorção da taurina.
Ômega 3: promove a redução das arritmias e aumento da sobrevida. Recomenda-se 40 mg/kg de EPA e 25 mg/kg de DHA para cães com anorexia e caquexia.
Vitaminas do complexo B: deve se fazer suplementação uma vez que são perdidas devido ao uso de medicamentos.
Vitaminas E e C: são antioxidantes e diminuem a ação de radicais livres sobre o miocárdio.
Potássio: deve ser feita a dosagem sérica, tendência a hipocalemia, suplementar se necessário.
Magnésio: tendência a hipomagnesamia, fazer dosagem sérica e suplementar se necessário.
Dieta comercial de manutenção
Ração Royal Canin Medium Adult®
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Dieta comercial terapêutica
Ração Royal Canin Canine Veterinary Diet Cardiac ®
[pic 3]
Proteína bruta (mín.) (g/kg) | 240.0 |
Umidade (máx.) (g/kg) | 95.0 |
Extrato etéreo (mín.) (g/kg) | 180.0 |
Matéria mineral (máx.) (g/kg) | 59.0 |
Matéria fibrosa (máx.) | 22.0 |
Fósforo (mín.) (mg/kg) | 4400.0 |
Vitamina A (UI) | 16100.0 |
Vitamina E (UI) | 600.0 |
Vitamina C (mg) | 300.0 |
Taurina (mín.) | 3240.0 |
[pic 4]
Considerações: em comparação a dieta de manutenção, a dieta terapêutica já apresenta uma restrição proteica que não se faz necessário já que não se trata de um alimento tão específico no que diz respeito a severidade da doença cardíaca, como com a presença de outras doenças associadas. A restrição de fibra é muito baixa na dieta terapêutica em comparação com a dieta de manutenção, há um aumento nos níveis de vitamina C e E que vai ser benéfico na dieta terapêutica. A terapêutica possui níveis mais altos de EE que pode ser benéfica nesse caso uma vez que aumenta a digestibilidade do alimento, é desejado nesse caso. O autor não especifica as quantidades de sódio, magnésio, e ômega 3 presentes nas dietas. O alimento terapêutico possui uma energia metabolizável maior do que a dieta de manutenção, isso é desejado nesses casos, só que o fabricante ao diminuir os níveis de carboidratos aumentou o EE da dieta ao invés de ter aumentado a proteína.
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