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ORIGEM, CARACTERÍSTICAS E APTIDÃO DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE COELHO

Por:   •  9/3/2019  •  Seminário  •  4.704 Palavras (19 Páginas)  •  1.113 Visualizações

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ORIGEM, CARACTERÍSTICAS E APTIDÃO DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE COELHO

  1. INTRODUÇÃO

Os coelhos são provenientes da Península Ibérica e do norte da África, já o coelho caseiro originou-se da domesticação e criação de coelhos silvestres na Idade Média, principalmente em mosteiros franceses (COUTO). São animais bastante ativos, muito sociais e de hábitos noturnos, herbívoros, mamíferos, prolíferos (parindo em média de 8 a 12 láparos de cada gestação), tem gestação curta, aproximadamente 31 dias, a ovulação é induzida pelo ato sexual (FERREIRA et. al., 2012).

Ferreira et. al. (2012) definem a cunicultura como ramo da Zootecnia que trata da criação produtiva, econômica e racional do coelho doméstico. A criação de coelhos pode ser direcionada para diversas finalidades: carne; pele (artesanato ou peleterias); pelos (feltros de roupas ou acessórios); genética ou melhoramento genético (venda de matrizes e de reprodutores); animais de laboratórios (testes de vacinas); e animais de companhia (cunicultura Pet). Além disso há diversos sub e co-produtos como o couro (moda e vestuário); orelhas (gelatina e petiscos para cães); patas e caudas (amuletos e chaveiros); sangue (meio de cultura específico); cérebro (purificação de tromboplastina); fezes (adubação); e a urina (veículo de perfumes).

No ano de 2012 Ferreira et. al. em seu Manual prático de cunicultura relataram sobre as dificuldades encontradas na implantação da atividade no Brasil quando trata-se da produção de carne, apontando como agentes causadores dessa resistência os hábitos culturais, a pouca oferta da carne de coelho, fator que elevava o custo de produção e a restrição de mercado, porém a cunicultura Pet crescia a largos passos. Os autores culpavam também a escassez de pesquisas, de programas de melhoramento genético e incentivos governamentais como fatores limitantes à produção de coelhos no país. Contudo, os mesmos nutriam uma grande expectativa de crescimento do setor, baseando-se no aumento do volume de animais comercializados, na facilidade de manejo, na alta prolificidade, o baixo índice poluidor, além, da carne de qualidade.

Segundo Almeida (2017) a cunicultura está em contínua ascensão e encontra no Brasil um lugar propício ao seu desenvolvimento. Porém nota-se que o mercado Pet ainda se sobressai sobre os outros tipos de utilidades da espécie.


  1. RAÇAS DE COELHOS

Há uma grande variedade de raças de coelhos, que apresentam características físicas e produtivas diversas, para classificação e definição dos objetivos de criação, existem alguns padrões de separação de raças em grupos, que podem ser definidos de acordo com o tamanho, pelos, produção, etc. Comumente têm-se as seguintes classificações: quanto ao peso e tamanho (raças grandes ou gigantes com peso de 5 a 10kg, raças médias de 3,5 a 5g, raças pequenas com peso de 1,5 a 3,5kg e raças anãs ou mini-coelhos com menos de 1,5kg de peso); e quanto a produção (carne, pele e lã ou pelo) (ARAÚJO).

  1. Califórnia

Esta raça teve origem nos Estados Unidos, mais precisamente na Califórnia, com o intuito de produzir carne, sendo cosmopolita (encontrada em todo o mundo), resultante do cruzamento entre as raças Chinchila, Russa e Nova Zelândia Branco (NZB). Possuem pelagem himalaia branco e preto, as extremidades escuras, focinho, orelhas, pés e rabo pretos, podendo ainda, em alguns casos, apresentar pequenas manchas na papada, suas cabeças são arredondadas, os olhos são despigmentados (vermelhos ou róseos), pescoço muito curto, o comprimento do pelo é médio (2,5 - 3cm), na idade adulta o macho pesará cerca de 4kg e a fêmea 4,5kg, fato que os classifica como de raça média. Cabeça e orelhas são proporcionais ao tamanho do corpo, as orelhas possuem bases bem implantadas na posição vertical e pontas arredondadas com comprimento de 11 a 12cm, tronco cilíndrico com lombo bem desenvolvido, membros curtos e arredondados, musculatura bem desenvolvida, possuindo ossatura leve, as unhas são acinzentadas e a cauda tem tamanho proporcional ao corpo (FIGURA 1) (FERREIRA et. al., 2012).

Possuem aptidão para carne e pele, os animais dessa raça têm pouca gordura, são volumosos e apresentam boa distribuição de massa muscular. Suas extremidades não são utilizadas para aproveitar a pele do animal, porém mesmo assim o Califórnia é uma boa opção para a venda de peles brancas, os pelos são finos, sedosos e brilhantes em cor branco-gelo. A raça é muito utilizada em programas de cruzamento, podendo representar uma das linhagens materna ou paterna, sendo a outra particularmente representada pela raça Nova Zelândia branco (NZB)  (FERREIRA et. al., 2012).

Figura 1: Coelho Califórnia.

[pic 1]

Fonte: Coelhos & Cia.

  1. Prateado de Champagne

Conhecido como prateado de champagne ou francês prateado ou champagne de d´Argent, é considerada uma das raças de coelho mais antigas, é originário da província de champagne na França, tendo surgido a mais de 400 anos. Ele possui pelagem prateada densa e uniforme por todo o corpo e seu pelo mede por volta de 2,5 a 3,0 cm, é considerada uma raça de médio porte tendo como peso quando adulto em média 4,5 kg ( 4,0 kg os machos e 5,0 kg as fêmeas), a sua cabeça é proporcional ao corpo possuindo testa e focinho largos, os olhos tem a cor castanha e são grandes e brilhantes, as orelhas tem tamanho proporcional ao corpo podendo medir até 15,0 cm de comprimento sendo levantadas, juntas e carnudas, o seu tronco é cilíndrico e compacto e o lombo é bem desenvolvido, seus membros são fortes e musculosos, com patas traseiras paralelas ao corpo e com coxas arredondadas e bem desenvolvidas, suas unhas tem pigmentação escura e a cauda está em inserção vertical (FERREIRA et. al., 2012).

O prateado de champagne é uma raça rústica, precoce e fácil de se criar, as fêmeas geram de 5 a 8 láparos por gestação, os láparos nascem completamente escuros e só adquirem a cor prateada na puberdade. A sua aptidão é para carne e para pele, pois contém a carne saborosa e a pele de ótima qualidade que serve para fazer muitas imitações, é bem aceita no mercado e de melhor aproveitamento quando mais escura e mantendo um padrão (FERREIRA et. al., 2012; DIONIZIO, M.; VIEIRA, J.; PEREIRA, R., 2010).

Figura 2: Prateado de Champagne.

[pic 2]

Fonte: Ferreira et al, 2012.

  1. Belier

O coelho belier possui duas principais variações, o inglês e o francês, sendo o segundo sendo obtido pelo cruzamento do belier inglês com o gigante de Flandes, ambos datam de antes do século XIX. As principais diferenças entre os beliers ingleses e franceses está relacionado com o tamanho das orelhas e o porte físico, onde o belier inglês é um pouco menor do que o Francês, porém com orelhas muito maiores. A sua pelagem pode se apresentar de diversos tipos e ter uma grande variedade de cores, como chinchila, opala, branco, preto, cutia, vermelho, azul, laranja, ferro, sabre, borboleta, etc. o seu pelo mede entre 2,5 cm e 3,0 cm e é denso e macio, o seu tamanho e peso são variáveis podendo apresentar de porte médio a gigante com um peso médio variando entre 6,0 kg e 7,0 kg, sua cabeça é grande em relação ao corpo com o macho apresentando um perfil arredondado e a fêmea um perfil afilado, as orelhas são as suas principais características sendo compridas, longas e chegam a medir até 60,0 cm de comprimento, o seu tronco é comprido e seus membros apresentam coxas arredondadas, as unhas tem normalmente a mesma cor da pelagem e sua cauda tem tamanho proporcional ao corpo e está posicionada em inserção vertical (FERREIRA et. al., 2012; DIONIZIO, M.; VIEIRA, J.; PEREIRA, R., 2010).

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