A HISTÓRIA DA HUMANIDADE CONTADA PELO VÍRUS
Por: rafaec • 15/9/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 1.656 Palavras (7 Páginas) • 252 Visualizações
A HISTÓRIA DA HUMANIDADE CONTADA PELO VÍRUS:
“A espera do homem”
Trabalho apresentado ao Professor Elane da Silva Ribeiro para avaliação na disciplina Tópicos em ciências biológicas, do curso de ciências biológicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
MACAÉ/RJ
SETEMBRO DE 2018
O capítulo “A espera do homem” do livro intitulado "A História da Humanidade contada pelos vírus" de Stefan Cunha Ujvari diz que o parasita T. cruzi (causador da doença de chagas) sempre existiu na américa e estavam presentes em diferentes animais. Sendo assim a doença é antiga, e já foram encontrados indícios da mesma em múmias do Peru, Chile e México. No começo desconfiavam que índios doentes teriam trazido a doença, porém a doença de chagas não existe fora do solo americano. Também existe um parente próximo que se reproduz nas moscas, o Trypanosoma brucei (causador da doença do sono) e ambos evoluíram de um tripanossomo ancestral comum para uma forma distinta.
Doença de Chagas e o Trypanosoma cruzi
- História
A doença de Chagas foi descoberta pelo brasileiro Carlos Chagas em 22 de abril de 1909. O processo de descoberta começou em 1907, quando Chagas, que era pesquisador de Manguinhos (laboratório da Fiocruz), viajou para Lassance, cidade ao norte de Minas Gerais, com o desafio de combater a malária entre os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Na cidade, Chagas ficou impressionado com a quantidade de insetos que habitava as frestas das paredes de pau-a-pique das casas, e que se alimentavam do sangue dos moradores durante a noite. O Triatoma infestans foi batizado de barbeiro pela população porque o inseto atacava preferencialmente o rosto das pessoas.
Já na fase de pesquisas, Chagas encontrou nos barbeiros um parasita que chamou de Tripanosoma cruzi e verificou que ele era responsável por alguns males que atingiam a população do município.
1.2 Ciclo biológico do Tripanosoma cruzi
O homem se infecta durante a hematofagia, quando o barbeiro elimina os tripomastigotas metacíclicos em suas fezes. Essas são as formas infectantes e podem penetrar pelas mucosas, quando o homem leva as mãos contaminadas aos olhos ou nariz, e por soluções de continuidade, como as provocadas pelo ato de coçar ou pelo orifício da picada do barbeiro. Logo após a penetração, o tripomastigota metacíclico invade células do sistema fagocítico mononuclear (célula alvo) e perde o flagelo, passando a se chamar amastigota. Nesse estágio os amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até que a célula infectada fique repleta de amastigotas. Nesse momento as amastigotas se transformam novamente em tripomastigotas. Quando a célula alvo rompe libera os tripomastigotas, que deslocam-se apara infectar uma nova célula alvo, se disseminando para o restante do organismo através da circulação sangüínea e linfática. Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos.
Quando alimentam-se do sangue de pessoas ou animais infectados, os triatomíneos podem ingerir os tripomastigotas. Os tripomastigotas são convertidos em epimastigotas no tubo digestivo do triatomíneo. Os epimastigotas se reproduzem por divisão binária e, quando chegam à porção terminal do intestino (reto) do triatomíneo, voltam à forma tripomastigota. Esses tripomastigotas, altamente móveis e infectantes, são as formas metacíclicas eliminadas nas fezes do vetor. As principais formas do Trypanosoma cruzi são:
- Amastigota – fase intracelular, sem organelas de locomoção, com pouco citoplasma e núcleo grande. O cinetoplasto fica ao lado do núcleo e é um pouco menor que ele. Está presente na fase crônica da doença.
- Epimastigota – é a forma encontrada no tubo digestivo do vetor, não é infectante para os vertebrados. Tem forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao núcleo. Possui flagelo e membrana ondulante
- Tripomastigota – fase extracelular, que circula no sangue. Apresenta flagelo e membrana ondulante em toda a extensão lateral do parasito. O cinetoplasto se localiza na extremidade posterior do parasito. Esse estágio evolutivo está presente na fase aguda da doença, constituindo a forma infectante para os vertebrados.
[pic 1]
- Causas da Doença de Chagas
A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doença do sono. O parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro. A doença de Chagas é uma endemia muito comum em países subdesenvolvidos, com estimativas de 12 milhões de infectados e cerca de 50 mil mortes a cada ano nas Américas. Devido à imigração, a doença também afeta pessoas em outros continentes atualmente.
É possível contaminar-se também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem para seus filhos durante a gravidez.
Os principais fatores de risco para a doença de Chagas são:
- Habitar em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes
- Morar na América do Sul, América Central ou no México
- Viver sob condições extremas de pobreza
- Receber transfusão de sangue ou um transplante de órgão de uma pessoa portadora do parasita, mas que não tenha manifestado a Doença de Chagas.
1.4 Sintomas
A fase aguda da doença, normalmente não existe sintomas aparentes. Quando presentes, os sintomas surgem de 5 a 14 dias após a picada do vetor e 30 a 40 dias nos casos de infecção por transfusão sanguínea. Os sintomas da fase crônica da doença só se manifestarão de 20 a 40 anos após a infecção original. Esses sintomas são: febre, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos, e hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço). Pode ocorrer também o chagoma, que é uma inflamação no local onde o parasita penetrou. As lesões cardíacas – aumento do volume do coração, alterações do ritmo de contração – são mais comuns na fase crônica sintomática da doença. Pode ocorrer também comprometimento das meninges e do cérebro do paciente
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