A RELAÇÃO SÓCIO – AFETIVA DA CRIANÇA AUTISTA COM O CAVALO NA EQUOTERAPIA
Por: Leticia Zielinski • 24/4/2016 • Trabalho acadêmico • 2.519 Palavras (11 Páginas) • 551 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIADO RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS PORTO ALEGRE
A RELAÇÃO SÓCIO – AFETIVA DA CRIANÇA AUTISTA COM O CAVALO NA EQUOTERAPIA
Letícia Zielinski do Canto
Porto alegre
Dezembro de 2015
INTRODUÇÃO
O presente trabalho fala da relação do autista com a equoterapia. Queremos entender as principais características do autismo e como a equoterapia pode ser útil no desenvolvimento Sócio - afetivo de pessoas portadoras de autismo.
Quando se pensa em uma criança “autista” logo vem a cabeça um ser isolado em seu mundo, contido em uma bolha impenetrável, no qual brinca de forma estranha, se balança para frente e para trás, alheio a tudo e a todos. Como sendo pessoas “diferentes” de nós, com uma vida totalmente isolada.
Autismo é uma síndrome comportamental caracterizada por distúrbio de desenvolvimento, há disfunções em nível das capacidades físicas, sociais e lingüísticas, e anormalidades no relacionamento com objetos, eventos e pessoas. A utilização do cavalo para tratamento, além de sua função cinesioterápica, produz participação no aspecto psíquico, favorecendo a reintegração social. (ESPINDOLA, 2008)
A motivação pelo tema surgiu, pois a mais ou menos um ano atrás, conheci um menino autista, e pude perceber quantas habilidades intrínsecas essa criança possuía, e isso me fez refletir sobre tudo aquilo que imaginava de uma pessoa com autismo, pois quando falamos em autismo estamos nos referindo a pessoas com habilidades absolutamente reveladoras, as quais calam fundo na nossa alma e fazem nos refletir sobre quem de fato vive alienado. Logo que nos foi sugerido pesquisar algum tema ligado a comportamento animal, de interesse, lembrei-me deste menino e a maneira tão única dele de se relacionar; pensei em pesquisar sobre o comportamento de crianças autistas, mais especificamente a relação emocional/afetiva da criança autista com o cavalo.
A escolha de pesquisar a relação da criança autista com o cavalo vem do meu apreço por este animal, apesar da sua beleza e imponência, características marcantes, este é um animal possui um comportamento extremamente sensitivo.
O objetivo é analisar em literaturas que abordem pesquisas feitas com pessoas portadoras do autismo submetidos a equoterapia, se estas geram possíveis efeitos positivos relacionados a área emocional e social.
ALGUNS CONCEITOS SOBRE AUTISMO
Autismo é uma palavra de origem grega (autos), que significa por si mesma, e ismo (disposição/orientação). O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade e se prolonga por toda a vida. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são acometidas pelo transtorno, sendo que, em crianças, é mais comum que o câncer, a Aids e o diabetes.
Caracteriza-se por um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento, e, dentre elas, a mais comprometida é a interação social. No entanto, isso não significa dizer, em absoluto, que a pessoa com autismo não consiga e nem possa desempenhar seu papel social de forma bastante satisfatória. Aparentemente, os fatores emocionais não são causadores isolados da doença, e fatores biológicos aparecem em quase todos os casos de autismo, porém ainda não foi descoberto um marcador biológico específico (POWELL e JORDAN, 1997; MARQUES, 1998; PEREIRA, 1999; BARANEK, 2002).
O termo Autismo foi criado em 1907 por Eugen Bleuler, para ele não era uma doença independente, e sim, mais um dos sintomas da esquizofrenia. Na década de 40, surgiu os primeiros escritos clínicos aceitos como descrição de autismo, foram publicados por Kanner (1943), como Autistic Disturbances of Affective Contact e Asperger (1944), fizeram estudo separadamente e contribuíram para a divulgação do Autismo. (ROUDINESCO e PLON, 2000).
COMO FUNCIONA O CEREBRO DE UMA CRIANÇA AUTISTA
É importante compreender como o cérebro dos primatas é construído e como um erro na sua estrutura pode levar a uma doença (GARCIA, 2011).
Fazendo uma analogia, nosso cérebro é muito parecido a um computador o cérebro conta com um emaranhado de fios para processar e transmitir as informações. Os cientistas descobriram que, em pessoas com autismo, esses fios estão com defeito, o que causa falha de comunicação entre as células do cérebro. No cérebro, as células nervosas transmitem mensagens importantes que controlam as funções do corpo, desde o comportamento social até os movimentos. Estudos de imagens revelaram que as crianças autistas têm muitas fibras nervosas, mas elas não funcionam de maneira suficiente para facilitar a comunicação entre as várias partes do cérebro. Os cientistas acham que todo esse circuito elétrico pode afetar o tamanho do cérebro. Em estudos de neuroimagem por ressonância magnética estrutural, o início de um aumento cerebral junto aos sintomas do autismo entre 2 e 4 anos de idade, interrompe o desenvolvimento normal do cérebro (WILLIAMS, 2007 apud BAUMAN; KEMPER, 1998).
Os artigos sobre o tema relatam que pacientes autistas apresentam prejuízo em regiões cerebrais como o como no corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro; na amígdala, que afeta o comportamento social e emocional; e no cerebelo, que está envolvido com as atividades motoras, o equilíbrio e a coordenação. No entanto, as anormalidades celulares e metabólicas permanecem desconhecidas (PEREIRA, 2008).
Perceberam-se também desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias químicas que ajudam as células nervosas a se comunicarem. Dois dos neurotransmissores que parecem ser afetados são a serotonina, que afeta emoção e comportamento, e o glutamato, que tem um papel na atividade dos neurônios. Juntas, essas alterações do cérebro podem ser responsáveis pelos comportamentos do autista.
Vários estudos de pesquisa estão focados na ligação entre os genes e o autismo. O maior deles é o Projeto Genoma do Autismo (Autism Genome Project) da NAAR (National Alliance for Autism Research - Aliança Nacional para Pesquisa sobre Autismo). Esse esforço colaborativo, realizado em aproximadamente 50 instituições de pesquisa, em 19 países, está examinando os 30 mil genes que formam o genoma humano em busca dos genes que desencadeiam o autismo.
COMPORTAMENTO DOS CAVALOS
É um animal que pertence ao Filo chordata, Classe mamíferos, Ordem persirissodáctilo, Família Equídeos, gênero equus.
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