A arteterapia

Os recursos artísticos são utilizados como um meio para expressar o mundo interno das pessoas. O produto artístico pode ser um símbolo carregado de emoção, pode ser a concretização de pensamentos e imagens internas. O ato artístico e o ato criador agem em prol do desenvolvimento do potencial criativo, inato e inerente a todo ser humano. Aquele que cria na arte, cria na vida.

A arteterapia está disponível para várias abordagens e áreas e passou a fazer parte do contexto hospitalar. Os profissionais de saúde, guardadas as suas devidas limitações e alcances, podem fazer uso dos recursos artísticos na relação com o paciente. Por meio da arte, o paciente pode concretizar ou expressar emoções, sentimentos e pensamentos que estejam influenciando negativamente na recuperação de sua saúde, no seu tratamento ou na conquista de uma condição psicológica mais confortável. Por isso, no trabalho com pacientes em um hospital ou no atendimento domiciliar, é importante que se estimule em alguns momentos a linguagem não-verbal, para facilitar o contato do indivíduo com seu mundo emocional. Neste momento, a linguagem artística surge como um meio para estabelecer essa comunicação. Assim, a arte entra no hospital com a intenção de contribuir para melhorar a qualidade da situação de internação. A terapia através da arte ou a arteterapia, quando bem empregada e sob orientação de profissionais especializados, pode ser um ótimo recurso para auxiliar o trabalho de vários profissionais que atuam no setor hospitalar.

Já com relação às crianças, pode-se dizer que a arteterapia apresenta-se de grande valia para a preparação psicológica no pré-operatório e no tratamento hospitalar. Nas brincadeiras com desenho, pintura e modelagem, dentre outras, as crianças podem expressar de forma não-verbal seus medos e fantasias, evidenciar o seu lado mais saudável e retomar o equilíbrio psíquico. Bom lembrar-se que toda criança tem necessidade de se expressar, de criar e de interagir. A arteterapia vai justamente favorecer a liberação de sentimentos e sensações que podem estar interferindo negativamente na recuperação ou manutenção do quadro clínico.

Na UPE, o programa a “Arte na Medicina às vezes cura, de vez em quando alivia, mas sempre consola” foi criado, em 1996, por iniciativa do médico, professor e músico, Dr. Paulo Barreto Campello.

Dentre as finalidades deste programa, têm-se o trabalho de humanização da medicina e a contribuição com o processo terapêutico, onde há uma integração entre o conhecimento médico-científico e a arte, como atividade terapêutica.

O programa mantém projetos ligados à Coordenadoria de Pesquisa e Extensão da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, que trabalha em parceria com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos, Conservatório Pernambucano de Música e o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GAC).

Os projetos mantidos pelo referido programa são: Encontro Médico-cultural de Pernambuco; Encontro Cultural de pacientes; Música é vida; Escolinha de iniciação musical e artes; Oficina de contos de fadas; Aprendendo com arte; Arte na cabeça e Cirurgia musical, que se encontra em fase de implantação. Dessa maneira, a arte mostra seu valor e eficácia terapêutica por meio dos resultados positivos observados nos