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ARTETERAPIA DE ABORDAGEM JUNGUIANA: Mosaico como facilitador da jornada da pessoa num encontro com o Si mesmo

Por:   •  26/12/2018  •  Monografia  •  5.607 Palavras (23 Páginas)  •  401 Visualizações

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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACIS

Lucy Mary Cavalcanti Stroher

ARTETERAPIA DE ABORDAGEM JUNGUIANA: mosaico como facilitador da jornada da pessoa num encontro com o Si mesmo

ESPECIALIZAÇÃO EM ARTETERAPIA E EXPRESSÕES CRIATIVAS

Brasília

2017

Lucy Mary Cavalcanti Stroher

ARTETERAPIA DE ABORDAGEM JUNGUIANA: mosaico como facilitador da jornada da pessoa num encontro com o Si mesmo

Monografia apresentada à FACIS como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Arteterapia e expressões criativas

Brasília

2017

Agradeço a Deus, a minha mãe grande incentivadora, a querida irmã Lucy Anne pelo apoio, ao companheiro de viagem, nossos filhos amados e todos meus familiares pelos incentivos e contribuições nessa minha jornada da vida. Em especial agradeço a Ana Lucia, maravilhosa amiga e tia Denivalda na construção e estruturação desse trabalho.

“A vida se retrata no tempo  formando um vitral, de desenho  sempre incompleto, de cores variadas, brilhantes, quando passa o sol. Pedradas ao acaso acontece de partir pedaços ficando buracos, irreversíveis. Os cacos se perdem por aí. Às vezes eu encontro cacos de vida que foram meus, que foram vivos. Examino-os atentamente tentando lembrar de que resto faziam parte. Já achei caco pequeno e amarelinho que ressuscitou de mentira, um velho amigo. Achei outro pontudo e azul, que trouxe em nuvens um beijo antigo. Houve um caco vermelho que muito me fez chorar, sem que eu lembrasse de onde me pertencera.“

Rubem Alves

ARTETERAPIA DE ABORDAGEM JUNGUIANA: mosaico como facilitador da jornada da pessoa num encontro com o Si mesmo

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Esta monografia tem como tema abordar o uso do mosaico na Arteterapia Junguiana como instrumento facilitador do encontro do individuo consigo mesmo. Encontro esse capaz de empoderá-lo num processo de profundo autoconhecimento, proporcionar vivencias com sentimentos de liberdade. A problemática em questão indaga: “A Arteterapia Junguiana, ao facilitar o contato com os símbolos do inconsciente pessoal e coletivo, por meio do mosaico, atua positivamente no desencadeamento de processos de autoconhecimento, de auto descobertas capaz promover a saúde no individuo?” A arteterapia é um facilitador para a comunicação entre o consciente com o inconsciente e possibilita à pessoa caminhar consigo mesmo e em decisões positivas, o que irá facilitar o contato com o outro. Sedimentando assim na desconstrução e construção de novas possibilidades, verdades até então desconhecidas, sem capacidade de reconstruir e regenerar. Conversar com seus “cacos internos”, unir pedaços, (re)construir com consciência e poder tornar-se mais integrado. O encaixe das partes antes conflitivas e por vezes desconhecidas, vai possibilitando o despertar de um novo sentido, nova criação diante da repetição, aumentando assim seu leque interior. A configuração do campo teórico e conceitual se dá a partir da Arteterapia como método de intervenção baseado na utilização de diferentes formas de expressão artística, como um instrumento para a promoção e possibilidade de prevenção da saúde mental, ancorado na psicologia Junguiana. A arteterapia usa o caminho do potencial artístico da pessoa em busca de maior autoconhecimento e da restruturação interna. O mosaico, neste contexto, apresenta-se como facilitador para a expressão artística e como mediador do desenvolvimento inter e intra pessoal, para expansão do auto conceito. Este estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica, na busca de subsídios teóricos na psicologia Junguiana, na Arteterapia, no mosaico e na promoção de saúde, e em referenciais teóricos como as obras dos autores Carl Gustav Jung, Calvin S. Hall e Vernon J. Nordy, Santina Rodrigues e outros. Os resultados é que é possível afirmar com a técnica do mosaico, marcada por símbolos, favorece a auto descoberta do indivíduo que o leva ao processo de individuação.

Palavras-chave: Arteterapia, Psicologia Junguiana, Mosaico, Individuação.

SUMÁRIO

Introdução        7

Capítulo 1        9

Algumas reflexões sobre os pensamentos de Jung sobre saúde e individuação        9

Capítulo 2        13

A arteterapia        13

Capítulo 3        15

O mosaico como caminho para conversar com seus “cacos”        15

 Considerações Finais        19

Referências Bibliográficas        20


Introdução

Há muitos investimentos na saúde pública em busca de reabilitar as pessoas que sofreram agravos a saúde mental e relacional, mas pouco se investe na promoção da saúde como meio de sustentabilidade para o crescimento, desenvolvimento e viver com equilíbrio e saudável nas relações intra e interpessoal, que é fundamental para melhoria da qualidade de vida da população. Para Phillippini, do ponto de vista Junguiano, saúde, antítese do absoluto ou da unilateralidade, retrata uma pessoa que não é dominada pelos seus complexos. Para Jung a saúde ou doença mental depende do relacionamento funcional alcançado no trajeto de vida e do desenvolvimento individual, entre os processos consciente e inconsciente. A promoção da saúde vem sendo associada à vida, saúde, cidadania, ao cotidiano, onde o indivíduo e a coletividade fazem parte dessa construção no desenvolvimento de suas habilidades pessoais e coletivas. Mas como utilizar suas habilidades se o individuo está imerso no seu mundo interior, sem consciência, reagindo a situações do inconsciente pessoal e/ou coletivo?

O empoderamento do individuo passa pelo autoconceito, autoconhecimento, por tomada de consciência, escolhas e decisões favoráveis visando à qualidade de vida e à de sua saúde mental. A expressão do individuo através da arte possibilita que conteúdos internos possam surgir e tenham uma maior consciência de si. Jung entende a arte como o homem expressando o coletivo, como uma função psíquica natural a favor da cura, da organização de si internamente. Este trabalho tem por objetivo mostrar as expressões artísticas, através do mosaico, como um facilitador para o caminho da individuação. O processo terapêutico é um caminho marcado por símbolos, que aponta onde a pessoa se encontra na sua jornada para a sua individuação. Por individuação entende-se a árdua tarefa de tornar-se um individuo que não se divide frente às pressões externas, e procura viver plenamente para além de suas feridas e faltas psíquicas, uma pessoa indivisa e integrada. O objetivo do si mesmo é a totalidade. O si mesmo proporciona os meios de adaptação entre o interno, psíquico, e o externo, o social. A adaptação da pessoa na sociedade é realizada através da persona, ou seja, com o uso de mascaras,  com o objetivo de agradar e/ou  adaptar-se às expectativas dos outros, da sociedade no período do seu desenvolvimento. Os traços desejáveis inserem-se na persona e os indesejáveis reprimidos, ocultados da visão dos outros que ficam como sombra (complexo da sombra). A arteterapia como apoio e metodologia adequada para o surgimento do simbólico e assim o individuo ter a possibilidade de construir a ponte entre o consciente e o inconsciente. O mosaico, ferramenta auxiliadora do processo de desconstrução e ressignificação de seus conflitos, propondo novas descobertas para o individuo sobre seu inconsciente pessoal e coletivo. Esse estudo foi baseado exclusivamente em fontes bibliográficas, faz a ponte entre os símbolos e o inconsciente, promovendo a integração no processo de individuação e saúde mental.

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