ARTETERAPIA : O PODER DAS MANDALAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO

FACULDADE PLUS - FP

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTERAPIA

ARTETERAPIA: O PODER, A FORÇA E A IMPORTÃNCIA DAS MANDALAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO

LAIZER CRISTINA GREISON MARTINS DE SOUZA

FORTALEZA – CE

2018

ARTETERAPIA: O PODER, A FORÇA E A IMPORTÂNCIA DAS MANDALAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO

LAIZER CRISTINA GREISON MARTINS DE SOUZA

Artigo apresentado à Faculdade Plus como requisito parcial para a obtenção de título de Especialista em Arteterapia.

Orientador: Prof°. Me. Cleison Luis Rabelo

FORTALEZA – CE

2018

ARTETERAPIA: O PODER DAS MANDALAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO

LAIZER CRISTINA GREISON MARTINS DE SOUZA

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo mostrar o papel da Arteterapia nos processos terapêuticos com o uso de mandalas, sendo esse um dos instrumentos de intervenção usado pelo Arteterapeuta, o qual possibilita caminhos para o resgate da saúde mental, auxilia na promoção de auto reflexão, na conservação da ordem psíquica, incentivando a elaboração de um pensamento espontâneo, favorecendo o desbloqueio da criatividade, que é fundamental para a sobrevivência humana, o mesmo aciona os mecanismos do processo de individuação e tem um papel fundamental e importante na formação do imaginário, pois são instrumentos de meditação que intensificam a concentração no seu interior.

PALAVRAS CHAVE: ARTETERAPIA. MANDALA. CRIATIVIDADE.

INTRODUÇÃO

A Arteterapia é uma área de conhecimento que propõe a integração das diferentes linguagens, na construção de dinâmicas em que o ser criador, elemento principal e essencial presente de forma contida podem surgir tornando possível significar as situações vividas em experiências de aprendizagem.

A Arteterapia possibilita e proporciona meios para que cada indivíduo envolvido dentro do processo terapêutico possa se comunicar e expressar seus sentimentos e conflitos internos por meio de palavras e de outras linguagens não verbais, ou além dessas, como por exemplo, a arte e sua diversidade.

O universo dominante em Arteterapia é o da sensorialidade e da materialidade: texturas, cores, formas, volumes, linhas.

A Arteterapia se configura como uma proposta de ação no resgate do mundo imaginário. Esse campo, alimentado pelas teorias psicológicas e pelo campo das artes tem crescido, e vem se consolidando e constituindo sua práxis pautada na coerência cientifica e consistência teórica.

A profissão do Arteterapeuta atua em ciências da saúde e ciências humanas, vem ao longo do tempo produzindo pesquisas cientificas no Brasil, demonstrando assim a seriedade e pertinência nesta área de conhecimento.

Vale ressaltar, que diante do cenário atual, seja de ordem social, econômica e cultural, a Arteterapia se destaca e desponta com força por acreditar no potencial criativo do ser humano, que sente e valoriza suas ações diante dos desafios e das dificuldades que a vida lhe apresenta no século XXI.

A Arteterapia e suas intervenções representam e possibilitam caminhos para o resgate da saúde mental e para atenuar as dores da alma, causadas muitas vezes pela vida moderna e solitária nos dias atuais.

Ainda falando a respeito dessa vida moderna, Cristina Pinto (2014, p. 46) nos fala dos esconderijos da contemporaneidade. A mesma ainda fala que “a rapidez, a pressa, a falta de contato, o distanciamento da natureza acabam gerando significativas armadilhas, sintomas de sofrimento psicológico e afastamento da verdade primordial de cada um.” O que autora está dos dizendo é que a sociedade vive uma vida desgastante, vazia e permeada de ilusões, buscando ter ao invés de ser, e esse comportamento tem causado muitas doenças de ordem psíquica.

BOECHAT (2008, p. 158-159), cita que:

O mundo dissociado tecnológico é o mundo das guerras destrutivas que tomaram uma dimensão nunca vista no século passado, acompanhando de grandes crises sociais. Estamos em um momento de grandes mudanças permeadas de grandes crises. Na verdade, estamos vivendo uma grande crise paradigmática. A perda de certezas metafísicas, nas palavras de Jung, mergulhou, de desencontro consigo próprio.

Vivendo dessa forma, o ser segue na solidão, cercado pelas suas incertezas e angústias a despeito da vida, do hoje e do amanhã, com medo das mudanças que possam lhe tirar da zona de conforto e que lhe tirem do roteiro predeterminado pela sociedade moderna, sociedade essa que vive dentro de caixinhas e padrões muito difíceis para se encaixar.

As ações criativas usadas dentro da Arteterapia rompe esta estrutura rígida e fechada, propõe liberdade, desprendimento, permitindo o ser a sentir novas emoções e provar sensações nunca antes sentidas. É através da ação criativa que podemos imprimir a nossa marca no meio que nos cerca.

CAVALCANTI (1993, p. 51) nos afirma que:

O ato criativo é processo de se arriscar, de se jogar no desconhecido, de mergulhar nas fontes fertilizadoras, da viagem interna em busca da compreensão da essência das coisas. O desejo de criar move para o contato com o informe pela necessidade de dar forma, de arrancar da terra coisas vitais para alimentar a consciência.

Seguindo esse pensamento, podemos dizer que a arte é um dos caminhos e instrumentos que possibilita a restauração da humanidade nas pessoas, humanidade essa, compreendida como a capacidade de se alegrar com o todo existente, retomando a autonomia perdida, autonomia essa que cria e conduz a vida.

Na psicologia, a Arteterapia usa técnicas inovadoras que possibilitam um caminho saudável para o psiquismo em processo psicoterápico, se utiliza de recursos artísticos como base de comunicação no processo terapêutico, visando ampliar a percepção e a consciência do individuo sobre si e suas potencialidades, e é exatamente sobre uma dessas técnicas que iremos descrever nesse artigo.