A parábola de peixe bom e ruim
Seminário: A parábola de peixe bom e ruim. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: saf2044 • 26/11/2013 • Seminário • 3.004 Palavras (13 Páginas) • 462 Visualizações
Parábola dos peixes bons e ruins (Mt 13:47-50)
Essa parábola solene forma um par com a que lhe é similar: a do Tri¬go e do joio. Ambas mostram o bom e o mau, no princípio, lado a lado e, em seguida, separados; ambas foram explicadas por Jesus nessas pala¬vras: "Assim será na consumação do século"; ambas dizem respeito ao tra¬balho dos anjos que separam os ímpios dos justos; ambas registram a condenação do ímpio e o "fogo", onde haverá "pranto e ranger de dentes". Cada uma dessas parábo¬las contém esse fato central que as distingue das outras a tal ponto que poderíamos ser levados a esperar que Mateus as colocasse juntas, como ele fez com a da Mostarda e a do Fermento; a do Tesouro escondi¬do e a da Pérola de grande valor. Contudo, há diferenças que devem ser observadas entre a do Trigo e do joio e a da Rede. Na primeira, a cena acontece na terra; na segunda, a cena é o mar; mas em ambos os ca¬sos o mundo está envolvido. Ao se¬rem consideradas um conjunto, es¬sas duas parábolas ensinam duas importantíssimas verdades, pois mostram que na Igreja conhecida o bem e o mal convivem juntos; e tam¬bém que o tempo da separação já foi estabelecido. Assim os bons podem regozijar-se, pois têm em vista o seu futuro brilhante e eterno. Os maus devem gemer, porque, se morrerem nos seus pecados, estarão condena¬dos eternamente.
Provavelmente a Parábola da rede foi transmitida por último, nessa série de sete parábolas, por focalizar a atenção no final da dispensação da graça, na consuma¬ção de todas as coisas e no julgamen¬to. A ênfase nessa parábola não está no usar e no puxar a rede, mas na "consumação do século". Após rela¬tar a parábola, em termos tão fami¬liares aos seus discípulos, Jesus dis¬se que o reino dos céus será assim, quando, em sua consumação, no momento em que a rede for recolhi¬da, a separação acontecerá. Como as outras três parábolas anteriores, essa sétima foi entregue a homens de fé que o Senhor introduziu nos assuntos internos e ocultos do seu reino. Claro que não seriam olhos humanos que os veriam, mas da perspectiva do conselho divino. Po-demos analisar a parábola dessa for¬ma: a rede, o mar, os pescadores, os peixes e os anjos:
1. Rede. O termo que Jesus usou para rede, singularmente apropria¬do para a parábola proferida no mar da Galiléia, denota uma rede gran¬de, larga, pesada como chumbo, fei¬ta para varrer o fundo do mar e tra¬zer à tona peixes de todos os tipos e em grande quantidade em suas ma¬lhas. O simbolismo da rede é eviden¬te e facilmente compreendido por todos. Representa a proclamação e a apresentação do evangelho da gra¬ça redentora, para colocá-la sob a responsabilidade dos homens. A ca¬pacidade da rede de fazer uma var¬redura larga e coletar muitos peixes ilustra o alto alcance e a efetividade da ação do evangelho, pelo qual os homens são conduzidos a professar o cristianismo e a participar da ir¬mandade da igreja visível de Cristo. Para referências sobre a rede veja Jó 19:6; Salmos 66:11; Eclesiastes 9:12. Cumming diz o seguinte: "As ordenanças, a pregação do evangelho, suas ministrações e os seus meios de graça constituem e são facilmente reconhecidos como a rede em toda a sua abrangência [...] não há quem esteja em lugar tão profundo que ela não o busque; nem tão acima que ela não o alcance; nem tão mau que seja lançado fora; nem tão bom que não seja apanhado. Ela apanha a todos, bons e maus".
Dessa forma esse tipo de rede aponta para a varredura do reino de Deus levada a efeito nesse momen¬to. Traz à luz a providência de Deus e passa através de toda essa dispensação, enquanto existir esse momento da eternidade que chama¬mos de tempo, até que aconteça a separação eterna dos ímpios dentre os justos. Essa presente dispensação da graça, iniciada no Pentecostes, e que terminará com o segundo adven¬to de Cristo, é muitas vezes apresen¬tada como "o reino dos céus" (Mt 11:12). A rede do evangelho é arre¬messada ao mar aberto, sem distin¬ção de condição, clima, casta ou cre¬do. Durante esta dispensação, "Deus não faz acepção de pessoas" (At 10:34,35).
2. Mar. O mar nessa parábola re¬presenta toda a massa caída da hu¬manidade. "Mas os ímpios são como o mar agitado que não se pode aqui¬etar, cujas águas lançam de si lama e lodo" (Is 57:20,21; Dn 7:3; Ap 13:1). Os homens vivem em um abismo tão negro de pecado, erro e cegueira! Contudo, ainda podem ser resgata¬dos pelo Espírito de Deus, à medida que aceitarem os termos do evangelho. Arthur Pink afirma que o mar são as nações gentílicas, porque, nes¬sa presente dispensação, a misericór¬dia de Deus é dirigida aos gentios. Mas o mundo que Deus ama, inclui todas as almas, sejam judeus ou gen¬tios, porque o mar do mundo é com¬posto de ambos. Não há dúvida que a maioria dos peixes apanhados pela rede seja os gentios. Em termos de comparação, são poucos os judeus salvos. O Trigo e O Bom Peixe são compostos de ambos, gentios e ju¬deus regenerados. Em Cristo não há judeu nem gentio. Ambos são um.
Somos informados que a rede, quando jogada dentro do mar, não trazia todos os peixes, mas juntava apenas alguns de cada espécie, para trazê-los à tona. A parábola nos ensina com isso que, embora tão glori¬oso evangelho seja pregado, ele não faz com que todos que o ouvem se¬jam trazidos para a Igreja de Cristo. Há sim um ajuntar e congregar de alguns "de toda tribo, e língua, e povo e nação" (Ap 5:9). A palavra ajuntar é aplicada na Bíblia para ambos: bons e maus. Sobre os bons é dito: "Recolherá os cordeirinhos" (Is 40:11); "Com grande compaixão te recolherei" (Is 54:7); "Reunir em um só corpo os filhos de Deus" (Jo 11:51,52); "Congregai os meus san¬tos" (SI 50:5). Sobre os maus é dito: "Não colhas a minha alma com a dos pecadores" (SI 26:9); "São apanhados [...] se queimam" (Jo 15:6); "Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em re¬dor [...] suscitem-se as nações [...] Me assentarei para julgar" (Jl 3:1-16).
3. Pescadores. Os discípulos com¬preenderam plenamente a implica¬ção dessa parábola transmitida por Jesus. Quando ele os encontrou, muitos deles lançavam ou conserta¬vam as suas redes, porque "eram pescadores". Depois, ao chamá-los para o ministério, não lhes havia dito Jesus: "Fá-los-ei pescadores de homens"? Quando arremessassem ao mar a rede do evangelho, eles apa¬nhariam homens vivos. Não é esse o dever de todo aquele que experimentou o poder salvador de Deus? Tira¬dos para fora do mar do pecado, têm o privilégio de tentar resgatar outros. Todos os que foram perdoados deve¬riam ser pescadores. Os ganhadores de almas são os
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