ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DA TILÁPIA EM BRASILIA

ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DA TILÁPIA EM BRASILIA

Introdução

Procurou-se identificar e analisar a cadeia produtiva Brasília que um dos maiores mercados consumidores de peixe do País. Por ano, o consumo está acima de 20 mil toneladas, uma média de 12,8 kg por habitante - acima da média nacional, de 7 kg por ano. Esse cenário tem estimulado o interesse de agricultores familiares do Distrito Federal na capacitação em piscicultura. Com a produção de Tilápia, o produtor consegue vender o quilo do peixe por até R$4,50. Segundo o gerente de tecnologia e produção do CTP, (Centro de Tecnologia em Piscicultura, localizado na Granja Modelo do Ipê) Adalmyr Morais Borges, no caso dos produtores da Fazenda Larga - que criam os peixes em pequenos tanques de irrigação - pode-se estimar uma produção de até 200 kg de peixe a cada quatro meses. “O custo de produção é de cerca de R$2,00 por quilo de peixe. O lucro é de R$1,50 a R$2,00”,

Objetivo

O objetivo geral do trabalho é a análise da cadeia produtiva da Tilápia produzida pelos pequenos produtores no Distrito Federal. ((Especificamente, pretende-se: I) identificar as fontes é os tipos de insumos mais usados na produção; II) identificar e caracterizar os fluxos de destino da produção desde o produtor até o consumidor final; III) identificar os fatores limitantes ou pontos de estrangulamento ao longodas diversas etapas da cadeia, com o intuito de desenvolver demandas para pesquisa é desenvolvimento.

Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida em várias etapas. Os dados utilizados originaram-se de entrevistas diretas com os agentes que formam os diversos elos da cadeia produtiva da Piscicultura no Distrito Federal. Também foram usados dados de origem secundária e conversas informais com os diferentes atores que compõem esta cadeia.

Avanços em Sistemas Produtivos de Tilápia em Brasília

Os piscicultores comemoram o avanço da produção no Distrito Federal e Entorno. O mercado local apresenta um consumo médio 12,8 Kg de pescado por pessoa ao ano, o dobro da média nacional. Isso tem incentivado a atividade produtiva e o número de produtores de peixes no DF aumenta cada vez mais. Segundo pesquisa da Secretaria de Agricultura, atualmente existem 436 piscicultores e, em 2008, foi mercado local apresenta elevado consumo per capita de pescado e, com baixo investimento, é possível obter uma produção comercial de peixes. Além disso, os avanços tecnológicos e produtivos do setor, nos últimos anos, colaboraram para o aumento da base econômica da produção local e a queda nas importações.

Um avanço para esse segmento produtivo foi à criação, em 2000, do Centro de Tecnologia em Piscicultura (CTP) da Granja do Ipê, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF. Oferecem aos produtores cursos visitas técnicas e treinamentos

Tecnologia registrada uma produção de 727.464 kg de pescado no DF

Essa atividade tem se apresentado como uma alternativa bastante viável para os produtores,

O CPT é equipado com 20 viveiros escavados na terra, oito tanques de alvenaria para reversão sexual de tilápias, um laboratório para reprodução dos peixes e sala de treinamento. O centro trabalha junto com os produtores, promovendo a difusão de novas tecnologias e cumprindo, também, um papel importante na melhoria genética dos alevinos.

Ali são produzidas as espécies cinza e vermelha de tilápias. O gerente de Tecnologia e Produção da Secretaria deAgricultura, Adalmyr Morais Borges explica que a tilápia apresenta baixo custo de produção, tem um ciclo curto - em média, cinco a sete meses até o abate - e apresenta uma grande resistência às doenças. Além de constituírem uma ótima fonte de proteína animal. Segundo Adal-myr, a meta de produção do CTP para esse ano é chegar a um milhão de alevinos.

Para criação de peixes em viveiros é necessário que o local possua um sistema de abastecimento e de drenagem de água. O primeiro permite a re-gulagem do volume que entra, e o segundo sistema é responsável pela renovação da água do tanque e controle do nível.

Qualidade

Segundo o gerente de Tecnologia do centro, a amônia, produzida devido à excreção dos peixes, está presente na água de duas formas: ionizada (não-tó-xica) e não-ionizada. "Uma grande quantidade de amônia não ionizada na água pode acabar atacando as brânquias dos peixes, causando sua morte", explica Adalmyr. O elevado nível de amônia pode ser verificada de acordo com os índices do ph.

"O ph da água é muito importante para a qualidade dos alevinos. O nível ideal é próximo de sete", esclarece o gerente, que destaca, também, a importância da utilização do calcário no fundo dos viveiros para a manutenção da qualidade do solo.

Os alevinos produzidos no CTP são vendidos para os produtores conveniados. De acordo com Adalmyr Borges, nos criatórios, esses peixes precisam ser alimentados de duas a quatro vezes por dia. Nos tanques, os alevinos são separados por tamanho. Aqueles com até cinco gramas são vendidos por R$ 40 o milheiro. Acima desse peso, o valor é de R$ 80 o milheiro. E, na outra ponta, o produtor tem recebido, em média, R$ 3 por quilo do peixe vivo.

Incentivo o produtor

Há quatro anos o produtor José Ribeiro de Azevedo montou um sistema de produção de tilápia usando financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar-PRONAF Pesca da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP). Ele conta que osR$18 mil que conseguiu foram utilizados na construção dos tanques e compra dos alevinos.

Produtor rural em Planaltina-DF, José Ribeiro foi o primeiro no DF a receber o incentivo do Pronaf Pesca e da SEAP. Ele conta que os recursos foram liberados por meio do Banco do Brasil. Em sua chácara, José possui sete tanques, numa área de 1,5 hectare. Segundo o produtor, em cada um são criadas até 4 mil tilápias.

A produtividade média de José Ribeiro tem sido de 3 mil quilos de pescado por mês, que ele vende por R$ 3 o quilo. Ele diz que a produção de tilápia no DF é muito boa. "Achei muito interessante o incentivo para esse tipo de produção e tive todo o apoio da Emater quanto à parte técnica", revela o produtor.

Os alevinos utilizados