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Análise microbiológica: superfícies, ar, mãos, celular e materia prima vegetal

Por:   •  7/10/2022  •  Artigo  •  3.776 Palavras (16 Páginas)  •  148 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA – DEFAR

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Análise microbiológica: superfícies, ar, mãos, celular e materia prima vegetal

 Datas: 16/09/22 e 23/09/22

São Luís - MA

2022

ALINE CARVALHO DE SOUZA

LUCAS ARAÚJO RABELO

SARAH DAYANE LINHARES ALVES

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Relatório de aula prática referente a disciplina de Controle de qualidade microbiológico de medicamentos e cosméticos, apresentado ao curso de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão, sob orientação da Prof. Dra. Patrícia de Maria Silva Figueiredo, como requisito para a obtenção de notas.

São Luís - MA

2022

1. INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho cada vez mais diversificado tem proporcionado a um maior número de pessoas a realização de suas atividades laborais em ambientes fechados, sejam em empresas, hospitais, residências, universidades ou de atendimento ao público. De acordo com os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais da metade desses ambientes fechados possuem ar de má qualidade. Essa baixa qualidade é causada, principalmente, pela má higienização dos aparelhos condicionadores de ar e pela falta de controle periódico sobre as possíveis fontes de contaminação (LIMA, 2003). A desatenção aos sistemas de climatização provoca grande preocupação com a qualidade do ar de interiores (QAI), a qual é de fundamental importância para garantir a saúde dos ocupantes, bem como o ótimo desempenho de suas atividades (GIODA; AQUINO, 2003; NORBERG et al., 2016).

O experimento de exposição de placas de Petri ao ar permite o estudo da microbiota existente no ar de um determinado ambiente, seja ele um ambiente fechado ou interno (locais cobertos ou salas) ou um ambiente aberto ou externo. Ele possibilita o depósito de células de bactérias e fungos, comumente presentes no ar do ambiente que está sendo estudado, no meio de cultura que está contido nas placas que são deixadas abertas no local por certo tempo, e após a incubação das placas a multiplicação celular leva ao surgimento de colônias macroscópicas destes microrganismos (MADIGAM et al., 2010; TORTORA et al., 2005).

Segundo Quadros (2008), a qualidade de vida das pessoas é fortemente influenciada pela qualidade do ar que respiram na maior parte do tempo. Ante o exposto, a avaliação da qualidade do ar interior em ambientes fechados é fundamental para se determinar os riscos ambientais e de saúde pública e ocupacional aos quais estão expostos profissionais e demais frequentadores desses ambientes.

Em relação a análise de superfícies a limpeza consiste na remoção de sujeira ou contaminantes encontrados em superfícies, usando meios mecânicos (atrito), físicos (temperatura) ou químicos (desinfecção), durante determinado período de tempo. A limpeza de superfícies laboratoriais, em especial as relacionadas a instituições de ensino, requer atenção, devendo ser executada diariamente, ou sempre que necessário, preferencialmente anterior a limpeza do chão, e não ao mesmo tempo (BRASIL, 2010).

A recomendação clássica e consensual dos métodos seguros para descontaminação das tais superfícies consiste na limpeza prévia do local, seguida de desinfecção com um agente microbicida, por exemplo, o álcool a 70%. Esse é o germicida de nível intermediário, segundo classificação do Center of Diseases Controland Prevention (CDC), mais disponível e utilizado em nosso meio, tanto o álcool etanol com o 2-propanol, principalmente devido ao menor custo, quando se compara a outros produtos. Na prática assistencial, a aplicação direta do álcool nas superfícies contaminadas, sem limpeza prévia, é observada com relativa frequência. Esse procedimento contraria a prioridade, as Boas Práticas de Controle de Infecção nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde (CDC, 2003; RUTALA, 2008)

Além disso, dentro do cenário de análise microbiológica, é importante frisar que as matérias primas vegetais podem estar contaminadas com fungos filamentosos, leveduras, bactérias e outros microrganismos, apresentando riscos aos consumidores, devido à falta de higiene e sanitização. Os microrganismos podem se multiplicar em ambientes que sejam propícios para o seu crescimento, bem como acondicionamento, coleta, transporte, inadequados dentre outros fatores, quando comercializadas oferecem riscos à saúde (SILVA, 2002).

Em decorrência a isso, as matérias-primas vegetais necessitam passar por uma ampla análise microbiológica e um rígido controle de qualidade, uma vez que em se tratando de um produto voltado para o bem-estar dos seres humanos, o mesmo deve apresentar segurança e eficácia terapêutica. (ANDRADE et al., 2005). O controle de qualidade e a análise microbiológica, garante o perfil de estabilidade biológico, verifica as condições de higiene da matéria-prima vegetal sendo necessário cumprir as condições preconizadas pela Farmacopeia Brasileira (SIMÕES et al., 2007).

Os efeitos indesejáveis causados pelo uso abusivo dos medicamentos industrializados proporcionaram um aumento do consumo de medicamentos de origem vegetal (fitoterápico), no entanto para se obter uma matéria-prima vegetal de custo acessível é necessário vencer inúmeras barreiras, dentre elas a contaminação microbiana da matéria prima vegetal (ZARONI et al., 2004).

2. OBJETIVOS

Realizar a análise microbiológica da qualidade do ar e da superfície no Laboratório de Farmacognosia na UFMA, das mãos, celular e da matéria prima vegetal F2ES, com o objetivo de identificar os principais gêneros microbianos presentes e avaliar as unidades formadoras de colônia para fungos e bactérias.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Análise microbiológica do ar

3.1.1 Materiais

  • 1 placa de Petri com meio de cultura Agar Batata;
  • Contador de colônias (Equipamento).

3.1.2 Métodos

  • Análise microbiológica do ar do laboratório de Farmacognosia II da UFMA;
  • Identificou-se a placa com o nome do grupo, o ambiente e a data de coleta;
  • No ambiente escolhido, posicionou-se a placa em uma superfície com a tampa voltada para cima. Retirou-se a tampa da placa que estava voltada para frente ao ar-condicionado, deixando a placa exposta ao ar por um tempo de 30 minutos para sedimentação.
  •  Em seguida, após os 30 minutos incubou-se a placa a 37 °C, por 48h em estufa bacteriológica com a tampa voltada para baixo para se evitar contaminação das culturas por acúmulo de água de condensação.
  • Por fim analisou-se e identificou-se, com auxílio do equipamento do contador de colônias, os microrganismos que cresceram na placa de Agar Batata com as suas principais características.

Figura 1: Placa de Agar Batata na bancada do laboratório.

[pic 1][pic 2]

Fonte: Autoria própria.

3.2 Análise microbiológica da superfície

3.2.1 Materiais

  • NaCl 0,9%
  • 1 placa de Petri com meio de cultura com Agar Sangue;
  • 1 placa de Petri com meio de cultura com MacConkey;
  • Tubo de ensaio;
  • Swab;
  • Alça de Drigalski;
  • Chama de Bunsen;
  • Contador de colônias (Equipamento).

3.2.2 Métodos

  • Coletou-se, por meio da técnica do swab-teste que continha NaCl 0,9%, uma amostra da superfície do laboratório de Farmacognosia II identificada com nome, data e o local da realização da coleta da superfície para posterior análise microbiológica;
  • Posteriormente, semeou-se as placas de Petri pela técnica de esgotamento nos meios Ágar Sangue e Ágar MacConkey, utilizando a chama de Bunsen para realizar a semeadura com auxílio de uma alça bacteriológica que deve ser flambada, fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Por fim, desprezou-se a alça de Drigalski ou o swab em recipiente apropriado.
  • Armazenou-se as placas de Petri com as respectivas culturas na estufa bacteriológica a 37ºC por 24 h. Depois de terminado a semeadura, fechar a placa e identificar, levando-a a seguir para incubação na estufa, com a tampa voltada para baixo.
  • Por fim, analisou-se e identificou-se, com auxílio do equipamento do contador de colônias, os microrganismos que cresceram na placa de Agar Sangue e MacConkey com as suas principais características.

[pic 3][pic 4]Figura 2: Material coletado da bancada.

Fonte: Autoria própria

[pic 5]Figura 3: Meios de cultura MacConkey e Agar Sangue.

Fonte: Autoria própria.

3.4 Análise microbiológica da matéria prima vegetal

3.4.1 Materiais

  • Placas de Petri vazias;
  • Tubos de ensaio vazios;
  • Tubos de ensaio com meio de cultura líquido estéril;
  • Erlenmeyer;
  • Pipeta;
  • Amostra matéria prima: F2ES;
  • Água destilada;
  • Estante de tubos de ensaio;
  • Contador de colônias (Equipamento).

3.4.2 Métodos

  • Primeiramente, identificou-se 18 tubos de ensaio com os respectivos dados do grupo e data da realização do procedimento.
  • Iniciou-se com a diluição da amostra F2ES, onde a matéria prima foi adicionada em um Erlenmeyer juntamente com água destilada.
  • Após a diluição, com o auxílio de uma pipeta foi realizado o método número mais provável, onde foi adicionado a amostra em diluições 1/10 e 1/100 em triplicata nos caldos lactose, EC (Escherichia coli) e verde bile brilhante 2%, respectivamente.
  • Em seguida, as amostras foram levadas para banho maria por um período de 48 horas.
  • Posteriormente, foi realizado o método de Pour-Plate, onde foi colocado a 1 mL da amostra em duas placas de petri, em seguida foi adicionado o meio ágar fundido e resfriado, foi homogeneizado com movimentos rotatórios suaves, sem erguer a placa da bancada.
  • Esperou-se as placas se solidificarem à temperatura ambiente, incubadas a 37°C por 72 horas.
  • Por fim, com auxílio do equipamento do contador de colônias, foi possível verificar os fungos filamentosos que cresceram no meio de cultura Pour-Plate e os resultados positivos para coliformes no meio de cultura do caldo lactose, com as suas principais características.

Figura x: Amostra da matéria prima F2ES e sua diluição.

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