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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

DOCENTE: THOMAS VINCENT GLOAGUEN

DISCIPLINA: CET057-GEOLOGIA GERAL

Relatório da viagem: Bacia Sedimentar do Recôncavo

Relatório a respeito da viagem realizada no dia 16/02/2019.

DISCENTES:

Henrique dos Anjos da Conceição silva

Crisnanda da Silva e Silva

Cruz das Almas, BA, Brasil.

Fevereiro de 2019

Introdução

 

 As bacias sedimentares são regiões que durante determinado período, sofrem uma lenta subsidência, gerando uma depressão que é preenchida por sedimentos. Como essas bacias afundam lentamente, novos sedimentos sobrepõem os antigos, que desta forma acabam ficando protegidos dos agentes externos do relevo e por este motivo, preservados, formando rochas com características peculiares, de diferentes idades, que revelam a história geológica da região (ALMEIDA,2003).

 Durante a implantação da Depressão Afro-Brasileira (Paleozóico-Triássico) Brasil e África faziam parte de um supercontinente – Pangea. No Triássico esse supercontinente começou a se dispersar, formando, do Jurássico em diante uma calha que começou a separa o Brasil e a África. Os efeitos desta separação levaram a abertura de um rifte a norte de Salvador que constitui as bacias do Recôncavo e Tucano (CARVALHO et al., 2010).

 A Bacia do Recôncavo é portanto, oriunda do processo de deriva continental, e o seu preenchimento, basicamente, se deu em três fases: pré-rifte, sin-rifte e pós-rifte. As rochas da fase pré-rifte, depositaram-se antes da separação dos continentes e na atualidade afloram na borda ocidental do rifte e fazem parte do Grupo Brotas (AMORIM, L.O. 2015).

A Bacia Sedimentar do Recôncavo, situa-se no estado da Bahia, nordeste brasileiro (Figura 1.3). Compreende cerca de 24,4% do sistema integrado de riftes do Recôncavo-Tucano-Jatobá, ocupando uma área equivalente a 11.500 km2 (SILVA, 2013). É constituída por uma grande quantidade de rochas sedimentares do tipo areno-argilosas, que foram depositadas em ambiente continental, numa faixa sentido N-S com cerca de 60km de largura, limitada por falhamentos longitudinais; a Leste falha de Salvador e a Oeste a falha de Maragogipe.

 A Formação Itaparica está depositada sobre a Formação Sergi, ela é constituída por folhelho marrom a cinza-oliva de origem lacustre e siltitos com raras intercalações de arenitos finos. Portanto, sendo formada em ambientes lacustres com pequenas incursões fluviais (GONÇALVES, 2008). O Grupo Ilhas é composto pelas formações Marfim e Pojuca, constituído por arenitos, siltitos, folhelhos e ocasionais carbonatos (NASCIMENTO, 2012).

Descrição das diferentes paradas, com base no roteiro e na bibliografia

 A primeira parada da respectiva viagem aconteceu na Pedreira Oldesa no município de Nazaré das Farinhas onde fora possível observar de perto uma área desativada de exploração e escavação de rochas da classe metamórfica para a produção de brita e outros materiais de construção, nesse local a rocha abundante era o granulito com estrutura gnáissica. Sendo que o granulito é uma rocha de alto grau metamórfico cuja designação é a mesma da fácies metamórfica regional de alta temperatura, elevado grau geotérmico (T/P) e condições anidras (Pcarga>>PH2O) que levam a rocha a ter paragênese metamórfica tipicamente anidra. granulito gnáissico é uma unidade formada pelo predomínio de granulitos de composição diorítica a quartzo diorítica, algumas vezes estruturada em bandas mesocráticas, gnaissificadas, de granulação média.  com idade estimada entre 2,5 a 3,2 B.a., possuindo uma vetação umbrófila densa e geomorfologia mar de morro.

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Imagem 01: granulito rocha metamórfica encontrada na Pedreira Oldesa.

   A segunda parada aconteceu num local anterior á ponte do funil em sentido Nazaré das farinhas á Itaparica neste local erra um barranco onde podia-se observar um barranco de formação de rochas da classe sedimentar, na qual sua litologia é arenito e argilito, com textura de areia fina á média, com tons de cores branca, bege, roxa, verde e preto, estrutura sedimentar de acamamento de camadas com idade aproximada de 140 M.a. A geomorfologia deste local era terraço flúvio marinho, contendo somente modelados de acumulação, proposta pelas suas características sedimentares e pela sua posição em relação ao nível freático e ao nível do mar. Formados por materiais arenosos, argilosos ou cascalhosos, esses depósitos se mantêm ou se degradam na dependência de enchentes, das marés e na existência ou não de vegetação natural. Representando um ambiente frágil e mutável cuja manutenção é mais difícil partindo dos mais antigos para os mais recentes, que correspondem aos sedimentos do Quaternário, pouco ou muito consolidados, com espessuras variáveis.

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Imagens 02 e 03: Arenito e argilito encontrados na segunda parada, onde é possível notar a de cores.

  Já a terceira parada ocorreu na praia de Bom despacho ilha de Itaparica onde fora possível observar um afloramento de rochas sedimentares com idade aproximada de 110 M.a., num terreno de vegetação marinha, sendo que através das descrições do professor identificamos que este local já foi uma área de talude continental onde ocorria deposito de areis finas e argilas, a geomorfologia destas rochas eram sedimentares caracterizadas por folhelhos e siltitos cinzas arroxeados ou cinza esverdeados com raras intercalações de arenitos finos. É um registro de depósitos lacustres, de águas rasas, que lentamente se tornaram mais profundas devido à progressiva subsidência da bacia favorecendo uma transgressão lacustre avançando para noroeste com pequenas incursões fluviais. Em algumas seções podem ser visualizados moldes e contramoldes de ostracóides e conchas de 20 bivalves.As rochas deste afloramento possuíam as cores cinza, laranja e preto indicando a presença de elementos como ferro, enxofre, identificando a presença dos minerais quartzo, silício e feldspato. A estrutura sedimentar deste afloramento era laminação plano paralelo. Os depósitos sedimentares desta região ocorreram em planícies fluvio marinhas.