Avaliação dos efeitos de aplicação da deltametrina microencapsulada em áreas com acidentes por Tityus serrulatus, em Americana/SP.

Avaliação dos efeitos de aplicação da deltametrina microencapsulada em áreas com acidentes por Tityus serrulatus, em Americana/SP.

Evaluation of the effects of deltamethrin microencapsulated in areas with accidents by Tityus serrulatus in Americana/SP.

Marcos T. Dias Monma1; José Brites Neto2 e Jardel Brasil3.

1Diretor Técnico da ROGAMA; 2Médico Veterinário da Secretaria de Saúde de Americana-SP; 3Graduando em Ciências Biológicas/UNICAMP.

INTRODUÇÃO

O avanço do escorpionismo no Brasil está contextualizado por uma rotina de reclamações públicas sanitárias, sociais e políticas em muitos municípios do país.

As referências epidemiológicas atuais referem o escorpionismo como responsável por 30% das notificações de acidentes por animais peçonhentos e óbitos anuais registrados no Brasil (BRASIL, 2009).

O escorpionismo transformou-se numa ameaça frequente ao bem estar e qualidade de vida da população, visto que os coeficientes de incidência de acidentes por escorpiões triplicaram nos últimos dez anos (BRITES-NETO e BRASIL, 2012).

Em 2010, os acidentes escorpiônicos apresentaram um coeficiente de incidência de 26 acidentes para 100.000 habitantes no Brasil. No mesmo período, no estado de São Paulo, ocorreram 7.261 acidentes e 1 óbito, com um coeficiente de incidência de 17 acidentes para 100.000 habitantes (Tabela 1). Esta situação epidemiológica demonstrou maior gravidade no município de Americana, na medida em que o índice de 58 acidentes escorpiônicos/100.000 habitantes, apresentou uma incidência de 3,4 vezes superior ao índice estadual e 2,2 vezes maior que o índice regional e nacional, no ano de 2010 (BRITES-NETO e BRASIL, 2012).

        De acordo com a legislação referente à organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e às atribuições da vigilância em saúde, compete aos municípios o controle de animais que representem riscos à saúde do homem, cabendo ao poder público o desenvolvimento de ações pertinentes, incluindo-se neste propósito a utilização de agentes químicos para o controle do escorpionismo, com critérios de escolha que envolvam a demanda da população, a disponibilidade de recursos técnicos, as dotações financeiras disponíveis, o conhecimento científico e a responsabilidade técnica (OLIVEIRA e SOUZA, 2011).

Tabela 1 - Incidência*, Óbitos e Letalidade dos Acidentes por Escorpiões no Período de 2000 a 2012 Estado de São Paulo e Município de Americana/SP
ANO	Nº CASOS	COEF. INCIDÊNCIA	ÓBITOS	LETALIDADE
	Estado/SP	Americana	Estado/SP	Americana	Estado/SP	Estado/SP
2000	2379	76	6,42	41,62	0	0
2001	2888	115	7,67	61,78	1	0,03
2002	3406	117	8,92	61,66	1	0,02
2003	3872	100	10	51,69	4	0,1
2004	4359	97	11,11	49,19	2	0,04
2005	4663	123	11,53	61,34	3	0,06
2006	4291	148	10,45	72,60	1	0,02
2007	4392	151	10,34	75,84	2	0,04
2008	5566	126	13,57	61,98	4	0,07
2009	5547	108	13,4	52,62	3	0,05
2010	7261	123	17,6	58,39	1	0,01
2011	7017	198	16,96	93,04	0	0
Fonte : Divisão de Zoonoses/CVE Sinanw/SinanNet / PVCC/VEP/UVISA/SMS-Americana/SP.
*Coeficiente de Incidência por 100.000 Habitantes (Pop. DATASUS).

        Segundo o manual de diretrizes para atividades de controle de escorpiões, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a presença e proliferação de escorpiões em áreas ocupadas pelo homem, deve ser rigorosamente controlada pelo fato deste ser um animal peçonhento que pode ocasionar a morte de seres humanos e animais domésticos (SESP, 1994), envolvendo aspectos inerentes e atuais em Saúde Pública e Bem-estar animal.

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